A RTP teve a excelente iniciativa de homenagear os bombeiros portugueses com um espectáculo de variedades transmitido em directo a noite passada, que serviu ainda para realizar uma recolha de fundos a favor das famílias dos soldados da paz que perderam a vida no cumprimento do seu dever. Uma atitude muito nobre da televisão pública, que contou ainda com a bonomia de vários artistas conhecidos. A solidariedade é sem dúvida uma das nossas qualidades de que mais me orgulho.
Tenho-me abstido de comentar o verdadeiro inferno que foi este Verão para os bombeiros em Portugal, pois não há nada que eu possa dizer que devolva às suas famílias os homens e mulheres de grande coragem, todos eles voluntários, que deram a vida em troca da segurança das populações ameaçadas pelas chamas. As notícias sobre os incêndios em Portugal são comuns todos os verões, infelizmente, mas este ano foram especialmente tristes, dando conta da morte de bombeiros a um ritmo quase diário. Muito deles eram jovens, que fizeram do combate ao fogo que destrói as matas do seu país a sua paixão. São gente de bem numa cruzada contra as forças do mal.
E o mal por vezes tem um rosto: os incendiários que provocam muitos destes fogos. Entre os acidentes infelizes, como os casos em que proprietários de terrenos fazem queimadas que depois não têm a capacidade de controlar, encontram-se criminosos. É incrível como há gente capaz de provocar uma tragédia desta natureza, movidos por vingança ou outro motivo fútil, e até às vezes por "brincadeira". Mas que "brincadeira" é esta que acaba por originar perdas materiais e humanas? Nem um quadro de perturbação mental justifica este crime. Os castigos para quem cause um incêndio intencionalmente deviam ser exemplares.
Mas deixemos a justiça encarregar-se desses crápulas. Os nossos bombeiros são mesmo heróis, e merecem todas as homenagens que lhes possamos pretar. Nunca é demais agradecer a sua abnegação, a sua prontidão em arriscar a sua vida por nós. Ainda há quem os critique, que os acuse de uso de meios desnecessários que causam mais estragos que os próprios incêndios, ou que abusam do seu estatuto para entrar ilegalmente em propriedade privada. Enfim, é melhor não falar dessa gentinha, que não merece. Deviam era ir lá eles quando tivessem um incêndio a bater-lhes à porta. Quando virem os nossos bombeiros no cumprimento do seru dever, deixem-nos passer, ajudem no que poderem, e lembrem-se: eles estão ali para nos servir
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