sábado, 28 de setembro de 2013

Querem acabar com a nossa raça


Este é um Sábado profícuo em notícias relacionadas com a comunidade LGBT. Agora é o presidente da Gâmbia, um pequeno país africano conhecido oficialmente como "a Gâmbia", em vez de simplesmente "Gâmbia" (possivelmente para não ser confundido com outra gâmbia qualquer) quem vem dizer que os homossexuais "são uma ameaça à espécie humana". Yahya Jammeh, o presidente desta "a Gâmbia", tem direito à sua opinião, é certo, mas não fez a coisa por menos e partilhou-a com os restantes membros da Assembleia Geral das Nações Unidas ontem, durante uma reunião na sede da ONU, em Nova Iorque. Jammeh diz que os "gays" ameaçam a continuidade da espécie humana, isto apesar dos números demonstrarem que a espécie humana está bem e recomenda-se; em 2012 ultrapassámos a barreira dos sete mil milhões, a população mundial cresce na ordem dos 400 milhões a cada cinco anos, e daqui a menos de cinco décadas seremos mais 10 mil milhões. Das opções para colocar um travão a este crescimento, que na prática significa que vai ser difícil arranjar comida para todos, prefiro os "gays" às guerras ou às epidimias como forma do controlo da natalidade.

Yahya Jammeh, julgando estar a falar para um bando de radicais islâmicos numa mesquite qualquer, diz que os homossexuais "estão a ganhar demasiado poder e influência", como se fossem algum partido político que recruta simpatizantes. "Desiludido com a heterossexualidade? Farto da vagina ou farta do pénis? Junte-se a nós! Garantimos que o esperma e o óvulo jamais se encontrarão!". O presidente de "a Gâmbia" considera que a homossexualidade se está a tornar "uma epidemia", e que cabe e outros como ele, "os africanos e os muçulmanos" combater este mal. Jammeh apontou ainda o dedo a países que consideram a homossexualidade "um direito", e que desaprovam as leis anti-gay, tidas como violações dos direitos humanas. Ora este senhor considera este tipo de conduta sexual "anti-humana e contra os princípios de Alá". Qual direitos humanos, qual carapuça. Alá desaprova, está zangado, fez birra e não quer vir para a rua brincar.

Este senhor Jammeh é um daqueles líderes africanos muito castiços, que considera a sua opinião lei, e se não é lei, devia ser. Tornou-se presidente de "a Gâmbia", um pequeno país da África Ocidental com menos de dois milhões de habitentes em 1994, quando tinha apenas 29 anos, graças a um golpe militar "sem derramamento de sangue". Achou por bem tomar conta daquilo, enfim. Realizou "eleições" em 96, 2001, 2006 e 2011, que venceu, naturalmente. Aquilo deve ter dado imenso trabalho, organizar as eleições, preencher os boletins, contá-los e tudo mais. Maldita "democracia". Em 2007 diz ter descoberto a cura para a SIDA, através de uma infusão de ervas naturais. Na altura foi criticado por dar falsa esperança aos doentes com HIV, que como se sabe, am África came como tordos perante a epidemia. É um gajo cheio de predicados para falar em nome de Alá.

O discurso de Jammeh perante os representantes das 193 nações e territórios autónomos que compõem a ONU veio na sequência de uma moção de um grupo de países membros no sentido de condenar as leis que discriminam os homossexuais, algumas delas em violação dos mais básicos direitos civis. Segundo um relatório da organização, em 2011 existiam 76 países que ainda criminalizam as relações entre pessoas do mesmo sexo.

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