segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Justiça do cidadão


Sendo a China o mais populoso país do mundo, é natural que seja o sítio do mundo onde se encontram mais psicopatas, violadores, traficantes de orgãos, sequestradores, assaltantes e tipos que andam no meio do trânsito com uma faca na mão e um ar esgazeado, como o que vemos neste filme. Como a China é um país grande cumá porra, é difícil controlar essa malta maluca toda, a segurança pública tem que ser feita a todo o custo, para não abalar a firmeza da estrutura do partido único, em que tudo manda. É aí que entram os chengguan (城管), a versão chinesa dos "vigilantes de bairro", que disparam primeiro e fazem as perguntas depois. Oficialmente "Bureau Citadino e Urbano Administrativo e Policial (城市管理行政執法局), os chengguan estavam debaixo da alçada do Bureau de Planeamento Citadino e Urbanístico de cada município. Deviam funcionar assim como uma espécie de Polícia Municipal, que metia o nariz em tudo, passava umas multinhas e pouco mais fazia que chatear um bocado às vezes. Só que os chengguan passaram rapidamente a rufias que se julgavam justiceiros, e tinham que garantir a segurança, mesmo à margem da lei. Organizados como uma verdadeira mafia, os chengguan gerem redes de crime organizado, que em muitos casos são acusados de corrupção, abuso de poder, pirataria informática, e de aterrorizar a restante população das áreas em que actuam.

Só que voltando ao tipo que anda na Estrada com cara de poucos amigos e uma faca na mão. O que devemos fazer, amigos pacifistas e adeptos da via do diálogo? Deixá-lo matar alguém primeiro, e só depois acusá-lo de um crime, pois até a faca ter perfurado o tronco tenrinho de um puto de quarto anos que brincava na rua, à porta da sua casa, é um inocente, o anjinho? Ou vamos atrás do gajo por paus e barras de ferro, e corremos o gajo de volta ao buraco de onde rastejou ao pontapé, ao soco e à estalada? Mesmo estando contra os chengguan, especialmente porque violam a lei que tinham por missão obrigar a cumprir, mantendo a ordem, mas há casos em que é melhor dar um arraial de porrada em alguém de comportamentos suspeitos, pelo sim, pelo não? Um corpo dorido por uma semana e dois ou três partidos são um preço justo pela vida do pobrezinho de quatro anos e de tronco tenrinho, que podia ter sido degolado. Chengguan não, claro, mas deixem-se de ingenuidades...

Sem comentários: