sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Babilónia chinesa


Mais de 400 milhões de chineses não falam a língua oficial do país, o Mandarim, e são muitos os que falam mal, de acordo com as agências oficiais chinesas, numa altura em o Governo lança mais um plano de alfabetização. Há décadas que o regime chinês promove o ensino do Mandarim, procurando unificar linguisticamente o país, onde ainda existem milhares de dialectos, alguns deles falados por apenas poucas centenas de pessoas. As tentativas têm saído frustradas não só pela própria dimensão do país, mas pelo pouco investimento na educação, especialmente nas zonas rurais menos acessíveis. Os dirigentes já admitiram mesmo que nunca conseguirão fazer com que todos os chineses falem Mandarim, ou "Putonghua", que significa literalmente "língua comum". Xu Mei, porta-voz do ministério da educação, diz que apenas 70% dos chineses falam Mandarim, e alguns deles "mal", enquantos restantes 40%, quatrocentos milhões, não falam de todo o idioma. Xu acrescentou que o país vai intensificar o investimento que vem sendo feito desde 1998 na aprendizagem do idioma nacional, e que se vai focar nas zonas rurais e nas minorias étnicas. A implementação da língua official não tem sido consensual, especialmente nas zonas problemáticas, nomeadamente no Tibete e em Xinjiang. Em 2010 várias centenas de pessoas saíram à rua em Guangzhou, protestando com a tentativa das autoridades em marginalizar o dialecto cantonense, que recorde-se, é língua franca das regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong. Aparentemente não é assim tão difícil unificar um país; o problema é fazer com que toda a gente se entenda.

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