segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A campanha na TV - Parte II


Melinda Chan é linda, simpática, inteligente e fala muito bem. Gostava de vê-la na AL mas não sei se o apoio da CODEM - que muito se tem esbatido nos últimos anos - será suficiente. A sua presença seria contudo uma lufada de ar fresco. Comparada com Angela Leong, Melinda Chan é uma janela aberta. O seu tempo de antena tem legendas em português mais ou menos bem conseguidas. Cortesia de Jorge Fão? Esta foto prova que eu e o Carlos Morais José estavamos a tirar fotos da TV à mesma hora. É divertido ou não é?


Também com legendas em português apresentam-se os "kai fong", que apostam em convencer o eleitorado com o trabalho já realizado. Considerados pró-Pequim (pela Wikipedia), a associação dos moradores aliada com a associação das mulheres, contava com Leong Heng Teng como cabeça de lista e Iong Weng Ian como a sua "spin-doctor". Este ano é possível que só elegam o seu cabeça de lista.


Sem legendas em português apresentaram-se as listas 1, 3 e 8, mais dirigidas ao eleitor sinófono e com tempos de antena muito directos e despachados. Mas o que me deu mesmo pena foi não perceber o que dizem os rapazes da lista 9, Ng Sek Io e Lei Kin Yun. Este último especialmente, conhecido pela sua relação íntima com a polícia, costuma deliciar com a sua retórica. Mas Ng Sek Io também promete, pois na quinta-feira à noite foi afastado de uma campanha organizada pelo CCAC por ter insultado o comissário Cheong U. A pró-democracia radical fica sem versão em português.


Aí está Kwan Tsui Hang e o seu nº 2, o famoso Lee Chong Cheng, o tal que quer revolucionar o sistema jurídico (ver este post). Um tempo de antena daqueles que promete, promete e promete. Tudo em nome dos operários. E tudo em chinês.


Também em chinês apresenta-se o candidato da lista 11, Lei Man Chao, o senhor das sobrancelhas. Durante o tempo de antena tivemos a oportunidade de ouvir Lei a cantar, com auscultadores e tudo. Será que vamos ter um dueto com Casimiro Pinto depois das eleições?


Agnes Lam, que amor. No tempo de antena da lista 6, Observatório Cívico, podemos ler que Agnes é na realidade "A professora universária e profissional dos mídia" (sic). O seu nº 2, James Chu (desta vez sem cão ao colo), e os restantes candidatos do sexo masculino são apresentados como "O candidato". "The one", portanto. Já as do sexo masculino são "A candidate", numa versão mais fixe do conceito, em inglês, que visa captar o eleitor mais jovem. Por falar em jovens, gostei da sinceridade daquele rapazote que disse que "quer arranjar emprego sem precisar de cunhas, e ser promovido sem padrinhos nem madrinhas". Boa sorte. O slogan da campanha é "Have Guts", ou em português, "tenha tripas". Não sei porquê mas "Observatório Cívico" faz-me lembrar assim um lugar redondo em cima de um monte, com um enorme telescópio a sair do meio. Só que em vez de observar o espaço observa...O cívico.


Agora que foi apresentado o tempo de antena de todas as listas concorrentes ao sufrágio no próximo dia 20, a lista 10 de Angela Leong e a lista 15 de Au Kam San prescindiram do espaço em português para apresentar as suas ideias. Espero que o eleitor lusófono retribua a atenção e a simpatia nas urnas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Espero que o eleitor lusófono retribua a simpatia não só aos que prescindiram, como também àqueles que nem se dignaram arranjar umas legendazinhas em português. Na prática, vai dar ao mesmo, que se eu fosse fluente em chinês podia vê-los no canal Ou Mun, se estivesse interessado.