1) Está entornado o caldo entre a lista 7, de Chan Meng Kam, e a lista 10, de Angela Leong. Segundo notícia do Hoje Macau, a quarta mulher de Stanley Ho encontrou-se com cerca de 200 pessoas separadas dos seus filhos, a residir na China, e que estão impedidos de residir na RAEM, prometendo resolver-lhes o problema. Só que este é terreno de Chan Meng Kam, que acusa Angela Leong de nunca ter feito nada no sentido de reunir as famílias separadas. Quem promoveu o encontro entre a candidata da lista 10 e as famílias foi Wong Cheong Nam, líder da Associação para a Promoção da Reunião Familiar, que prometeu que caso as famílias votem em Angela Leong, serão reunidas. Este problema tem-se arrastado há já vários anos, e é uma questão que apenas Pequim pode resolver. É uma irresponsabilidade prometer a reunião das famílias e uma manobra puramente demagoga e populista perante um eleitorado facilmente manipulável, desesperado e com um nível de educação inferior à média. E quando Angela Leong afirma que espera que as famílias "possam comemorar juntas o Festival das Lanternas" - um evento que acontece na fase da Lua cheia e que é tradicionalmente marcado pelo convívio em família - quer dizer o quê, exactamente? As eleições são a 20 de Setembro, e o Festival a 4 de Outubro. Se calhar referia-se ao Festival do próximo ano...
2) A lista Voz Plural - Gentes de Macau promoveu um debatre sobre Economia e Emprego. Um dos oradores, José Isaque Duarte, criticou a política do Governo quanto à contratação de mão-de-obra estrangeira, salientado que o crescimento sustentável não é possível sem o recrutamento de estrangeiros. Um facto indesmentível. Em Macau temos falta de pessoas com experiência em áreas fundamentais como a hotelaria, a restauração, o turismo ou a gestão. José I. Duarte, citado pelo Hoje Macau, afirma que “Esta é uma questão que, aliás, tem vindo a ser utilizada de uma forma populista por vários sectores e que se, de facto, viesse a aplicar-se essa preferência pelos locais isso implicaria uma política com enormes custos sociais e económicos. O crescimento sustentável não é possível sem o recrutamento de estrangeiros e quem disser o contrário é populismo puro”. Populismo e eleitoralismo, também. Numa caixa publicada também no HM, lemos o que Melinda Chan pensa sobre o assunto: "Concordamos que as empresas locais devam ter a obrigação de contratar trabalhadores locais, em primeiro lugar, e que hajam restrições para os não-residentes". O mesmo pensa Kwan Tsui Hang e a maioria dos sectores tradicionais e até democratas. Restrições sim, cada vez mais. Alternativas é que há cada vez menos.
3) Dois jornais, dois candidatos, dois mundos. Na edição de ontem do Ponto Final vem publicada uma entrevista de sete páginas (um fartote!) aos dois candidatos das listas de matriz portuguesa, José Pereira Coutinho e Casimiro Pinto. Os dois reiteram que "são amigos" e que têm "muitos pontos em comum". No mesmo dia e no Hoje Macau, Coutinho fala de "quatro ou cinco listas com marca portuguesa que estão a fazer fretes", que depois "serão compensados com contratos ou então com algum lugar público de direcção ou chefia", e ainda que a candidatura de Casimiro Pinto "afecta a realização do objectivo" da sua lista, a Nova Esperança. O presidente da ATFPM e deputado apela depois à "união da comunidade portuguesa no voto útil". Tudo
aqui. E afinal, no que é que ficamos?
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