sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Futebol no estádio, religião na Igreja


Tem merecido acesa discussão a questão das celebrações de cariz religioso em estádios de futebol. Em Julho as manifestações religiosas em estádios foram proibidas na Dinamarca e no Egipto, e mesmo a FIFA achou "mal" que os jogadores brasileiros fizessem as suas habituais orações e agradecimentos aos entes divinos aquando da vitória na última Taça das Confederações, realizada na África do Sul. Alguns atletas têm, aliás como quase toda a gente, alguma crença, e não se coíbem de demonstrá-lo publicamente, ora quando marcam um golo, ora no momento do penalty, ora quando a sua equipa ganha. É normal. O que não é nada normal é que o façam num local tão pouco adequado para o efeito como é um estádio de futebol. Podem fazê-lo antes ou depois na igreja, na sinagoga, na mesquita ou à beira-mar, onde quiserem. É ridículo misturar a celebração desportiva com a celebração religiosa. Jesus não jogava futebol, nem na Bíblia se fala de estádios - ou de qualquer tipo de desporto, para esse efeito. A religião está para o futebol como o futebol está para a religião: nada têm a ver. A Igreja Evangélica a que pertence Káká diz que a decisão é hipócrita, e que não podem impedir o jogador de apontar com o dedo para o céu a agradecer. Só que, como a imagem documenta, isto é tudo menos apenas "apontar para o céu". O Vaticano, como sempre, está "contra" a decisão das federações dinamarquesa e egípcia. Tudo bem. Concordo com eles se me deixarem jogar à bola no meio da Praça de S. Pedro durante a missa. Combinado?

6 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Leocardo,

O título, infelizmente, peca por defeito. Faltou aqui uma pequena referência aos amigos islâmicos que levam a religião para o Estádio (já sei fala do que sabe não é e não procura saber mais). Os talibans, por exemplo, utilizam o estádio de futebol em Cabul para levar a cabo umas pequenas execuções no intervalo da bola. Tudo na boa execução da bela sharia.

Se quiserem ver como os tolerantes islâmicos se divertem sem majoretes ao intervalo é ver o Beneath the Veil no youtube. Ou ir jogar à bola para um estádio em Cabul se a praça de S. Pedro não estiver disponível por imposição dos fanáticos católicos.

Anónimo disse...

ridículo... qualquer dia vai ser proibido comemorar os golos porque os jogadores e adeptos adversários têm sentimentos que não devem ser melindrados....

Leocardo disse...

Anónimo das 12:01, desde quando é que os talibans, que são 10 mil gajos, passaram a servir de exemplo para você poder comparar a Igreja Católica com o Islão? Está tudo bem consigo?

E que eu saiba a federação egípcia que me referi no texto não é propriamente de um país cristão, pois não? Se acha bem que se reze nos estádios mas acha mal que se jogue à bola na Praça de S. Pedro, é porque acha que a religião merece mais "respeito" que o futebol. Só que para mim e pelos vistos para as federações em causa é cada coisa no seu lugar.

Anónimo das 20:29, nada contra os jogadores mandarem um beijinho lá para cima ou benzerem-se antes do jogo começar, mas ridícula é a forma como o Kaká, por exemplo, usa o jogo e a profissão dele para demonstrar o seu fanatismo religioso. Se fosse assim tão bonzinho dava os rios de massa que o futebol lhe dá à caridade. A igreja dele aposto que só lhe tira.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Meu caro Leocardo,

É claro que nada é comparável com a Igreja Católica, composta por sanguinários seguidores nos dias que correm e aos quais convém estar atentos e dedicar várias e prolixas referências e remoques. Deixemos por isso a religião da paz, o Islão, fora que qualquer referência, não vá um pacífico seguidor desses anjos decretar uma fatwa contra o Bairro do Oriente. Não se preocupe geralmente são inofensivas. O Theo Van Gogh que o diga.

Se isso acontecer pode sempre contar com o apoio do Cat Stevens, que a propósito do Salman Rushdie disse "He must be killed. The Qur'an makes it clear - if someone defames the prophet, then he must die." É realmente uma porra não ter a liberdade de comentar o Islão e a sua pacífica ideologia, mas até o percebo.

Leocardo disse...

O que é que isto tem a ver com as manifestações religiosas nos estádios e futebol é que fico sem perceber.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Caro Leocardo,

Tem razão, nada tem a ver. Como se pode ver infra a religião da paz e seus clérigos também desencorajam misturas entre os muçulmanos e a prática desportiva (ou até o simples facto de se ser um espectador). Ora vejamos a primeira de treze "evil consequences of sporting competitions" resultantes da interpretação do Corão:

1) Causing Muslims to love, glorify, esteem and honour disbelievers:

One of the most dangerous consequences of these contests is the breaking and dissolving of the barrier of disavowal between Muslims and disbelievers which is the most important base of belief.

These contests aim to eradicate the Muslim’s hatred towards the disbelievers, the hatred which is a natural result of the disbeliever's enmity towards the Muslims and their fighting against them using all available means. What is even worse than this is when the Muslims begin loving, esteeming, praising, admiring, glorifying and exalting the mention of the disbelievers. They even become angry if anyone dispraised these disbelievers whom they admire and love and go out of their way to get their shirts, autographs, or even a hand-shake

Some Muslims hang pictures of these disbelieving football stars in their houses and cars and even on their bodies in the form of tattoos; others would go as far as carrying these disbelieving players or coaches on their shoulder.

‘Aa’idh Ibn ‘Amr , may Allaah be pleased with him, was with Abu Sufyaan, who was not a believer at that time, on the day the Prophet sallallaahu ‘alaihi wa sallam conquered Makkah to meet the Prophet. As they approached, some of the companions of the Prophet sallallaahu ‘alaihi wa sallam said: "Here comes Abu Sufyaan and ‘Aa’idh Ibn ‘Amr." Thereupon, the Prophet sallallaahu ‘alaihi wa sallam said: “No, rather, here comes ‘Aa’idh Ibn ‘Amr and Abu Sufyaan. Islaam honours and nothing else can give honour beside it.” (Daaraqutni). Imaam Ibn Hajr, may Allaah have mercy upon him, said commenting upon this Hadeeth: "Mentioning someone’s name first reflects their virtue." This was the case due to the companions of the Prophet sallallaahu ‘alaihi wa sallam merely mentioning the name of a disbeliever before that of a believer, therefore, what is the case when Muslims praise, honour and glorify the disbelievers and even carry them on their shoulders?"

Para mais ide ler em www.alminbar.com/worldcup.asp

Espero assim ter correspondido ao tópico e ter dado mais um pedaço de informação para que depois possa fazer comentários e remoques que vão além da referência isolada à Igreja Católica, esses demos.