sábado, 29 de agosto de 2009

Quem é Heidi Krieger?


Agora que tanto se fala da questão do género, graças à vitória da sul-africana Caster Semenya na prova dos 800 metros nos últimos mundiais de atletismo, voltam os fantasmas do doping. Semenya foi treinada por Ekkart Arbeit, técnico alemão caído em desgraça depois de ter sido acusado de administrar doses massivas de testosterona a atletas do sexo feminino. À memória vem logo o caso de Heidi Krieger, uma das vítimas de Arbeit. Mas quem é Heidi Krieger? A pergunta devia ser feita nestes termos: quem foi Heidi Krieger, hoje conhecida por Andreas Krieger? Foi uma atleta da antiga Alemanha de Leste, campeã europeia do lançamento do peso em 1986, que se retirou da alta competição em 1990, aos 24 anos. Depois de lhe ter sido administrada testosterona durante vários anos, Krieger apercebeu-se que tinha todas as características físicas de um homem, excepto um pénis. Submeteu-se a uma cirurgia de redesignação de género em 1997 e ficou a ser conhecida por "Andreas". Krieger foi testemunha chave do julgamento de Manfred Ewald e Manfred Hoeppner, respectivamente responsável pelo desporto da ex-RDA, e presidente do comité olímpico daquele país, que foram mais tarde condenados por "negligência dolosa contra a saúde de atletas, incluíndo menores". A medalha Heidi Krieger (Heidi-Krieger-Medaille) é atribuída anualmente a atletas alemães que se destacam no combate ao doping. Krieger é casado com a ex-nadadora Ute Krause, também ela uma vítima de doses massivas de esteróides anabolizantes. Não consegue dormir de lado devido a dores provocadas por anos a levantar pesos utilizando esteróides. Um caso que nos deixa a pensar: até onde vale a pena ir em busca da glória desportiva?

3 comentários:

Anónimo disse...

que confusão afinal é gajo ou gaja?

Leocardo disse...

Agora é um gajo. Com instrumento e tudo.

Anónimo disse...

Há coisas que não acontecem por acaso. A RDA era a maior potência do atletismo nos anos 80, quando chegava a ter mais de 30 medalhas, 10 delas de ouro. A RFA, pelo contrário, nunca chegava às 10 medalhas e às vezes nem ganhava nenhuma de ouro. Tudo fazia crer (basta saber que 2+2=4) que após a reunificação da Alemanha esta se transformasse numa potência ainda maior. Afinal, as duas alemanhas juntas passaram a conseguir as mesmas ou pouco mais medalhas do que a antiga RFA. As medalhas da RDA esfumaram-se, o que na altura foi uma grande surpresa, mas hoje já todos sabemos por que é que tal aconteceu. E a/o Heidi/Andreas também sabe porquê.

Até aqui eu achava ridículo que se pusesse em causa a vitória de Caster Semenya. Se nasceu assim, não há porque prejudicá-la. Mas agora que o Leocardo revela que o tal Ekkart Arbeit a treinou, começo a achar que a Federação Internacional de Atletismo deve mesmo fazer os testes que estiverem ao seu alcance e deve, sem dúvida, investigar o caso. Para que não haja mais RDAs.