Fez na quarta-feira 25 anos que pela primeira vez na minha vida os meus pais me deixaram ficar a pé a noite toda. Tinha 12 anos e lembro-me como se fosse ontem. A ocasião era especial: a família juntava-se toda em frente à televisão - que já era a cores - para ver Carlos Lopes vencer a maratona olímpica em Los Angeles. Ainda hoje me surpreende a certeza que o meu pai tinha: "Hoje o Carlos Lopes vai ganhar a maratona". Para ele a corrida era um pro forma. Até abrimos a caixa dos aperitivos mais caros, guardados apenas para os momentos desportivos mais especiais. Ainda tinha sobrado uma daquela malfadada meia-final do Euro 84 contra a França. O Carlos Lopes ia "de certeza" ganhar. E ganhou. Foi a primeira medalha de ouro olímpica para Portugal. Fez-se história e ainda se faz. Carlos Lopes foi, com 37 anos, o vencedor mais velho de sempre da maratona olímpica, e com um recorde que só caíu o ano passado em Pequim aos pés de um queniano de nome Wanjiru. Passaram-se 25 anos. Uma geração. Hoje Carlos Lopes tem 62 anos e é ainda uma referência. Já sei que foi na quarta-feira, mas os afazeres têm-me impedido de honrar o homem e o atleta como ele merece. Ora aqui está.
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