segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cybercafés - as bibliotecas do presente


Os cybercafés pedem respeito. A meu ver, com muita razão. Um cybercafé não é, ou pelo menos não devia ser um antro de criminosos e perdição. É um local onde turistas ou pessoas que não têm um PC em casa (sim, nem toda a gente pode comportar o preço de um PC) usam a internet. No fundo, devia ser como uma biblioteca, e os preços (cinco patacas por hora em média) são bastante convidativos. Se estão a ser cometidas ilegalidades, isso é um caso de polícia, nada a ver com os cybercafés em si. Se alguém fuma nesses locais, que se cumpra a lei do fumo em recintos fechados.

Mais uma vez o comportamento das crianças que frequentam estes locais é da responsabilidade dos pais. Os cybercafés não são uma escola nem um baby-sitter. Os pais é que são os encarregados de educação, e devem saber onde os filhos andam ou o que fazem. E quem é maior de 18 anos é responsável pelos seus actos e pode frequentar um desses locais das oito da manhã às oito da noite, se quiser. Ninguém tem nada a ver com isso. Uma coisa contudo fico sem perceber: se os jovens faltam à escola porque se ditraiem nos cybercafés, como é que se tornam delinquentes? Não estão "distraídos"?

Meter os cybercafés no mesmo saco das casas de jogos electrónicos (onde não se aprende nada) é um perfeito disparate. É sabido que nas tais casas de jogos juntam-se delinquentes, consomem-se estupefacientes, fazem-se apostas ilegais - e tudo isso "alegadamente". E o que tem sido feito no sentido de combater este problema que seja preciso fazer nos cybercafés? Muita gente utiliza os cybercafés como único local onde pode aceder à internet, onde lêm notícias, fazem consultas, mandam e-mails. Pensar numa cidade onde se policia os cybercafés ou onde se limita a liberdade de aceder a conteúdos é um sinal de atraso. Bloquear a pornografia e afins? Isso é fácil. A pornografia vê-se em casa, até por motivos de higiene.

É fácil acenar ao enorme segmento da população que nem sabe o que é a internet que estes cybercafés são um antro de vício onde a juventude se perde. Contra a ignorância não há nada a fazer, e infelizmente há muita gente que a usa para atrair apoios e ganhar votos. São os higienistas da nossa praça, e todos sabemos quem eles são. Que se limpem os cybercafés, que se iluminem, que se respeite a lei e que se esclareça de uma vez por todas qual é a idade mínima para que os frequentem. E que se punam os responsáveis que não cumpram as regras. Agora que se respeite a existência destas bibliotecas do presente. Quantos mais existirem, melhor. É um sinal de progresso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Oh sr Leocardo qual é a velocidade ai da net em Macau?aqui em portugal ja estamos nos 100 MB velocidade