terça-feira, 25 de agosto de 2009

Simpsons de Angola


Mais de vinte anos e 400 episódios depois, os Simpsons chegaram a Angola. A série da autoria de Matt Groening e transmitida semanalmente na Fox Television fez um "makeover" para chegar ao Canal Bué da televisão angolana. Os Simpsons, a família americana não pré-histórica mais famosa do mundo, são promovidos com uma tez mais escura, roupas e penteados mais afro, e até a célebre cerveja Duff é substituída pela angolana Cuca.

E o que tem isto de mal? Para os angolanos, nada. Para os americanos, é "politicamente incorrecto". Os episódios da série serão exactamente os que passam nas televisões de todo o mundo, mas esta aproximação "africanizada" ao mercado angolano ofendeu os puritanistas do país do Tio Sam. Concordo com o director comercial do canal angolano, António Páscoa, quando diz que isto se deve ao facto dos americanos "não terem ultrapassado ainda a questão racial". Na mouche, sr. Páscoa.

Século e meio depois da abolição da escravatura (em alguns estados do Sul ainda existia até ao fim da primeira metade do sec. XX) os americanos vêm racismo em todo o lado. Mas não se pense que este racismo é uni-dimensional. Os negros americanos, vulgo afro-americanos, têm-no aproveitado para justificar tudo o que lhes corre mal, ou para enriquecer à custa daquela tremenda palhaçada que é o "gangsta rap" e afins.

O racismo na América serve de desculpa para tudo, até para a violência. Em mais nenhum país onde etnias distintas têm que conviver juntas se verifica tremenda paranóia. Perguntem a um brasileiro branco, negro ou mestiço se se sente menos brasileiro que outro. Perguntem a um malaio nativo, indiano ou chinês se não é também malaio. Perguntem a um jogador de origem turca ou polaca que representa a selecção de futebol alemã se não se sente tão alemão como os outros.

Na América quando um actor negro não é nomeado para um óscar, levantam-se ondas de choque na comunidade afro-americana. Quando um professor de Harvard - uma pessoa supostamente muito inteligente - é confundido com um criminoso porque se esqueceu da chave de casa e tentou entrar pela porta da traseira, atirou com a questão rácica pelo simples facto de ser negro (no lugar do sr. polícia eu também pensaria que se tratava de um assaltante, e o facto de ser branco ou negro não vem para o caso).

Perante tudo isto até o alegado avanço da extrema-direita europeia parece uma brincadeira de crianças. Às vezes penso que os americanos elegeram um presidente negro por algum tipo de complexo de inferioridade, ou por alguma "private joke". Ou então porque a alternativa era mesmo terrível...

1 comentário:

Anónimo disse...

A estupidez, realmente, não tem limites. Sobretudo a estupidez americana, que bate tudo e todos.