segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Prefiro não responder


O colégio britânico Bransley, em South Yorkshire, foi alvo de queixas após questionar os estudantes sobre a sua orientação sexual na ficha de inscrição. Do formulário de inscrição constam as perguntas habituais, mas quando chega ao campo do género, pergunta-se "se tem o mesmo sexo de quando nasceu", e a seguir surge um campo onde se pode optar por uma destas inclinações: "bissexual, gay, lésbica, heterossexual, transexual ou 'prefiro não responder'". Ser transexual já é o que é, mas quando alguém se torna num "prefiro não responder", mais valia não ter vindo a este mundo.

Aliás essa foi uma dúvida levantada por um dos candidatos, Kelsey Bennet: "Tu sentes-te sob pressão para responder à questão e se colocares uma cruz na opção 'prefio não responder' faz questionar as pessoas porque é que fizeste isso". De facto. Alguns dos estudantes, com idades entre os 16 e 17 anos, saíram da inscrição em lágrimas; Porque será? Muito suspeito...se calhar eram "prefiro não responder" e não queriam que ninguém soubesse.

Tanto alunos como pais não entendem que sentido faz questionar os jovens sobre a sua orientação sexual, e como era de esperar, entraram em cena os activistas gay, que exigem que o colégio reveja este procedimento. Kay Tinkler, director-adjunto do Fórum Gay Lésbico Bissexual e Transgénero e "prefiro não responder" assumido, diz não entender porque é que a pergunta aparece na parte da frente da folha de inscrição. Ora, como já dizia o lobo mau, "é para te ver melhor". Wes Streeting, líder de um grupo a favour da igualdade na Educação - outra assoiciação gay - diz que isto é um desrespeito pelo direito à privacidade. Concordo, pois não há nada pior que um aluno ser apontado devido às suas práticas de "prefiro não responder", por outros que até respondem com frequência, mesmo que errem às vezes.

O colégio alega tratar-se de um procedimento normal, e a pergunta insere-se no mesmo tipo de outras feitas por diferentes instituições de ensino, abordando questões mais específicas, como deficiência, gravidez, credo religioso ou raça. Contudo o director Colin Booth pede desculpas a quem tenha ficado ofendido, especialmente os "prefiro não responder", e promote rever a fiche de inscrição. Realmente não se pode ser bom, pois as intenções do colégio eram as melhores. Ficando a conhecer a orientação sexual dos alunos, era mais fácil corresponder às suas necessidades. Assim na cantina tinhamos pratos azuis para os hetero, e cor-de-rosa para todos os "prefiro não responder". Não era melhor assim?

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