Um artigo na edição da semana passada d’O Clarim, assinado pelo meu amigo Pedro Daniel Oliveira, chamou-me a atenção e levanta uma questão pertinente. Na verdade somos bombardeados diariamente com pornografia mais ou menos dissimulada, e muita dela descarada, nas redes sociais. Em muitos casos esteas mesmas redes sociais servem para que prostitutas declaradas publicitem os seus serviços, disponibilizem números de telefone e outra informação pessoal, e tudo isto acompanhado de muita chicha e poses provocantes para acicatar o apetite dos eventuais clientes. Os preços são proibitivos, pelo menos para o meu bolso – há coisas que se resolvem em cinco minutos com a mão direita e poupam-se duas ou três mil patacas. E para o efeito as imagens disponibilizadas pelas cachopas até dá uma ajuda.
Para a maioria dos cibernautas que andam pelas redes sociais, que procuram contactar os amigos, discutir temas diversos, partilhar fotografias e publicar curiosidades, este é um mundo à parte. Contudo há quem frequente as redes sociais com fins menos ortodoxos, ora publicitando um produto ou um serviço, em muitos casos com propósitos desonestos, há quem venda o próprio corpo, e inevitavelmente há quem o compre. Quem disse que o mundo virtual são rosas? Todo o tipo de gente passa a fronteira do real para o outro lado, não é preciso visto e não existe controlo alfandegário.
Uma desses redes sociais mais bizarras é um tal de “Tagged”, pouco recomendável para gente decente. Nesta espécie de Facebook menos elaborado está um sem número de predadores sexuais e aficionados do sexo remunerado em busca de “encontros” com mulheres que partilhem ali o seu perfil. Tenho a certeza que muita gente concretiza os seus intentos, e que do “Tagged” nascem grandes amizades e algo mais, mas o que não falta são casos de virgens inocentes que mal abrem ali uma conta recebem quase de imediato uma mensagem de um marmanjo qualquer que lhes pergunta: “Quanto é?”. Sou um tipo liberal, ou pelo menos considero-me como tal, mas mulher minha não abre conta no “Tagged”.
Para mim o Facebook já é suficiente para roubar algum do meu tempo mais precioso, e resisto aos convites para me juntar às inúmeras redes sociais da moda, cada uma a prometer mais e melhor. Para evitar confusões não tenho sequer iPhone, e por inerência faltam-me as aplicações que levam muito boa gente a cair a tentação. Mas a internet é como tudo: utilizada com siso e bom senso, é possível evitar muita da sujidade que por ali anda. Para quem gosta, não faltarão opções. E que façam bom proveito.
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