"Derbies" com História

A época de 1987/88 ficou conhecida pelo “ano do Dragão”, e não foi por acaso. No ano seguinte à conquista da Taça dos Campeões em Viena, os dragões sob o comando do croata Tomislav Ivic venceram a Supertaça Europeia, a Taça Intercontinental, o campeonato nacional e a Taça de Portugal. Nesse ano a liga foi um autêntico passeio para os portistas, que terminaram com 15 pontos de vantagem sobre o Benfica. O clássico realizou-se na última jornada, com os azuis-e-brancos já há muito confirmados campeões, e os encarnados foram os “cabeçudos” na festa das Antas. A superioridade da equipa da casa ficou bem patente, com uma vitória tranquila por 3-0, com golos de Rui Barros e um “bis” de Jaime Pacheco . Uma equipa de que os adeptos portistas terão certamente muitas saudades.


Em Abril de 1991 o “derby” Porto-Benfica foi um dos mais aguardados de sempre. Os encarnados, orientados então pelo sueco Sven-Goran Eriksson, visitavam as Antas com um ponto de vantagem sobre os dragões de Artur Jorge. Os jogadores do Benfica precisaram de se equipar no corredor, uma vez que o balneário reservado à equipa visitante estava sem condições, com um ar irrespirável provocado por um cheiro intenso não identificado. Aquilo que foi considerado uma manobra intimidatória por parte dos portistas não produziu os resultados desejados, e o Benfica saíu da invicta com uma vitória por 2-0 que os fez arrancar para o título. Ambos os golos foram apontados por César Brito, avançado internacional português que vestiu a camisa das águias durante nove épocas, e que ainda hoje é recordado por essa tarde inspirada nas Antas.


O “derby” da época 2010/11 foi um dos mais desiquilibrados de sempre, com o FC Porto a golear por 5-0 os então campeões nacionais. Foi a 7 de Novembro, à 10ª jornada, num jogo ainda bem presente na memória dos adeptos de ambos os clubes. O Benfica teve um início de época desastroso, mas cinco vitórias consecutivas entre a 5ª e a 9ª jornada levavam os encarnados ao Dragão com uma desvantagem de sete pontos. Dois golos de Falcão e Hulk e outro de Varela vergaram a equipa de Jorge Jesus à derrota mais pesada desde que o treinador chegou à Luz em 2009. O Porto desse ano foi um dos melhores de sempre. Treinados por André Villas-Boas, os dragões conquistaram a Liga com mais 21 pontos que os rivais de Lisboa, e a isto juntaram também a Supertaça (também frente ao Benfica), a Taça de Portugal e a Liga Europa.