Qualquer notícia que chega da Coreia do Norte é motivo de atenção especial, uma vez que pouco do que se passa no país mais isolado do mundo é dado a conhecer à opinião pública mundial. Mais surpreendente se torna uma notícia chegada da ditadura dos Kim quando demonstra sinais de abertura democrática, como é o caso desta: o Governo de Pyongyang decidiu o mês passado relaxar o controlo do estado sobre os salários, numa tentativa de elevar a competitividade e aumentar a produção. Assim a partir de agora as empresas estão autorizadas a usar parte dos seus lucros para pagar melhor aos seus trabalhadores, conforme a sua produtividade. A ideia é criar um sistema de incentivos, que permita aos trabalhadores norte-coreanos receber mais se demonstrarem mais empenho e elevarem a produtividade. Já o ano passado o regime tinha permitido a directores de empresas mais liberdade na tomada de decisões relacionadas com a gestão e aos camponeses de poder guardar para si quaisquer excedentes de produção que ultrapassem as cotas estabelecidas pelo estado comunista. Segundo Ri Ki Song, professor do Instituto de Ciências Económicas da Universidade de Pyongyang, estas reformas não indicam uma eventual mudança para uma economia de mercado, e que “o controlo socialista dos meios de produção está firmemente estabelecido, e é para continuar”. Kim Jong-Un, filho do ex-presidente Kim Jong-Il e neto do fundador da nação Kim Il-Sung, tomou posse em Dezembro de 2011, herdando um país devastado pela carência de alimentos, combustíveis e outros recursos básicos. O jovem presidente estabeleceu a Economia como sendo a maior prioridade, criando um “gigante económico” que leve a um “aumento da produção, estabilizando e melhorando o nível de vida da população”. Realmente era ideal que se concentrasse mais nestes objectivos e não insistisse na postura de confrontação com o seu vizinho do sul e os Estados Unidos. Mais trabalho e menos mísseis, sr. Kim.
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