Em primeiro lugar gostava de pedir desculpas pelo título deste artigo, mas não consegui pensar noutro mais adequado a um acto de racismo e xenofobia do calibre da primeira página do jornal Ou Mun de ontem. Como noticiou a edição de hoje do JTM, um grupo de associações obscuras da RAEM fez publicar no jornal mais lido do território um manifesto que apela à população (chinesa, claro) que boicote produtos filipinos e evite contratar empregadas domésticas das Filipinas. Só faltou mesmo apelar a que os residentes que já tenham ao seu service uma empregada filipina que a demitam. Em causa está o recente incidente diplomático provocado pela morte de um pescador taiwanês há duas semanas, quando a guara costeira das Filipinas disparou sobre uma embarcação de pesca da ilha nacionalista que alegadamente teria entrado em águas filipinas.
Segundo o JTM, a publicação de um anúncio desta natureza na primeira página do Ou Mun custará algo como 160 mil patacas, e o diário em língua chinesa certamente não se inibirá de publicar seja o que for, uma vez que mais do que um media, trata-se de uma empresa com fins puramente lucrativos. Qualque porcaria é publicável, desde que não atinga o Governo, o maior patrocinador do Ou Mun. Qualquer leitor deste jornal minimamente inteligente terá ignorado o anúncio e virado a página em busca das notícias "a sério", e mais uma vez os autores desta palhaçada ficam mal na fotografia. Tal como aconteceu naquele apelo "patriótico" à destruição da casamata de Coloane, dificilmente se encotrará alguém disposto a assumir a autoria da gracinha. Explicar a esta gentinha que os pobres trabalhadores não-residentes originários das Filipinas não têm a culpa do lamentável incidente ocorrido em alto-mar no início do mês é escusado. O que ainda me surpreende é que ainda haja quem pense que a malta do Novo Macau Democrático é xenófoba e não sei quê. Ora aqui está a primeira página do Ou Mun de ontem. Limpem o cu a ela e depois coçem.
4 comentários:
Totalmente de acordo . Nojenta essa gente e esse pasquim a que chamam jornal
não sei se eh o jornal mais lido, eh somente com maior numero de tiragem
Eu não quero parecer racista, mas temos de admitir que as Filipinas são mesmo um fracasso de nação a todos os níveis. Mesmo com o desenvolvimento incrivel ocorrido na região Ásia Pacifico nos ultimos 15 anos, este país não foi minimamente capaz de aproveitar a onda e avançar na tabela do desenvolvimento social, politico e economico. Comparando por exemplo com os territórios vizinhos da Malásia e Taiwan, continua a ser um país atrasado e as diferenças ainda são gritantes.
É uma desgraça de país (quem conhece Manila e outras regiões sabe bem o que digo), onde reina a corrupcão e incompetência governamental e onde um médico ou engenheiro continua a ganhar menos que uma empregada de limpeza em Macau e Hong Kong.
Mas para completar este ramalhete, ainda têm de se meter constantemente em sarilhos com os vizinhos (como por exemplo a tragédia do sequestro dum autocarro turistico onde a incrivel estupidez e impreparação policial resultou em quase uma dezena de mortos, quase todos de Hong Kong).
Claro que a culpa não é destas empregadas que trabalham fora do seu país... mas que raio!! será que aquele povo não consegue levantar-se e dizer basta a esta vergonha e incompetência generalizada?? Será que não há gente naquela terra que consiga governar de forma decente?? Até a Indonésia que há uns anos estava ao mesmo nível é hoje uma das economias com maior crescimento a nível mundial (e que já pouco exporta empregadas domesticas).
Sinceramente não consigo compreender o que está errado com aquela gente. Um simples exemplo desta tristeza de nação: as Filipinas estão quase no topo dos países mais populosos do mundo com quase 100 milhões (!!) de pessoas.
Pois sabem quando foi a ultima vez que ganharam uma medalha nuns jogos olímpicos? Foi em 1996!! E sabem quantas medalhas de ouro ganharam na sua história?? 10? 5? 2?
Resposta: zero!!
Não admira que a minha empregada diga-me constantemente que tem uma vergonha enorme da sua terra natal... pudera!
Muito bem anónimo, e para juntar a tudo isso ainda temos os emigrantes, os tais que querem fazer pela vida lá for a porque - pelas razões que enumerou e outras - o seu país não lhes dá nda, serem vítimas de racismo. E neste caso particular uma forma baixa de racismo que noutras jurisdições teria consequências. Aqui parece ser um "desporto" bater nos mais fracos e vulneráveis.
Cumprimentos
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