A Comissão de Luta contra a Droga (CLCD), paladinos do combate à toxicodependência e do tráfico de estupefacientes, sugerem penas mais pesadas para o consumo, posse e tráfico de substância ilícitas, considerando a actual moldura penal demasiado ligeira e pouco dissuasora. Há quem tenha chegado em tempos a sugerir que em países onde se aplica a pena de morte para estes crimes o combate à droga produz melhores resultados. Enfim, não há limites para a estupidez. Augusto Nogueira, presidente da ARTM, defende que o agravamento das penas vai afectar apenas o elo mais fraco da cadeia do tráfico, ou seja, os pequenos traficantes, e que mesmo assim não vai desencorajar as “formigas” que passam nos postos fronteiriços com pequenas quantidades de estupefacientes. É sintomático de quem já não sabe o que fazer para reduzir os números da toxicodependência em Macau; a medida populista de aumentar as penas faz passar a mensagem de que o Governo se preocupa mesmo com a juventude, entregue a essa bicharada malvada que são os traficantes, e a esse maldito veneno que é a droga. Os meninos, coitadinhos, não procuram a droga. São os malandros que as enfiam pelas trombas acima e pelas veias abaixo. Assim bem podiam mudar de nome para Comissão da Detenção dos Consumidores e Traficantes de Droga. Assim é fácil: prisão com eles todos e não é preciso queimar neurónios elaborando estratégias de prevenção do consumo e dissuasão positiva da criminalidade.
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