quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Futuro penhorado


Perante o aumento do custo de vida e a impossibilidade de esperar pelo salário para pagar as contas, são cada vez mais os cidadãos de países do sudeste asiático que optam por empenhar os seus relógios de luxo, jóias e outros valores. O fenómeno levou à proliferação das casas de penhores em cidades da região, como Singapura, Kuala Lumpur, Bangkok ou Hanói. O negócio é tão apetecível para eventuais investidores que o “reality-show” norte-americano “Pawn stars” visitou a região o mês passado, e empresas da especialidade cotadas na bolsa, como a MoneyMax, viram as suas acções valorizarem-se em trinta pontos percentuais. Os compradores procuram dinheiro rápido em troca dos seus objectos preciosos, em alguns casos relíquias de família que não têm para eles qualquer utilidade senão meramente decorativa, e os compradores andam atrás de pechinchas. De acordo com os analistas finaceiros, os mercados do sudeste asiático ainda estão a salvo da grave crise económica que atingiu a Europa nos últimos quatro anos, mas bastou o abrandamento da economia chinesa para se gerar alguma tensão. De acordo com o Credit Suisse, são exactamente países como Singapura, Malásia, Vietname e Tailândia onde a recessão mais se faz sentir no orçamento familiar, levando os seus habitantes a recorrer a meios alternativos de financiamento. Na Tailândia, por exemplo, os lucros líquidos das casas de penhor aumentaram em 15-20%, especialmente na área de Bangkok. Depois de anos de crescimento económico, os tailandeses recorrem agora aos investimentos que fizeram com o seu “pé-de-meia” para tentar manter o mesmo estilo de vida. Investidores em Singapura relacionam a proliferação deste tipo de negócios com a actual resiliência dos bancos em autorizar empréstimos pessoais.

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