O director do Jornal Tribuna de Macau, José Rocha Dinis, falou no seu
editorial de hoje da distribuição de hamburgueres gratuitos pela cadeia McDonald's na última segunda-feira de manhã. Entre algumas consideraçãos oportunas (a promoção devia ter visado as famílias mais carenciadas e com menores rendimentos, lógico), leio no fim que "nas redes sociais em língua portuguesa houve quem aliasse esta longa bicha à “fome” que grassa “nesta terra de milhões”. Não sei em que rede social o director do JTM leu isto, mas não foi neste blogue com toda a certeza. Quando disse no artigo de segunda-feira que os idosos e restantes desocupados com demasiado tempo nas mãos ocorreram ao McDonald's "quais mortos de fome sujeitos a um racionamento em tempo de guerra", estava a ser sarcástico, é óbvio. É claro que em Macau não existe "Fome" como a que conhecemos, como existe na África, na Índia, ou até no interior da China - quem sabe se mesmo aqui ao lado em Hong Kong existam cidadãos a passer fome em silêncio. Mas aqui não, "of course". José Rocha Dinis remata dizendo que isto não é "fome"...é "apetite". Quando alguém que possui os recursos para fazer duas ou três fartas refeições diárias, e quando às vezes não o faz é porque não quer, e se sujeita a passar uma hora ou mais na fila do McDonald's para obter gratuitamente um hamburguer que normalmente custa menos de dez patacas, não é uma coisa nem outra. É apenas mesquinhez.
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