A China foi "inundada", durante esta semana, por uma "onda" de divórcios, mas as razões não são sentimentais. Os chineses estão a acabar com os casamentos oficialmente, apenas, o verdadeiro motivo é a fuga a um imposto sobre os lucros na venda de propriedades.
O imposto de 20%, criado pelo Governo de Pequim no dia 1 de março para travar a especulação imobiliária, é aplicado sobre os dividendos resultantes da venda de propriedades imobiliárias.
Mas, segundo a agência France Press, uma lacuna na lei permite que, em certas condições, os casais proprietários de duas casas se divorciem, dividam as duas propriedades e vendam uma sem pagar imposto. Depois, os divorciados podem casar-se outra vez.
"É uma atitude prática. Pode ser estranho, mas a política força as pessoas a fazerem isso", disse à agência Reuters Li Li, director-geral da "International Strategic Group", uma empresa de consultadoria imobiliária de Xangai.
Muitos chineses, dadas as escassas opções de investimento, aplicam grande parte das suas poupanças em património imobiliário, o que tem contribuído para o aumento dos preços das casas, segundo a "Tribuna de Macau" que adianta ter-se tornado este "fenómeno inflacionista" num grave problema na China, já que "os preços elevados das casas impedem que muitos habitantes se convertam em proprietários".
"As autoridades de Xangai escusaram-se a divulgar estatísticas sobre o número de divórcios recentes, alegando que esses dados poderiam encorajar as táticas de evasão fiscal", refere o jornal com sede em Macau.
Xangai parece ser a localidade mais afetada, mas o crescente número de divórcios não se verificou apenas na maior cidade da China, segundo a imprensa chinesa, também em Cantão, no sul, Harbin, no norte e Ningbo, no leste, os cartórios fegistarm uma afluência anormal.
In Expresso
Sem comentários:
Enviar um comentário