Evo Morales sugere que o novo Papa "dê na coca"
O Presidente da Bolívia, Evo Morales, defendeu hoje perante as Nações Unidas as vantagens para a saúde humana da folha de coca e argumentou que até o próximo papa poderá beneficiar do seu uso, como fizeram outros papas.
Na Comissão de Estupefacientes da ONU, Morales distinguiu mais uma vez a cocaína da folha de coca, que é usada na medicina ritual.
"O uso da folha de coca no seu estado natural tem inúmeros e comprovados fins medicinais e provou a sua eficácia durante centenas de gerações no alívio da artrite, diabetes, vertigens e problemas digestivos", garantiu.
Morales lembrou que no século XIX se produzia na Europa um tónico conhecido como "vinho Mariani", que incluía folha de coca na sua composição e que o Papa Leão XIII, que morreu em 1903, era um utilizador, apelando mesmo a que o próximo Papa retome o seu uso.
O Presidente boliviano reivindicou que a folha de coca seja reconhecida como um produto tradicional e agrícola, lembrando que a Bolívia regressou à Convenção de Estupefacientes acordada em 1961 porque foi admitida uma exceção para a folha de coca mascada (conhecida localmente como "acullicu"), que deixou de estar classificada como atividade proibida.
"Penalizar a folha de coca é um erro histórico e hoje esse erro está a ser corrigido pelo apoio que temos tido na comunidade internacional", afirmou o Presidente defensor dos "cocaleros", ou agricultores que cultivam a folha de coca.
Morales defendeu que se deve apostar na industrialização e comercialização de produtos fabricados com folha de coca, referindo que já há no mercado vinhos, xaropes, compotas e pastas de dentes que a incluem.
A Bolívia vai celebrar com outros países acordos para a comercialização de produtos com folha de coca, anunciou ainda.
In Expresso
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