Uma viagem de sonho transformou-se em pesadelo para um casal suíço que viajava de bicicleta pela Índia há duas semanas. O casal viajava da cidade sagrada de Occhra até Agra, onde fica situado o Taj Mahal, e resolveu acampar a meio do caminho para descansar, algures no estado de Madhya Pradesh. Durante a noite foram atacados por seis homens, que imobilizaram o homem suíço, de 29 anos, e violaram repetidamente a mulher, de 39. Depois de roubarem os bens do casal, puseram-se em fuga, sendo mais tardes detidos pela polícia. Os suspeitos, com idades compreendidas entre os 20 e os 25 anos, tinham na sua posse 5,500 rupias indianas (cerca de 900 patacas), um computador portátil e um telemóvel, pertencentes às vítimas, além de uma arma de fogo. As autoridades declararam que os suspeitos operam ainda uma destilaria ilegal perto da zona onde ocorreu o ataque. Agora o mais surpreendente: o chefe da polícia local, o inspector Avnesh Kumar Budholiya, culpa os turistas pelo sucedido, alegando que "nunca deviam ter acampado ao relento num local tão ermo", e que deveriam ter passado pela esquadra de polícia e inquirido sobre locais onde podiam passar a noite. Ninguém garante que não seriam violados na esquadra, enfim. Se calhar as autoridades foram negligentes ao não afixar um aviso onde se lesse "Cuidado: violadores à solta" no local onde os turistas acamparam. A Índia tem sido notícia pelos inúmeros crimes sexuais que têm assolado o país desde Dezembro, altura em que uma jovem foi violada em grupo num autocarro em Nova Deli, vindo mais tarde a falecer devido à violência do acto. Neerja Ahlawat, socióloga e professora da Universidade Maharshi Dayanand, em Haryana, onde dirige um centro de estudos femininos, diz que existe uma forte tendência para a polícia não assumer a responsabilidade por este tipo de crimes: "As mulheres não estão seguras em muitas vilas e aldeias na Índia, em parte porque a polícia não quer assumir a responsabilidade pela sua segurança. Culpam a escuridão, as roupas provocantes que as mulheres usam, tudo menos a sua própria inércia". Índia: um local pouco recomendável para a condição feminina.
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