Ontem realizou-se a primeira missa dominical no Vaticano com a presença do novo Papa, a
angelus. Francisco I exerceu pela primeira vez as funções de líder da Igreja Católica, e foi uma agradável surpresa. Pela primeira vez desde que me lembro vejo um Papa com uma atitude mundana, próxima do seu numeroso rebanho. Tanto João Paulo II como Bento XVI discursavam numa voz sôfrega, arrastada, dando a entender que estavam quase a morrer. Francisco I é dotado de um oratória simples, acessível, com que nos identificamos mais facilmente. Estamos ali na presença de um homem de Deus, e não de um Deus-homem. Não espero que o novo pontífice leve a cabo as reformas de que a Igreja tanto necessita, ou que faça esquecer os recentes escândalos em que o clero se tem envolvido nos últimos anos, mas a atitude mais terrena é um progresso que se saúda. Mais uma vez a RTP pautou a cobertura da missa dominical na Praça de S. Pedro por uma grande dose de saloiice. Andavam por ali maluqinhos à procura de "portugueses", e lá os encontraram, feitos parvinhos a abanar bandeiras de Portugal e a gritar "Viva o Papa Francisco!", como se estivessem a apoiar uma equipa de futebol. Sendo Portugal um país católico, é natural encontrar portugueses no Vaticano assistindo à inauguração do novo Papa. Seria mais improvável encontrá-los em Lhassa, no Tibete, durante a entronização do novo Dalai Lama. Mais um exemplo triste do nosso atraso civilizacional. Pobre povinho, este.
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