O conflito em Gaza é o sabor do Verão em matéria e actualidade noticiosa, com imagens de destruição e morte a chegarem a um ritmo diário dos territórios palestinianos ocupados por Israel, que vem levando a cabo há semanas uma operação para neutralizar uma eventual investida do Hamas, grupo terrorista que governa (?) esses territórios desde 2007. Ambas as partes beligerantes desfazem-se em operações de charme para angariar a simpatia da comunidade internacional; Israel apresenta provas de que o Hamas esconde armas em habitações de civis, escolas e hospitais, e pelo sim pelo não bombardeia - em caso de dúvida o melhor é mandar tudo pelos ares, e o Hamas faz paradas com os mortos e os feridos, certificando-se que as camâras fotográficas e de televisão apanham a maior quantidade de sangue e tripas possível. Recentemente foi anunciado um cessar-fogo, finalmente alguma paz para aquela gente, e passado hora e meia o Hamas rapta um soldado israelita, mata-o, e recomeçam os bombardeamentos. C'est la vie.
A opinião pública divide-se entre apoiantes de Israel, que alegam que o Hamas é um grupo de fanáticos e malucos que maltratam as mulheres, os animais e as crianças, e os que estão solidários com o Hamas, ou pelo menos não aprovam a atitude ultra-militarista e agressiva de Israel. Entre uns e os outros, venha o Diabo e escolha. E que tal mandar os dois se irem-se lixar, dar uma volta ao bilhar grande, praticar saltos na prancha de cu-para-a-picha? Sinceramente não entendo esta gente que sentada por detrás do monitor de um computador, ou da praia através de um telemóvel, e que nunca ouviu uma explosão de perto manda bitaites condenando mais uma bomba que cai, mais uma escola que rebenta, mais uma "sacanice" do Hamas ao alojar civis em depósitos de armas, e vai não vai, lá cai uma teoria da conspiração avisando para os perigos de um mundo onde os árabes mandam. Ainda no outro dia vi (não digo "li" porque havia pouco para ler) um artigo da imprensa "online" judaica a ir buscar uma frase do ex-ditador líbio Moahammad Gaddafi, que era completamente passado dos carretos, e onde defendia que "as mulheres tomadas como prisioneiras de guerra que sejam virgens devem ser violadas antes de executadas, para prevenir que vão para o Paraíso". O que isto tem a ver com o conflito entre Israel o Hamas na faixa de Gaza? Não sei, estou à espera que alguém me elucide.
Isto não é uma partida de futebol nem um combate de boxe, onde se fica a torcer por uma das partes. Isto é guerra, pessoal, guerra. G-u-e-r-r-a. E é guerra entre dois lados que se odeiam. E o que fazem as pessoas que se odeiam umas às outras? Estão à espera que Israel sinta misericórdia, para a seguir o Hamas entender isto como um sinal de fraqueza e atacar? Ou que o Hamas implore de joelhos por perdão, e Israel aproveita para acabar-lhes com a raça? Deixemo-nos de merdas pá: isto não é uma guerra justa, como foi a II Guerra Mundial, onde a Europa se mobilizou para combater um louco e o seu regime predatório, isto não é a Revolução Francesa, isto é uma quezília por questões territoriais e étnicas, e por uma etnia que nem sequer é a nossa. Por mim matem-se, esfolem-se, mas não me chateiem. Quando acabarem de se matar, pode ser que se arranje gente de jeito para ir lá viver, e fazer alguma coisa daquilo.
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