Nome: Desconhecido (e irrelevante), por vezes chamado de "estranho vermelho" pelos residentes.
Actividade: Poluição visual e sonora, com forte inclinação para a palhaçada.
Meios: Uma grafonola "vintage" que reproduz o som arranhado de canções revolucionárias e discursos impossíveis de identificar através de um altifalante adquirido no ferro-velho.
Móbil: Inicialmente seria protestar contra uma companhia de seguros na China, mas actualmente ninguém sabe nem quer saber, mas afasta-se dele o mais rapidamente possível.
Ligações: Tirando outros igualmente suspeitos de sofrer de algum desequilíbrio da psique, nenhuma de relevo.
Reacções: Pena, sentirão alguns, mas na maior parte das pessoas irritação e desprezo.
Risco: Nulo, a não ser a ele próprio; tirando uma vez em que se cortou e ficou a sangrar no meio do Largo do Senado e obrigou a polícia a chamar uma ambulância, não vai além de fazer chinfrim e ocasionalmente parodiar-se em frente a espaços públicos, onde ignorado pelos transeuntes, cansa-se ao fim de uma ou duas horas e vai-se embora.
Propedêutica: Nenhuma; caso lhe apeteça tem permissão para se continuar a humilhar e passar por pateta a título vitalício, e já é atracção turística.
Nome: Jason Chao Heng Tei
Actividade: Activismo político
Meios: Manifestações concorridas, retórica inflamada anti-sistema apoiada por uma organizada máquina política que oportunamente denuncia as violações dos direitos inerentes ao segundo sistema.
Móbil: Democratização do sistema, realização de eleições através do método do sufrágio universal.
Ligações: Pan-democracia e associações recém-criadas assumidamente desalinhadas com o poder instituído, que vão angariando membros entre a juventude com educação média e superior descontentes com a inibição da prática de direitos civis.
Reacções: Inicialmente tido como quase louco, começa a despertar o interesse da opinião pública para os temas da democracia e do protesto contra o poder político.
Risco: Elevado. Pretende desafiar o Governo Central que sempre confiou na população de Macau, e colocar o território numa posição de extrema oposição ao regime.
Propedêutica: Impedir a realização de uma consulta pública sobre a alteração do método de eleição do Chefe do Executivo que propõe uma participação directa da sociedade civil, usando para tal uma interpretação extensiva e abusiva da lei, sugerindo que "não estando impedidos de realizar a actividade em causa, este não é direito fundamental dos cidadãos, e na falta de regulamentação para que se realize através da colocação de urnas de voto em espaços públicos, não é permitida". E ainda se inventa mais qualquer coisinha, se houver necessidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário