terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Shirley Temple, perpetuum iuvenes


Já alguma vez beberam um Shirley Temple? É um "cocktail virgem", portanto sem álcool, que contém ginger-ale, xarope de romã e é servido com uma cereja no topo. Uma bebida inocente, como era a Shirley Temple que lhe deu o nome. A pequena actriz que se tornou uma celebridade aos seis anos, em 1935, faleceu ontem à noite aos 85 anos, na sua casa em San Francisco, rodeada de familiares e amigos. Shirley Temple nasceu em 1928 em Santa Monica, na Califórnia, e foi em plena Grande Depressão que se tornou actriz, encantando as audiências com o sei cabelo em cachos e sorriso angelical em filmes como "The Little Colonel", "Our Little Girl" ou "Curly Top". Em sucesso de bilheteira, ficava à frente de nomes como Clark Gable, Bing Crosby, Robert Taylor, Gary Cooper ou Joan Crawford, e graças a ela a Twentieth Century Fox conseguiu evitar a falência. Com a adolescência foi-se o encanto que a celebrizou, tornou-se modelo, depois cantora, e casou por duas vezes: a primeira aos 17 anos com um actor, de quem teve uma filha, e cinco anos depois com Charles Alden Black, um oficial do exército, com quem viria a ficar casada 54 anos, até à morte deste em 2002. Nos anos 60 trabalhou em televisão e iniciou uma carreira na política, aderindo ao Partido Republicano. Durante a administração Reagan foi embaixadora norte-americana no Gana e na então Checoslováquia, cargo que desempenhava aquando da queda do bloco de Leste, em 1989. Sobreviveu a um carcinoma no peito em 1972, mas ontem partiu devido a "causas naturais". É apenas natural, como era a pequena Shirley Temple.

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