sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Os blogues dos outros


Dois episódios ocorridos muito recentemente fizeram-me recordar esse fenómeno hoje em dia tão falado que dá título a este post. De uma forma simples, a inflacção importada ocorre quando se verifica um aumento dos preços de artigos nacionais devido ao aumento dos preços da matéria-prima importada. Tradicionalmente, a besta negra era o petróleo. Actualmente, o petróleo tem a companhia dessa entidade misteriosa, mas omnipresente, que são os mercados. A ditadura dos mercados provoca oscilações de preços que são de difícil compreensão para o cidadão comum.
A reportagem que Maria Caetano assina nas páginas da edição de hoje do "Ponto Final", e os comentários de Sales Marques, lançam alguma luz sobre fenómenos concretos que conduzem a uma subida desenfreada dos preços em Macau. As reflexões da jornalista e do economista só vêm confirmar o que dizia anteontem o dono da loja onde normalmente compro legumes e frutas - "preparem-se para uma subida de preços na ordem dos 30% até ao Ano Nono Lunar. A inflacção na China está descontrolada, e incontrolável, e Macau vai ser afectado". Foi mais ou menos assim que passou o alerta à minha mulher e às minhas filhas. Estava a referir-se à tal inflacção importada. Consequência de um mercado em crescimento fenomenal, de uma especulação imobiliária disparatada, do progressivo desaparecimento do sector primário da economia. Depois do diagnóstico, feito primeiramente pelo vendedor de frutas e legumes, e hoje confirmado por uma jornalista e um economista, não posso deixar de me interrogar - se é verdade que o sector primário praticamente nunca existiu em Macau, e, como tal, a comparação é nesse particular impossível, o crescimento fenomenal e a especulação imobiliária serão realmente fenómenos importados? Inflacção importada? O rótulo é bem mais interessante que uma confissão de incapacidade de controlo económico a nível da Região. Mas a explicação não é totalmente convincente. Aqui, como noutras paragens, a inflacção importada tem umas costas muito largas. Mas não convence como explicação única para a demência que se instalou na economia. Em Macau, na China, em Portugal. Será uma das causas. Mas tem companhia. Muito má companhia, diria eu.


Pedro Coimbra, Devaneios a Oriente

Vejo com natural alegria a notícia do posicionamento do Ricardo Pinto no concurso da nova concessão da Livraria Portuguesa e faço votos que triunfe. O Ricardo é um homem de Macau que muito estimamos, jornalista, jurista e um indómito defensor da presença e do legado português. Sempre acompanhei ao longo dos anos, a forma independente e destemida como deu voz às vozes incómodas que se levantaram contra o establishment vincando o que distingue o segundo sistema, que prefiro designar pela "maneira de viver de Macau". Se vingar a sua candidatura é sinal que vingou uma solução para futuro longe das dependências político-partidárias e de obediências a Fundações que tiveram o seu papel mas que hoje já não o têm. Como residente mas também responsável do Fórum Luso-Asiático, sempre fiz sentir ao governo português, à Presidência da República e ao Instituto Camões que não se brinca com a imagem de Portugal, nem com a política de cooperação do nosso país na China e em Macau. A Livraria Portuguesa é um instrumento da acção cultural de Portugal, com que o governo da RAEM nada tem a haver e que é bom que se faça essa separação de águas. Sejam quais forem as opções do governo da Região, a comunidade portuguesa aqui residente tem a sua própria visão de Macau, do seu legado histórico e do papel do enclave nas relações China-Portugal e viceversa. É bom que cada um fique no seu papel. Por vezes há a tentação de meter tudo no mesmo saco: comunidade macaense, comunidade portuguesa expatriada, interesses da Igreja Católica, interesses da comunidade jurídica. Cada uma seu dono.
Ao Ricardo muita força e todo o apoio, meu e acredito da esmagadora maioria dos seus amigos e gente de Macau.


Arnaldo Gonçalves, Exílio de Andarilho

É sabido que as equipas de Jaime Pacheco se distinguem pela grande capacidade física e espírito de luta. Quem não se lembra do Boavista campeão de Martelinho, Petit e Duda entre outros? Pois bem, agora no Beijing Guan não estou a ver o que poderá acrescentar o treinador português à equipa que se sagrou campeã chinesa em 2008, já que os jogadores chineses não precisam de ninguém que lhes estimule a fazer o que melhor sabem, ou seja correr.

El Comandante, Hotel Macau

Foi novidade este Natal, lá para as bandas de Leiria e Rio Maior. Os amigos do alheio descobriram os prazeres da leitoada. Ou o preço que o bicho vai atingindo em épocas festivas. De modo que os números são claros: 1183 porcinos furtados, durante 2010, por quantas pocilgas pululam na região. Sem embargo da sua juventude, todos nos interrogamos como foi possivel semelhante saque, conhecida que é a potência das suas cordas vocais. Um reco é um reco, que diabo! Multiplique-se por aquela elevada cifra o incontornável chiqueiral - e a conclusão impressiona, tal o modorra, o sono de chumbo, dos estremenhos. Finalmente, a GNR capturou (no último dia do ano!) dois meliantes; traziam com eles doze animais desviados de uma exploração pecuária perto de Alcobaça. Graças ao mau tempo e à sua viatura atolada na lama...As autoridades, entretanto, já garantiram, em comunicado às alvoroçadas gentes lesadas, aumentar a vigilância e tomar as mais medidas necessárias ao esclarecimento dos misteriosos assaltos às suiniculturas. Vamos confiar. A Páscoa é logo depois deste (permanente) Carnaval e a cotação do leitão na Bairrada ultrapassará, então, estonteantemente, a do barril do petróleo. A Associação dos Produtores Agrícolas da Região de Rio Maior já apelou à constituição de vigilantes e implacáveis mílicias populares. Para complementar o zelo das ditas autoridades. E, bem vistas as coisas, se Lynch enforcava quem roubasse um cavalo, porque não aplicar a mesma medida a quem desvia uma dúzia de porcos?

João Afonso Machado, Corta-Fitas

Várias armas de guerra desapareceram do Quartel dos Comandos, na Carregueira. Mais de 300 militares estão impedidos de sair do aquartelamento e encontram-se sob investigação. É a mesma coisa que descobrir uma agulha num palheiro. As armas têm desaparecido de vários quartéis, um facto que nunca foi segredo nos gabinetes das chefias militares e militarizadas. As armas são vendidas no mercado negro. As armas são desviadas para estruturas políticas. As armas são guardadas para eventuais revoltas sociais e para defender ou atacar conforme a conveniência ou a barricada onde se encontre o cidadão armado. As armas têm andado ao desbarato em mãos criminosas. As armas estão aí à mercê de um acto de corrupção. Já no meu tempo de tropa, dizia-me um sargento: "A vida está tão difícil para criar os filhos que uma vendazinha de umas pistolas de vez em quando dadas como perdidas na instrução cai mesmo do céu...". Não nos lixem com investigações no Quartel dos Comandos quando o controlo e a fiscalização do armamento militar é praticamente uma treta...

João Severino, Pau Para Toda a Obra

Estou siderado. Pelo visto, a hora de ajustar contas com Cavaco chegou: fá-la essa horda de cabrões calados em face de toda a porcaria que o socratismo engendrou, incluindo o descalabro económico-financeiro em decurso. Nem nisto, nestas presidenciais, este náufrago País se federa e se une no essencial porque as paixões partidárias, reles e imorais, sobrelevam o urgente e mesmo Cavaco porque não une é o demónio bíblico da fractura, da ruptura, da contradição. À falta de melhor alvo e saco de pancada, caem sobre ele-Cavaco as vozes de merda de uma vasta maralha de filhos da puta, coniventes com o pior do pior, o péssimo absoluto para Portugal e os portugueses, e Cavaco, esse demónio silencioso com o socratismo, está apenas por isso sob a irracionalidade da hora. É bem feito para Cavaco. Tanta covardia. Tanto silêncio. Tanta prudência. Merece-o. Sempre que não comenta seja o que for, irrita quem aguarda por separação de águas. Merece todos os castigos que o caustiquem, como acontece agora mesmo, mas apenas pela extensa conivência com as merdas socratistas e não pela asneira dos legítimos negócios no seio do sórdido lupanar BPN. O resto é zero. Voto em Nobre desde que não embarque no reles caminho de Alegre e dos demais. Cavaco será reeleito sem espinhas, apesar destes borrifos de estrume e imoralidade na campanha. Resta saber se por quarenta se por setenta por cento precisamente pelo mesmo motivo.

Joshua, PALAVROSSAVRVS REX

Um “crime” que remonta aos tempos bíblicos [no Levítico estipula-se que os blasfemos sejam condenados à morte], e perdurou durante longo tempo no cristianismo [onde, p. exº., os cânones medievos os puniam exemplarmente]. Os judeus perante uma blasfémia, para demonstrar a sua indignação, rasgavam as suas roupas…. Este “crime” perdurou até à Idade Moderna. Chegou a incorporar a Lei Comum [“Common Law”] americana onde a condenação capital foi substituída por prisão e multa. Todavia, as suas reminiscências chegaram praticamente aos nossos dias Por exemplo, a atitude da ICAR sobre o livro de Dan Brown, “O Código Da Vinci”, andou, muito próxima de um conceito soft de blasfémia…No Islamismo a blasfémia centra-se essencialmente na difamação do profeta Maomé, embora imprecações contra deus [lato sensu] sejam, também, abrangidas. Ainda hoje, em muitos países muçulmanos, é considerada uma ofensa punível com a pena de morte. Todos nos recordamos da fatwa de Khomenei sobre Salman Rushdie, em virtude do livro “Versículos Satanicos”, considerado blasfemo. O Paquistão será um dos países islâmicos que, na actualidade, mantém um enquadramento “legal” mais duro e rígido contra a blasfémia. Em 1982 era punida com a prisão perpétua. Quatro anos depois – com o recrudescimento do fundamentalismo – foi agravada, sendo introduzida a pena de morte para qualquer observação derrogatória em relação ao profeta Maomé. Nos sectores muçulmanos mais abertos ao Mundo a “lei da blasfémia” tem gerado muita controvérsia. Salman Taseer, em conjunto com organismos paquistaneses e internacionais, manifestou-se publicamente contra a actual legislação em vigor no Paquistão. O assassinato perpetrado em Islamabad não foi mais um crime num terreno de instabilidade e violência política do Paquistão. Salman Taseer morreu por ter ousado lutar, no seu País, contra a bárbara lei da blasfémia. Mais um crime a engrossar a galeria de “horrores” das religiões… Mais do que decretar 3 dias de luto nacional, melhor seria o Governo paquistanês revogar a iníqua lei que aí vigora.

Carlos Esperança, Diário Ateísta

O mar da Noruega é muito frio mas para quem é bacalhau, basta.

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

10 comentários:

Anónimo disse...

já agora:

http://www.youtube.com/watch?v=PU7Aajs3sTQ

Anónimo disse...

Filhos da puta de assassinos, esses que passam a triste vida a mamar na pila virtual do Maomé.

Anónimo disse...

tens é falta de mulher, pá.

Anónimo disse...

Não há "inflacção" mas sim "inflação". Já era assim antes do Acordo Ortográfico.

Anónimo disse...

Anónimo das 00:26,o joel pode ter falta de mulher mas falta de jeito para cozinhar não é de certeza,ao menos é útil para alguma coisa na vida,não é como aqueles tipos que passam a vida a falar mal de tudo e todos e que na vida real não fazem nada na vida e vivem do subsídio desemprego.

Anónimo disse...

Sempre o mesmo parvalhão de sempre que não respeita ninguém,enfim....

Anónimo disse...

Sempre o mesmo parvalhão de sempre que não respeita ninguém,enfim....

Anónimo disse...

Aposto que o parvalhão é do benfica.

Anónimo disse...

não se iludam: há VÀRIOS parvalhões por aqui.

Anónimo disse...

Sim há vários,e são todos do benfica,como não podia deixar de ser.