segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Rita, Rita Limão



Rita Santos, que anunciou no início do ano a saída do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa do Governo da RAEM, vulgo Fórum Macau, pode não ser uma figura consensual - ninguém o é - mas pelo que conheço dela é uma figura que merece todo o respeito. Mais uma vez, é por mim que falo, e falo apenas do que sei, e a imagem que tenho da dra. Rita Santos é-me dada pelas poucas vezes que tive a oportunidade de trocar com ela algumas impressões. Conheço-a como figura pública desde os tempos que presidiu à ATFPM, em finais da década de 90, e a primeira vez que tive a honra de falar com ela foi em 2007, durante um curso de formação para Funcionários Públicos realizado no Edifício da CEM, no qual foi uma das docentes. Na altura o que mais me chamou a atenção foi o seu saber-estar, o seu à vontade, a forma directa e incisiva com que comunica com qualquer plateia, conseguindo com o seu discurso simples e linguagem coloquial prender a atenção de qualquer plateia. Ainda há alguns meses estive num jantar onde estava presente com o seu filho, com quem tive oportunidade de conversar, e vê-se logo que é filho de quem é. Em suma: é gente de bem, do que estou aqui a falar.

Na sexta-feira vi Rita Santos no Telejornal da TDM, fazendo um balanço dos anos que esteve à frente do Fórum Macau, e esteve igual a si própria - por vezes parece que não fala, mas canta, e encanta. A certo ponto falou das razões da sua saída do cargo que ocupa desde a criação da RAEM, insistindo que se tratou de uma decisão pessoal, e que pretende dedicar mais tempo à família, agora que vai ser avó. Fez questão de realçar este ponto, uma vez que em Macau as coisas são o que sabemos, e qualquer saída, seja ela por motivos pessoais, ou até por aposentação voluntária é entendida como um "castigo", como uma perda de confiança. Desconheço os meandros do Fórum Macau, ou o que pensa o Governo da RAEM, mas se a decisão de Rita Santos não depende apenas de si, não será certamente por falta da competência sua. Foi decisão política, ou terá havido um motivo obscuro? So what, a senhora importa-se com isso porquê, ao ponto de precisar de deixar bem vincadas as razões porque o faz? Não ficou cansada daquilo? Eu no seu lugar ficava, e tirava um tempo para ir "cheirar as flores", seja na forma de mais tempo com a família, ou para ir passear, outra coisa qualquer que não reuniões, conferências e o diabo a sete. Tem uma reputação a defender, até porque considera a possibilidade de se voltar a concorrer à AL, como fez em 2009? Ora essa, desde quando é que em Macau se analisa a política deste jeito? Quase que lhe posso garantir que os votos que tiver na altura são tantos ou mais que os que teria agora. Olhe, era só isso que lhe queria dizer, e espero que não me leve a mal. Bom descanso e aproveite para brincar com o netinho, que é uma daquelas alegrias na vida que nenhum cargo público nos proporciona.

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