domingo, 18 de janeiro de 2015

Provedor do Leitor



Desta vez faço um "Provedor do Leitor" a propósito de um outro que fiz a 30 de Dezembro último e onde respondi a dois comentários anónimos, qual dos dois o mais boçal. E como não há limites para a pobreza de espírito, que por vezes regista valores muito abaixo do zero, houve quem achasse que não fez figura suficientemente triste da primeira vez:

"se ficaste ressabiado o problema é apenas teu, há comentários que surgem apenas para informar, corrigir ou esclarecer. assim como existe liberdade para escrever falácias no próprio blog, também existe liberdade para alguém corrigir as mesmas. se queres não estás para te chatear, não escrevas [LOL, fascistazeco/a] ou consulta melhor as tuas fontes antes de falares sobre o que não sabes. haja distinção entre exprimir opinião, e afirmar factos ;)"

Esperem...esperem...



Não interpretem este bocejo como manifestação de insolência ou arrogância, mas começa a tornar-se repetitivo ter que explicar sempre a mesma coisa vezes sem conta. Já tentei a via da diplomacia, já levei isto na brincadeira, mas epá, não me vão ver aí a declarar guerras a ninguém ou a fazer birra, pois isso parecer ser a vossa especialidade, ó pázinhos. Antes de administrar o paliativo para a dor-de-corno crónica que por aí anda, vou explicar devagarinho o que queria dizer no artigo do dia 30, e vou itemizar, porque pode ser que tantas letras juntas vos façam confusão. Estão a ver como sou camarada?

- No artigo sobre o Vitório do Rosário Cardoso o comentário apresenta-se nestes termos: "Desculpa lá, Leo, mas o teu amigo é um pulha. Sei do que falo." Isto não é opinião, não é facto, não é falácia, não é nada. É cócó. Penso que quanto a este assunto estamos conversados.

- A afirmação "ela tinha treze anos, nao frequentava o secundario" é, a meu ver, discutível. O que considero "ensino secundário" é do 7º ao 12º ano, sendo os últimos três chamados "secundário complementar" - era assim no meu tempo, e não estamos aqui a falar de 1930, e o meu filho, actualmente com 13 anos, está no 9º ano, no ensino secundário. Eu próprio quando tinha 13 anos estava também no 9º ano, e assumindo que a Mónica terminou no ano passado um curso superior aos 23 anos, aposto que sim, que estaria no mínimo no 8º ano na altura em que perdeu os pais e foi obrigada a regressar a Portugal.

- Agora vou reproduzir as passagens do artigo Lembrando o tsunami (e pensando na Mónica) em que me refiro às qualidades que identifico na Mónica, sem a conhecer pessoalmente:

"Um exemplo de resiliência, de querer, de vontade de andar de mãos dadas com a natureza é o de Mónica Ribeiro, uma jovem que tinha 13 anos quando se deu o "tsunami" no Oceano Indico."

"Nestas reportagens que mexem com este tipo de emoções, é natural que os repórteres queiram o seu quinhão de "sangue, suor e lágrimas", nem que seja para transmitir aquela dose de realismo, de emoção (...) Mas a Mónica esteve à altura, e soube comportar-se como a senhora feita que é: nem uma lágrima de crocodilo, um fingimento, uma emoção fora da personagem de uma jovem de 23 anos, feliz e sorridente que aparenta ser."

"Hoje a Mónica é recém-licenciada em Medicina Veterinária, ou seja, retribui de alguma forma para a natureza, a que outros ou outras atribuíriam as culpas pelo choque que sofreram ainda durante tenra idade. Visitei a sua página no Facebook e não vi lá uma única referência à tragédia, ou qualquer apelo, tentativa de vitimização, ou sequer uma ligação a qualquer página de alguma organização, nada relacionado directa e/ou indirectamente a seja o que fôr ou que dê alguma pista que se tenha posto alguma vez em bico de pés, ou sugira que andou de mão estendida a pedinchar, e nem a pedir pelo menos que tenham pena de si."

Portanto, assumindo que este comentário deixado no "Provedor do Leitor" do dia 30/12 é da autoria da mesma pessoa que deixou este último, deixe-me fazer-lhe a seguinte pergunta: onde é que - e deixando de lado a questão do "ensino secundário", que mais parece uma infantilidade, tal é o minucioso preciosismo - o facto da Mónica ter ou não feito um filme sobre o que lhe aconteceu fere de morte qualquer destes argumentos que apresentei em cima? A Mónica não esteve no "tsunami", é isso? Mentiu? Vamos deixar de lado essa questão antes que se entre pela via do mau gosto, e eu estou aqui muito sinceramente a conversar como um adulto e tentar deixar claros um ou dois pontos que me parecem ser desde início tintados pelo borrão do mal-entendido.

Se leu na totalidade o último "Provedor do Leitor", vai ver que no último parágrafo digo isto:

"O parvo aqui sou eu, que andei à procura de uma pista qualquer que me deixasse saber mais alguma coisa sobre algo que a pessoa que denuncia devia ter ela própria exposto - que é o que eu faço, estão a perceber? Até pode ser que estejam a dizer a verdade, ou que de alguma forma tenham a razão do vosso lado, não sei. E porque não sei? Porque não me dão nenhuma indicação de que não estão apenas a ser sacanas e uns fdp, e que não têm mais nada que fazer."

E vejam lá vocês quem vem agora falar de "falácia" e de "fontes" e do tanas. Fui parvo, a sério que fui, e depois de ler aquele comentário dei-me ao trabalho de fazer o que nem devia ser da minha competência, e fui imediatamente a um motor de busca procurar "mónica+ribeiro+tsunami+filme+concurso" e nada! E mesmo que isto fosse verdade, o que a proíbe de fazer um filme sobre a sua experiência? E que "trabalho à volta do mundo" é este de que se fala aqui, e onde está? É mentira que ela se lincenciou em Medicina Veterinária? O que eu queria ver mesmo era o filme, e aí no caso de surgir alguma eventual irregularidade, depois analisava-se, ou não, sei lá? Com que tipo de pessoa tão pequena e mesquinha estou eu aqui a esgrimir argumentos, se nem sequer se dá ao trabalho de provar o que insinua e ainda atira para cima de mim a responsabilidade de provar o que ELA afirma.

E ainda bem que fala em opiniões e factos, e de como devemos diferenciá-los. É mais que evidente, e isto qualquer criança alfabetizada lhe pode dizer, que o meu artigo inicial sobre a Mónica não reflecte mais do que a minha opinião, daí ter deixado bem claro que não conheço a menina nem nenhum familiar dela. Facto, e isto depois de uma pequena pesquisa (mais que suficiente), é que a Mónica não usa e abusa do drama por que passou para fazer disso o meio e o fim de tudo. Sabe o que fiz? Fui à página do Facebook da menina, dei uma pequena vista de olhos - e ela nem esconde nada - e tirei as minhas conclusões. Demorei cinco minutos e aprendi isto tudo. Outros há quem em duas semanas suam as estopinhas para deixar o mundo saber que quem vive com menos de 4000 patacas quase não toma banho e não se dá ao trabalho de ir cinco minutos ao Facebook verificar se a pobre criatura que passa fome e é a prova viva da austeridade não lhe está a "enfiar o barrete". É piada que uma "top-model" com fotografias publicadas em "revistas no Reino Unido" chegue ao dia 15 sem dinheiro para comer. É embaraçoso que se dê um prémio a algo manchado por essa falta grave. Que se insista ignorar o erro e não demonstrar um pouco de modéstia é mais que arrogância e pedantismo: é uma VERGONHA.

Agora como conclusão - e dispenso reproduzir novamente o bocejo, apesar de ir dizer o que vou dizer pela ENÉSIMA vez - volto a deixar bem claro: NÃO ESTOU A COMPETIR COM NINGUÉM! Não faço o mesmo que vocês fazem, não estou a fazer nada de ilegal, tenho outra profissão, um emprego, também erro, assumo que erro, e em última instância terei que abarcar com as consequências desses erros. O blogue é 100% amador, e não digo isto com a mesma ligeireza do Paulo Portas quando afirmou que não queria nada com o poder naquele vídeo que se tornou viral, do programa "Raios e Coriscos" - isto podem escrever: NÃO QUERO NADA! E não vos quero chatear, mas se me aproximo e tento trocar impressões, comportam-se como "bullies", "prima donnas", virgens ofendidas numa feira de vaidades - e que vaidades? Somos praticamente os mesmos a escrever uns para os outros, que porra.

Sou o mesmo de há nove anos. Tudo bem, limei algumas arestas neste blogue que comecei há mais de sete anos, mas faço e-xac-ta-men-te a mesma coisa. O que vocês entendem como despeito ou provocação não é mais do que um mero direito à crítica, e há também boa crítica, sabiam? Foi apenas necessária "picar" as sensibilidades um bocadinho e saltaram logo na rede. Com essas atitudes de "orelhas moucas", arrogância e boicotes, conseguem ser os vossos piores inimigos, e daquilo que apregoam. Chegam a ter atitudes dignas dos mafiosos italianos, passo a grossa comparação. Se me quiserem tabelar como um "maluquinho" e deixarem-me a falar sozinho, tanto faz. Eu fico a falar sozinho. E não me calo, disse podem ter a certeza, meus anjinhos.

Jocas do Leocas.

1 comentário:

Anónimo disse...

o que eu me ri. meu caro a ironia máxima é falar em bocejos quando um simples comentário o faz sentir ameaçado a ponto de responder com um testamento que ninguém tem paciência de ler. eu só me obriguei a ler porque percebi incredulamente que me dizia respeito, e também porque não vai tornar a acontecer pois isto sim foi o cúmulo do tédio e um desperdício de tempo. haja paciência para lhe tentar explicar que a única coisa que fiz foi apontar certos pormenores que lhe escaparam. como se diz em portugal, até pensaria que estou a falar chinês não fosse o facto de saber que mesmo se o fizesse, provavelmente o entenderia quase tão bem (ou neste caso, tão mal) como a sua língua mãe. pode fazer a pesquisa que quiser mas falar sem conhecimento de causa só o coloca mais no ridículo. se existe assim tanta insistência em recusar aceitar uma crítica que seja, basta perguntar à pessoa em questão. surpresa. pormenor à parte, ACTUALMENTE o nono ano NÃO É SECUNDÁRIO, é 3ºciclo. secundário apenas inclui o 10º, 11º e 12º ano. e eu não vou tornar a responder a textos frustrados destes, pois só dá pena, e muita. que venha a resposta a contestar e a resmungar à vontade. eu nem vou ler, vou continuar a viver a minha vida de consciência tranquila. boa sorte, pois estou a ver que é bem precisa.