quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Imeeeensa Paprika!



Pois é, chega a vez a todos, e aqueles que por cá ficam vão vendo um a um desaparecer as suas referências. Ontem partiu do nossos convívio, o dos vivos e sofredores, a inconfundível Filipa Vacondeus, uma "dondoca" que resolveu um dia ousar "ensinar às pobrezinhas, sei lá", no seu programa de culinária a aproveitar os restos de comida, numa época em que tinhamos um Portugal tanto ou mais pindérico que nos dias de hoje, mas a preto e branco, sem internet, iPhones ou nada que nos valesse em termos de entretenimento que as poucas horas em que a RTP ia para ar diariamente. Quase em simultâneo com a original, apareceu a paródia de Herman José, no seu programa "O Tal Canal". Diferenças? Além de ter o condão de ser mais popular e facilmente identificável que a original - Filipa Vacondeus passou a ser uma imitação de si própria - a caricatura usava em todas as suas receitas uma especiaria que era ao mesmo tempo uma espécie de ingrediente secreto, e que entrou rapidamente no vocabulário dos portugueses: a paprika.



O mais interessante, ou nem por isso, é que a própria Filipa Vacondeus, que se manteve até muito recentemente no activo, nunca usou paprika como tempero. Ora, isso não é razão para que não se preste homenagem a esta figura que pertence ao imaginário de pelo menos duas gerações, e que ontem nos deixou aos 81 anos, vitimada por uma pneumonia: hoje vou cozinhar com imeeeeensa Paprika! Cu-zinhe você também. RIP, tia Pipa.

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