Recebi no passado dia 6 de Janeiro o seguinte correio electrónico, que passo a reproduzir na íntegra:
Hello Dearest One in need,
I am Miss.Aisha Gaddafi, one of the daughters of the embattled president of Libya, I am currently residing in one of the African Countries, unfortunately as a refugee. At the meantime,my family is the target of Western nations led by Nato who wants to destroy my father at all costs. Our investments and bank accounts in several countries are their targets to freeze.
I have been commissioned to contact an interested foreign investor/partner who will be able to take absolute control of part of the vast cash available to private account with my late brother who was killed by NATO air strike, for a possible investment in your country.
If this transaction interest you, you don’t have to disclose it to any body because of what is going with my entire family, if the united nation happens to know this account,they will freezing it as they freeze others so keep this transaction for yourself only until we finalize it.I want to transfer this money into your account immediately for onward investment in your country because I don’t want the united nation to know about this account that deposited in my father bank with BIB BANK, which is (35.5 Millions)!
Therefore if you are capable of running an establishment and can maintain the high level of secrecy required in this project, kindly respond with the following information for more details of about the project.!
1. Your full names and address
2. Your private telephone and fax numbers
3. Your private email address
4. Age and profession
Best Regard,
Miss.Aisha Gaddafi.
Pois é, não é todos os dias que recebemos um destes mails tão pretencioso. Fui contactado recentemente por uma tal Samantha Justin, um certo Omar Mmercy (sic) e ainda uma Maria Traore, todos mais ou menos com um a história semelhante para contar, mas pela filha do ex-ditador líbio Muammar Gaddafi. É uma honra! Às vezes gostaria de ser suficientemente inocente para levar estas coisas um bocadinho a sério, já que é impossível tão burro para levar muito a sério. Fosse assim tão inocente e começava por saudar a "miss" Aisha, desejando que esteja bem num dos 53 países "outros países africanos" além da sua Líbia natal onde se encontra neste momento, e desejar-lhe a melhor das sortes no combate a esses malvados da NATO, que lhe queirem deitar a mão à imensa fortuna que tem depositada no BIB (Banque Internacionale du Burkina, isto precisei de ir pesquisar). Com toda a certeza que não lhe faltarão financiadores, não sendo necessário recorrer a um humilde Zé-Ninguém que se encontra a milhares de quilómetros. A parte mais aborrecida seria comunicar-lhe que o "alvo" desse eixo do mal composto pelos países ocidentais, o seu paizinho, já foi pelos ares há tanto tempo que já quase ninguém se lembra da data de quando o senhor passou à História - e para as páginas mais negras, lamentavelmente para o seu povo.
No mundo do faz-de-conta existirão pessoas que caem em truques deste género, e não é necessário muito mais que a ambição desmedida para que o bom senso faça as malas e diga "chau" enquanto o julgamento fica turvo de verde, cor dos dólares. No mundo real Aisha Gaddafi está bem e recomenda-se, gozando a sua fatia da fortuna do pai em Omã (nem sequer é num país africano...), graças ao asilo político concedido por aquele país arábico. Curiosamente Aisha foi embaixadora da boa vontade das Nações Unidas até Fevereiro de 2011, altura em que foram impostas sanções ao regime líbio, e já desde essa altura que as contas do seu pai no exterior estão congeladas. General por inerência, advogada de formação, é casada com um primo e foi mãe quatro dias depois do seu marido ter morrido durante um dos tais bombardeamentos da NATO, a 26 de Agosto de 2011. É demasiado importante para que se tivesse esquecido tão facilmente...
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