Faleceu na terça-feira no hospital de Faro o jornalista português Vasco Lourinho, que foi durante anos o correspondente da RTP em Madrid. Vasco Lourinho faz parte das memórias de adolescência de pessoas da minha geração, pois as suas intervenções nos noticiários distinguiam-se pelo seu carregado sotaque castelhano, que o fazia deitar a língua de fora e cuspir frequentemente. As suas reportagens terminavam sempre com um semi-cantado "Vasco Loriño, de Madri, para la RTP". Só lhe faltava dizer "olé!". Este "contágio" pelo idioma de "nuestros hermanos" tem uma explicação simples. Lourinho nasceu em Reguengos de Monsaraz, distrito de Évora, mas aos 21 anos foi estudar para escolar de jornalismo de Madrid. Terminado o curso, estagiou no jornal Pueblo, onde acabou por ficar, tornando-se célebre pelas suas reportagens sobre o grupo separatistA basco ETA. No início dos anos 80, e já com o carregadíssimo sotaque espanhol que o caracterizava, passou a correspondente da RTP, até meados dos anos 90, quando foi inexplicavelmente afastado. Depois de se aposentar passou a viver em Albufeira, até esta semana, quando nos deixou aos 71 anos. Deixará saudades. "Y así me despezo".
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