Quando muitos dos relacionamentos modernos começam na internet, eis que em Xangai surge uma ideia "retro" para encontrar um parceiro: o Mercado dos Casamentos. Este "mercado" é na verdade uma instituição que ajuda jovens solteiros a encontrar a sua alma gêmea, e para o efeito pendura num jardim daquela cidade chinesa panfletos com o perfil dos candidatos, à boa maneira da Revolução Cultural. Do perfil constam nome, idade, rendimentos (claro), e tipo de pessoa que se procura. O mais interessante é que uma boa parte dos clientes deste serviço são pais de filhos adultos, cansados de os ter lá em casa a coçar as borbulhas. Não me surpreende, uma vez que alguns tipos chineses comportam-se como mariconços, e quando uma rapariga lhes sorri fogem, em vez de ir lá falar com ela. As mulheres chinesas não lhes ficam muito atrás, com os seus padrões de exigência que tanto procura que acabam solteironas.
Além dos pais que publicam o perfil dos filhos, há os outros que apontam potenciais candidatos ou candidatas a genro ou nora, como quem compra um par de meias. Já imagino uma mãe zelosa a chegar a casa e entregar um papel ao seu filho adulto tímido: "Olha, liga para esta para ver se os dois se encaixam e desopilas cá de casa. Já agora despacha-te a perpetuar o clã". Quanto aos "voluntários", que estão cheios de comichão para se juntarem ao clube dos casados, não sei qual é a pressa. Se pensam que o casamento é um mar de rosas vão descobrir que não é, e se querem saber como é ser casado e ter família, cuidado com essa curiosidade; qualquer dia andam também a beber ácido sulfúrico para ver se realmente mata. Um dia quando sentirem o pescoço apertado com o nó do matrimónio, vão ter saudades do tempo em que ainda estavam...no mercado.
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