Um casal de Xangai enfrenta uma pesada pena de prisão depois de ter vendido a sua filha bebé por 50 mil yuan. O casal, identificado apenas por sr. Zhang e sra. Teng, publicou um anúncio num jornal sob um nome falso, oferecendo-se para vender uma menina recém-nascida (que jornais são estes, Deus meu?). Encontraram um comprador, o depósito foi feito por transferência bancária, e mal se apanharam com o dinheiro na mão, foram gastá-lo, e compraram um iPhone para cada um, entre outros produtos de luxo. Zhang e Teng, que são agora acusados de tráfico humano, premeditaram este plano macabro. O casal já tinha dois filhos, e ao saber que estava que um terceiro vinha a caminho, ocultaram a gravidez o melhor que puderam, e publicaram o anúncio. Um vizinho notou o inchaço na barriga de Teng, mas esta disse-lhe que se tratava de "um tumor" - coitada da menina, que além de ser vendida como um objecto, ainda foi apelidada de "tumor". Para o plano ficar completo, tiveram a criança em casa, e depois foi só esperar para capitalizar no investimento. Em sua defesa, o casal alegou "não ter condições para sustentar mais um filho", a somar aos dois que já tinham, e que a criança "ficaria melhor com outra família". A acusação diz ter provas "de uma conspiração sinistra" para vender a criança, pois os registos bancários e de cartão de crédito mostram que logo após o dinheiro ter sido depositado na conta, desataram a gastá-lo. Além do iPhone, compraram ainda dois pares de ténis caríssimos, e tiveram uma conta de internet astronómica no mês seguinte. Pelo menos numa coisa estes dois patetas alegres têm razão: a criança fica melhor entregue a outra família.
Têm sido inúmeros os casos que começam a revelar uma falência dos valores e uma crescent desumanização na China, tudo em nome da riqueza, do luxo e da ostentação. A febre consumista leva a que o juízo fique turvo, e que se cometam actos hediondos como este, e sendo Xangai a capital económica da China, onde ter dinheiro e bens é tudo o princípio, o meio e o fim de todas as coisas, já nem chega a ser surpresa para muitos. Este materialismo com retoques de estupor e malvadez pode levar qualquer dia à instituição de uma mentalidade miserável pela qual as futuras gerações se vão orientar. Imaginem uma jovem esposa que chega perto do marido e lhe diz:
- "Querido, tenho uma surpresa para ti..."
- "Compraste-me um iPhone???"
- "Não...estou grávida"
- "Ah...só isso? Está bem"
- "Não estás feliz? Vou-te dar um filho."
- "Ficava mais feliz se me desses um iPhone."
Esta obsessão pelos telemóveis inteligentes, que têm todas as funções e mais algumas, relegando a principal - telefonar - para segundo plano criou um verdadeiro exército de tontinhos. Escravos das marcas que de seis em seis meses renovam a ilusão que compraram "o melhor telemóvel" do mundo, só para depois sair mais tarde o modelo 5.112, que é melhor que o seu 5.111, porque "tem uma resolução superior em 20 pixels". Nem querem saber qual é a diferença, e vão a correr para comprá-lo, nem que para tal seja preciso vender um rim, um bebé, roubar um supermercado ou matar os pais. Sabem uma coisa? Os iPhones têm uma função que vocês desconhecem mas penso que vão achar bestial. Para esta função não precisam de bateria, ou sequer de crédito. Querem exprimentar? Então é assim: baixem as calcinhas, as cuequinhas ou os boxers, conforme a preferência, e enfiem-no todinho pelo cu acima! Bom proveito.
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