quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Clube do Terrorismo


As autoridades chinesas assumiram que o incidente na Praça Tiananmen no início da semana se tratou de um "ataque terrorista". Uma novidade, pois é conhecida a inibição do regime por divulgar informação que dê a entender qualquer sinal de fraqueza da sua parte. Foi no início da semana que a icónica praça da capital chinesa ficou em sobressalto com o embate de um automóvel seguido de explosão perto da portão norte, onde está colocada a imagem do fundador da RPC, Mao Zedong. Morreram os três ocupantes da viatura e dois turistas - um chinês e um Filipino - e há ainda a registar 38 feridos. A polícia selou de imediato o local, e as primeiras explicações do sucedido apontavam para a tese de "acidente". As autoridades apressaram-se a investigar, e menos de dez horas depois prenderam vários suspeitos, todos com ligações à comunidade Uighur, da província de Xinjiang. Os Uighur são uma etnia muçulmana que contesta a autoridade de Pequim em Xinjiang, e são frequentes os confrontos entre os locais e as autoridades chinesas. Os ocupantes da viatura, uma carrinha 4x4, eram eles próprios Uigures, e levavam consigo vários objectos, desde facas, bandeiras e slogans politicos, e estariam a pensar levar a cabo um ataque "planeado e premeditado". Um bom pretexto para Pequim intensificar a vigilância sobre os separatistas da província problemática, mas os habitantes de Pequim estão preocupados. O Clube do Terrorismo é um daqueles que ninguém gosta de ser membro.

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