Os tumultos de domingo em Urumqi, capital regional do Xinjiang, no noroeste da China, fizeram 140 mortos e mais de 800 feridos, anunciou a agência estatal Nova China, citando as autoridades locais. Veja um vídeo dos confrontos.
Centenas de pessoas foram detidas na sequência dos violentos incidentes que eclodiram domingo à noite, entre as quais "mais de dez personalidades chave que atiçaram os tumultos", adiantou a Nova China citando o departamento de segurança pública. "A polícia continua à procura de outras 90 pessoas-chave", acrescenta a agência.
Por seu lado, um porta-voz do governo regional disse à agência AFP que "o último balanço aponta para 140 mortos e 828 feridos".
Este balanço parece condizer com as imagens impressionantes hoje difundidas pela televisão central CCTV, quando a televisão e a agência oficiais informavam que havia apenas "vários" mortos.
As imagens mostravam civis ensanguentados, alguns deitados no chão, alternando com planos de veículos em chamas ou já carbonizados, e outras pessoas a lançar pedras às forças da ordem ou a virar uma viatura da polícia.
Segundo um correspondente da AFP no local, a calma parece ter regressado hoje a Urumqi, onde a presença das forças da ordem é visível e onde as autoridades fecharam vários bairros durante a manhã.
Todavia, a Nova China anunciou o "levantamento parcial" das restrições da circulação a meio do dia.
Pequim atribuiu a responsabilidade pelos tumultos à dissidência uigur no exílio, e nomeadamente ao Congresso Mundial Uigur de Rebiya Kadeer, que chegou em Março aos Estados Unidos após a sua detenção durante quase seis anos na China e do seu exílio forçado em Pequim.
A organização uigur terá incitado à violência com apelos na Internet aos simpatizantes para se mostrarem "mais bravos" e "fazerem qualquer coisa em grande".
Estes incidentes fazem lembrar os do ano passado em Lhasa, capital regional do Tibete: a 14 de Março de 2008, tibetanos viraram-se contra comerciantes da etnia Han, matando 18 civis e um polícia, segundo as autoridades chinesas.
Em Xinjiang, nos confins da Ásia Central, vivem cerca de 8,3 milhões de uigures, alguns dos quais denunciam a repressão política e religiosa exercida pela China a coberto da luta contra o terrorismo.
In JN
1 comentário:
Anónimo
disse...
Se havia dúvidas, acabaram de mostrar por que é que são considerados terroristas.
1 comentário:
Se havia dúvidas, acabaram de mostrar por que é que são considerados terroristas.
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