terça-feira, 7 de julho de 2009

Xinjiang, Silvério e Fonseca


1) Dramáticas as imagens e as notícias que chegam de Xinjiang, a província mais remota da China. Separatistas uigures e a maioria han confrontam-se desde Domingo em Urumqi, e o saldo deverá ultrapassar o milhar de mortos. A este respeito tenho uma opinião muito particular: a China está num beco sem saída. Por um lado a opressão vai continuar a gerar críticas de todos os quadrantes, por outro lado o laxismo tornará os separatistas mais fortes. A eventual independência de Xinjiang é um cenário bastante complicado. O novo estado tornar-se-ia um ninho de terroristas apetecível para cédulas da Al-Qaeda e afins, e provavelmente seria mais um país pobre e subdesenvolvido. Em menos de dois anos estariam a pedir para regressar à grande China. Não fosse a forma irredutível como a China defende a unidade do seu território, e se calhar até se livravam desse grande problema que é Xinjiang.

2) Uma das notícias da semana foi o reaparecimento de Manuel Silvério, o rosto da organização de três eventos desportivos de monta realizados em Macau nos últimos cinco anos. Silvério não foi convidado para a cerimónia de abertura dos II Jogos da Lusofonia, a realizar em Lisboa, e fala-se de possíveis desentendimentos com Vicente Moura, presidente do Comité Olímpico Português. Enquanto Silvério demonstrou que Macau tem capacidade organizativa, e conseguiu levar a cabo com relativo sucesso a primeira edição desses jogos num território tão exíguo como Macau, Vicente Moura é mais um daqueles que há de sobra na República, agarrados ao poleiro e sem sentido do ridículo. Silvério vai sendo convidado para organizar mais eventos desportivos na Ásia e merecendo o respeito das entidades organizadoras, enquanto de Vicente Moura ninguém vai ter as melhores recordações. A história dirá de sua justiça.

3) O Prof. João Fonseca tem exercido nos últimos dez anos funções de docente de Educação Física na Escola Portuguesa de Macau, juntamente com a sua mulher, a Prof. Zé. No próximo mês vai deixar-nos, e já sentimos saudades. Foram centenas de miúdos, entre os quais os meus filhos, que aprenderam a respeitar a figura de um homem humilde e respeitável que sempre fez o seu trabalho com amor, dedicação e profissionalismo. Foi também um dos principais dinamizadores do Grupo de Danças e Cantares de Macau, que chegou a actuar na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Um momento alto para aquele grupo. Resta-me desejar-lhe as maiores felicidades, e que se lembre sempre de nós com carinho, pois tem em Macau uma casa que é também sua.

1 comentário:

Prof. Martelo de Macau disse...

1) Aos uigures, é dar-lhes o tratamento que merecem. Nisto, estou 100% com a China.

2) O Leocardo já disse tudo: Vicente Moura é mais uma dessas figuras ridículas que tanto "sucesso" têm feito naquele país entregue à bicharada.

3) A comunidade portuguesa de Macau anda a ficar mais pobre: primeiro o Dr. Jorge Humberto, e agora este professor. Apetece-me perguntar: "Porquê?".