sexta-feira, 17 de julho de 2009

Os blogues dos outros


Pequim encheu-se de cafés com wireless. Não passa já na cabeça de ninguém abrir um negócio de um café sem wireless. São centenas de locais hoje que vendem cafés expresso e bolos de chocolate apoiados na vantagem de ter rede livre para todos. Às vezes penso em Lisboa e na dificuldade que é encontrar um café assim. O fenómeno nas grandes cidades chinesas tem uma dimensão tal que os cafés se tornaram redacções e bibliotecas. Nas mesas em volta cada um olha para o seu écrãn concentrado num trabalho que vai das notícias aos livros. Vim tomar o café da tarde no Bookworm, um café de livros onde dizem "escrevem-se livros nestas mesas". Claro que a temática tem sido muito a mesma nos últimos anos - a mudança da China e coisas que tal. Estamos à espera do dia que apareça o livro "A importância de ser um café de Pequim".

Maria João Belchior, China em Reportagem

Dizem as estatísticas que o noticiário sobre as actividades da família real tailandesa bate todos os recordes de audiência, conseguindo 30% de ranking diário, ou seja, seja de 20 milhões de telespectadores. Emitido à mesma hora pela totalidade dos canais de televisão, dá conta ao país das cerimónias de Estado, recepções, inaugurações, visitas ao estrangeiro e iniciativas caritativas em que o Chefe de Estado, a rainha e os príncipes reais tomam parte. Hoje, foi a vez da Princesa Chao Fa Chulabhorn Walailak, terceira na linha sucessória e reputada bioquímica envolvida na investigação e combate ao cancro. A visita de trabalho que actualmente desenvolve em Espanha e Portugal tem sido motivo de algum interesse por parte de amigos que vou encontrando. Aqui fica, pois, o curioso apontamento retirado em directo da pantalha.

Miguel Castelo-Branco, Combustões

Em jeito de aquecimento para mais uma paródia no Chão da Lagoa, o cacique da Madeira saiu-se com mais uma parvoíce - esperteza deve pensar ele - acintosa. Vai apresentar no Parlamento regional uma proposta de revisão da Constituição com o objectivo de proibir o comunismo em Portugal. Nessa proposta está escrito que «a democracia não deve tolerar comportamentos e ideologias autoritárias e totalitárias, nem de direita, nem de esquerda». O habitual, lança estas bojardas com o intuito de conseguir algo menos dramático mas que se enquadre nos interesses dele e da sua trupe.

Pseudo-Livreiro, A Leste da Solum

Todos os anos Alberto João Jardim prepara um "número" para promover e animar a festa do chão da lagoa. Uma vez com os homossexuais, outras vezes com a ministra da educação outras ainda com a independência da Madeira. É bom número para garantir cobertura nacional ao evento. Na comunicação isso chama-se pre-marketing. E por isso nunca deve ser levado muito a sério. Por favor transmitam isto ao Dr. Aguiar Branco. Homem, certamente, de imensos talentos. Nenhum deles é a política.

Rodrigo Moita de Deus, 31 da Armada

É quase anedótico que um político nascido no regaço fascista defenda ou insinue a proibição de partidos que advoguem o comunismo ou, como contrapartida, se autorize a legalização de partidos fascistas. Alberto João é ignorante em história, esquece que a Constituição da República é a de um país que foi forçado a viver sob uma ditadura fascista durante quase meio século. Só que em Portugal os disparates não pagam imposto, se um político alemão defendesse a liberdade de legalização de partidos nazis a esta hora já estaria demitido e banido da vida pública. Por cá Alberto diz este absurdo e o PSD faz de conta que não ouviu. Mas pensar que Alberto cometeu um erro é esquecer que o conhecido dirigente do PSD não faz ponto sem nó, é evidente que fê-lo visando objectivos políticos e os únicos beneficiados são o PSD e o próprio PCP que pode agora assumir o estatuto de perseguido pela direita, um excelente argumento para combater o BE, um partido que é mais incómodo para o Alberto do que os comunistas oficiais.

Jumento, O Jumento

Já não se aguenta a existência da criatura Alberto João Jardim paga por todos os portugueses. Esta criatura deve ser banida por decisão do Presidente da República de ocupar qualquer cargo da administração portuguesa. Num momento em que a criatura Jardim se digna ofender todos os portugueses com as suas teorias ditaturiais, caso o senhor não abandone o cargo que ocupa de chefe do governo da Madeira, exige-se que Portugal se torne independente. Que declare a sua independência... da Madeira. O povo madeirense merecia melhor sorte, mas como pretende continuar a escolher um indivíduo que não cumpre as regras mínimas da democracia, é chegado o momento de Portugal deixar a Madeira à sorte do seu ditador. Estranha-se que Manuela Ferreira Leite vá participar em mais uma fantochada promovida pela criatura Jardim. Estranha-se e repudia-se.

João Severino, Pau Para Toda a Obra

Admirados com um ministro a fazer corninhos no Parlamento? É talvez a encarnação da Besta, o Sebastião que todos aguardamos, sentados, e abúlicos, à espera que o milagre aconteça. No fundo, os portugueses gostam da Besta e vivem com ela no coração. Por isso olham com nostalgia para o Estado Novo e lamentam o que perderam com a democracia. Os portugueses gostam de “sol na eira e chuva no nabal”, mas isso não é possível, porque a Besta não faz milagres…. Volto a pegar nos jornais. Leio agora que um jardim qualquer quer a Constituição a proibir o comunismo. Desde quando é que os jardins falam? São certamente jardins de papoilas... mas é preciso ter cuidado com os alucinogéneos, por causa dos contágios. Ou será que este país é mesmo um conto de fadas?

Carlos Barbosa de Oliveira, Delito de Opinião

Alberto João Jardim ateou fogo ao debate político quando sugeriu extinguir o comunismo na próxima revisão constitucional. Jardim erra porque as ideologias não se extinguem por decreto, nem se proíbem no papel. As ideologias morrem, e desaparecem naturalmente, quando caem em descrédito. Que o comunismo é igual ao fascismo e ao nazismo, que é igual ser da extrema-esquerda ou da extrema-direita devia ser óbvio e aceite por todos. Os factos provam à exaustão como as ideologias totalitárias do século XX têm as mesmas fontes, os mesmos vícios e partilham dos mesmos pecados. Infelizmente, há ainda muitos políticos e ditos líderes de opinião que se deixaram em tempo seduzir pelas ilusões dos amanhãs que cantam e que sentem, talvez por vergonha, dificuldades em acertar contas com o seu passado político. Depois da queda do Muro de Berlim, Vaclav Havel dizia com orgulho nunca ter sido comunista. Admiremos, pois, homens assim. Sem passados ideologicamente tenebrosos.

André Abrantes do Amaral, O Insurgente

Depois do disparate, mais valia ficar calado por umas horas. Mas o homem não consegue, está-lhe na massa do sangue falar pelos cotovelos. Alberto João Jardim veio agora esclarecer aquilo que pretendia com a tal proposta absurda de proibição do comunismo por decreto. Diz que realmente «o ideal seria a Constituição Portuguesa não proibir ideologias», tendo defendido aquilo que defendeu apenas para evitar situações de privilégio. Ora, se o exercício inicial, comparando as duas grandes experiências totalitárias do século passado, ainda se entendia, se bem que em termos menos grosseiros e ignaros do que os propostos, já o mesmo se não aplica ao fascismo e ao comunismo enquanto «ideologias». Se, no plano dos princípios, o primeiro é essencialmente elitista e agressivo, o segundo é – nos fundamentos, não na lógica grotesca dos regimes e dos partidos que perverteram a sua raiz utópica – estruturalmente igualitário e fraterno. Uma banalidade de base da qual alguns comentadores certificados se esquecem. Da qual o político ilhéu não se apercebe. Mas que faz toda a diferença.

Rui Bebiano, A Terceira Noite

«Proposta de proibir comunismo na Constituição»
Pode-se não concordar, mas é coerente.
Espera-se que os que atacam ideia tão "ridícula" venham então a defender a liberdade de formação de partidos de carácter fascista, nacionalista ou apoiantes de qualquer outra ideologia proscrita na constituição.


Tarzan, Fiel Inimigo

António Costa não foi fadado para ser autarca. Falta-lhe jeito, vocação. É muito mais um homem de Governo central, como ficou provado quando foi ministro (sobretudo da Justiça). A sua passagem por Lisboa não deixa memória – nem boa nem má.
Aflito perante um Santana sempre reinventado, Costa alia-se com o ‘Zé’, cede tudo perante Roseta e repete os erros crassos de João Soares: repisa a táctica de tentar sujar Santana e permite que um conjunto de figurinhas auto-rotuladas de ‘intelligentsia’ lisboeta digam, em público, que todos os que julgam ser como eles, os ‘inteligentes’,o apoiam. Estes 120 intelectuais encasquetados, na sua maioria esperançosos candidatos a subsídios, correm o risco de se converterem no melhor impulso para a vitória de… Santana Lopes.


Carlos Abreu Amorim, Blasfémias

Um bispo britânico aconselhou as igrejas a deixarem de pôr água benta nas pias baptismais por causa da gripe A.
Nota: bastavam os motivos higiénicos.


Carlos Esperança, Diário Ateísta

Será que os deputados no verão sofrem de falta de AR?

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

1 comentário:

joãoeduardoseverino disse...

Obrigado caro Leocardo, pelo destaque ao Jornal do Pau.
Abraço