terça-feira, 14 de julho de 2009

O grande Turkmenbashi


Em 1991, depois da queda do comunismo e da União Soviética, o Turcomenistão tornou-se independente pela primera vez em 100 anos. O novo presidente era Saparmurat Niyazov, governador da república soviete desde 1985. Mas conduzir o país de cinco milhões de habitantes a uma nova era de auto-subsistência e autonomia não era o item principal na agenda de Niyazov. O presidente estava mais preocupado com o facto de décadas de controlo comunista tenha deixado o seu país sem identidade própria, e resolveu criar um país...à sua própria imagem.

Primeiro adoptou o nome de Turkmenbashi (líder dos turcomenos) e declarou-se presidente vitalício. A partir tomodou algumas medidas bizarras que tornaram o Turcomenistão num país verdadeiramente único:

- O aeroporto da capital Ashkabat foi re-baptizado de...Turkmenbashi
- O novo presidente também deu novos nomes aos meses: Janeiro passou a chamar-se Tukmenbashi, e Abril ficou Gurbansoltan Edzhe, o nome da sua mãe. Pão, que até aí se chamava "chorek" passou a chamar-se também Gurbansoltan Edzhe.
- Em Abril de 2004 mandou construír no meio do deserto de Karakum - a região mais quente da Ásia Central - um enorme palácio de gelo, que incluía um zoo com pinguins.
- Mudou o nome do maior porto marítimo, Krasnovodsk para...Turkmenbashi
- Centenas de ruas e escolas em todo o país chamam-se agora...Turkmenbashi.
- Em 1998 um meteorito de mais de 300 quilos caíu no Turcomenistão. Os cientistas chamaram-no...Turkmenbashi.
- A imagem de Nyiazov, ou Turkmenbashi, passou a ser presença obrigatório em todos os relógios (de parede e de pulso), garrafas de vodka e como logotipo das estações de televisão e de rádio.
- Em 2001 o Turkmenbashi baniu o ballet e a ópera com a desculpa de que são "desnecessários, não fazem parte da cultura turcomena".
- Em 2004 proibiu os jovens de usar cabelos compridos ou barba.
- No mesmo ano proibiu os apresentadores de televisão de usar maquilhagem.
- Em Outubro de 2006 libertou mais de 10 mil prisioneiros, incluíndo 253 estrangeiros de 11 nacionalidades, justificando como "um acto humanitário que representa os valores da República do Turcomenistão".
- Baniu os autorádios, música e discos, e proibiu os cães de andarem pela cidade, por "cheirarem mal".

Em 2006 o grande Turmenbashi morreu de ataque cardíaco, aos 66 anos, e foi substituído por Gurbanguly Berdimuhamedow.

1 comentário:

Pràquistão disse...

Mais um dos vários países esquisitos acabados em -ão. Ao contrário do que muitos pensavam, há coisas bem piores do que era a URSS.