Comemora-se hoje o 34º aniversário da independência da República de Cabo Verde. O evento foi assinalado ontem no Centro de Covenções da Doca dos Pescadores, numa recepção oferecida pelo cônsul-honorário de Cabo Verde em Macau, David Chow Kam Fai, e que contou com as presenças da sra. Secretária para a Administração e Justiça Florinda Chan, em representação do Governo da RAEM, o exmo. Cônsul-geral de Portugal em Macau, Manuel Cansado de Carvalho, em representação do Governo português, o exmo. Embaixador de Cabo Verde em Pequim, Dr. Júlio Morais, e ainda o embaixador do Senegal na capital chinesa, o General Papa Khalilou Fall.
Isto além de mais de uma centena de membros da comunidade caboverdiana em Macau e seus amigos de todas as origens. Antes do jantar realizou-se um pequeno cocktail onde foram exibidas 34 fotografias de cabo Verde da autoria de Rita Zhao, fotógrafa chinesa que se apaixonou pelo arquipélago, e que não quis deixar de compartilhar com os convidados a sua visão. À mesa não faltou a tradicional cachupa rica, bem como pratos para todos os gostos, de África e dos quatro cantos do mundo. Um luxo, e em muito boa companhia.
Os caboverdianos em Macau são uma comunidade deveras fascinante. Muitos chegaram apenas como estudantes bolseiros, e hoje são advogados, medicos, professores e técnicos dos mais variados quadrantes. Pode-se dizer que também eles ajudaram (e ajudam) a construer a RAEM, um território ainda jovem, tal como o seu país de origem. Quando pensamos em Cabo Verde pensamos na música, no ritmo, no calor, na simpatia e amizade das suas gentes, no doce linguajar crioulo. Cabo Verde não tem muito mais para oferecer que si próprio: as suas idílicas praias, as suas magníficas paisagens, o seu mar, o seu sal, que curiosamente é nome de ilha daquele arquipélago localizado no continente africano, ao largo do Senegal.
E é no contexto da África que tomamos Cabo Verde como exemplo de uma democracia de sucesso. Não temos o desprazer de ouvir notícias de golpes de estado, assassinatos presidenciais e outras tragédias gregas dignas de muitas Repúblicas das Bananas que infelizmente ainda grassam pelo continente que viu nascer a humanidade. No há ali presidentes vitalícios, déspotas, guerras civis, catástrofes humanitárias, enfim, Cabo Verde fica-se pela existência pacífica, pois foi também pacificamente que obteve a sua independência de Portugal faz hoje 34 anos. A aposta no turismo foi um sucesso, e Cabo Verde é hoje destino de muitos milhares de turistas europeus todos os anos.
Como disse o dr. Álvaro Rodrigues e entrevista à TDM Rádio a semana passada, em 1990 haviam 2 vôos semanais para a Europa, e hoje existem 4 diários. É o desenvolvimento consequente de uma democracia functional, e um exemplo a seguir. Gostava já agora de mandar um abraço do tamanho do mundo ao dr. Daniel Pinto, ou “Dani” para os amigos, que são todos os que conhecem este caboverdiano radicado em Macau, e a todos os elementos da Associação de Caboverdianos de Macau. Hoje estão especialmente de parabéns, mas estão também de parabéns todos os dias.
1 comentário:
O melhor que Cabo Verde fez, a determinada altura da história, foi ter prosseguido o seu caminho separado da Guiné-Bissau. A esse mérito juntou-se a sorte de os piores caboverdianos viverem quase todos em Portugal, nos arredores de Lisboa.
Enviar um comentário