sexta-feira, 24 de junho de 2016

Ronaldofobia, parte I: Maria Vieira


Esta foi a minha primeira reacção ao tomar conhecimento deste facto que esteve nas bocas do mundo antes, durante e depois do jogo de Portugal ontem frente à Hungria, a contar para a última jornada do Grupo F, e cujo desfecho acabaria por se revelar mais que positivo para a selecção nacional - já lá vamos, antes que se comecem a exaltar os catedráticos. Reagi desta forma não porque apoio incondicionalmente alguém ao ponto de tolerar que tenha uma atitude desta natureza, mas por se tratar de um media que fica muito a dever à ética, rigor, profissionalismo e bom gosto que se exigem à profissão de jornalista - mesmo que não seja o único título da imprensa a que se possa apontar o dedo - e a primeira coisa que me veio à cabeça foi este incidente, o que só por si já chegava para dar a Cristiano Ronaldo um desconto, mesmo que se tivesse tratado de um momento menos feliz do jogador português. Foi depois de saber o que tem sido o comportamento do Correio da Manhã com o capitão da selecção nacional que finalmente cheguei a uma opinião definitiva : foi uma demonstração de classe e de fair-play da parte do melhor jogador português de todos os tempos a par de Eusébio.


Um "crime" dizem eles. Só posso depreender que estão a exercitar a sua veia sensacionalista, uma vez que se fosse tudo decidido assim dessa forma "ab librum", não existiam tribunais, juízes, advogados, e bastaria consultar a tabela e aviar as penas conforme o delito. É lógico que naquilo que entendemos poder ser alegado recorrendo à secção de crimes contra o património do Código Penal, nomeadamente o artigo 212o., trata-se de um crime, o de "Dano". Mas como também já aqui referi algumas vezes, as leis foram feitas para todos e não para que alguns se julguem acima delas e a elas recorram apenas quando é aplicável à sua soberba. Fosse Cristiano Ronaldo recorrer à justiça cada vez que o  Correio da Manhã faz com ele aquilo que um de nós consideraria lesivo da nossa honra, bom nome ou direito à reserva da vida privada, e o jogador não fazia outra coisa senão andar acima abaixo das barras dos tribunais - e ainda o acusariam de estar a ser arrogante, duvidam? 

É exactamente esse tema que pretendo desenvolver em três artigos que espero publicar na totalidade até esta sexta à noite: porque é que algumas pessoas não gostam de Cristiano Ronaldo ao ponto de considerar o seu papel na selecção nacional, da qual ele tem sido referência e tantas vezes carregado às costas, "secundário". Não estou aqui a falar de quem apoia a selecção com ou sem Ronaldo, comete um ou outro  desabafo quando Portugal perde, atribuindo-lhe a grande parte da responsabilidade nos insucessos, mas sabendo reconhecer o seu mérito quando o há. Falo aqui de um segmento  cada vez maior de pessoas para quem o sucesso da selecção passou para segundo plano, e a quem o fracasso do CR7 leva desde a que se teçam as considerações mais descabidas, até ao êxtase total. Vamos saber mais desse novo fenómeno a que dei o nome de Ronaldofobia, que pelo sufixo já dá para antever a sua componente irracional. Venha conhecer o paciente zero desta maleita, a ronaldofoba Mor. 



Atenção, atenção, vai começar o circo Maria Vieira. Já sei: lá estou eu a embirrar com a senhora, coitadinha, que não faz mal a uma mosca - porque não pode, e pensar no que seria se tivesse essa oportunidade é algo que só poderia projectar no contexto dos meus piores pesadelos. Aqui vai pela enésima vez: nunca tive qualquer problema com Maria Vieira, que para mim era apenas um elemento da "entourage" humorística de Herman José durante a segunda metade dos anos 80 e inícios de 90. Depois de vir para Macau em 1993 e com a evolução da carreira do Herman, que passou incidir mais na vertente do "talk-show" e menos nos "sketch" humorísticos, perdi o rasto de Maria Vieira, que provavelmente toda a gente identificava pela sua aparência patusca e voz rouca, que transmitia uma imagem de simpatia mas limitava o seu alcance artístico a um certo tipo de papéis - nada de errado com isto, e apesar de eu não estar muito a par do que se faz nessa área, penso que a Maria Vieira é habitualmente requisitada - ou já foi mais - para papéis no teatro e na revista, o que me deixa feliz, e considero desagradável que alguém não consiga encontrar trabalho na área da sua vocação, e isto serve quer para ela quer para qualquer outra pessoa que ganhe a vida honestamente. O que me chega dela é aquilo que eu posso ver e saber, e encontro no mesmo universo onde toda a gente que o frequenta pode saber o que os outros lhe deixam saber sobre si: as redes sociais. Quem torna público aquilo que pensa é porque não tem qualquer pudor em deixar que os restantes saibam, e com esta certeza em mente, o que eu sei da Maria Vieira e que ela deixa saber a mim e aos outros, é mais que desagradável: é doentio.


Já lhe ficou mal fazer menção da notícia como se aquilo que aconteceu fosse apenas o que as imagens permitem ver - é desonesto. Mas infelizmente, e mais para ela do que para as pessoas que procura atingir, a desonestidade é a "praia" de Maria Vieira, e apesar de dizer que "não comenta", o que seria digno de apreço se realmente NÃO o tivesse feito, vai por ali fora e passa o dia todo de ontem e parte de hoje a fazer render o seu peixe râncido e fétido. E não está sozinha, pois sabendo onde podem podem ir carpir a sua "ronaldofobia", juntam-se a ela outros, que só por si merecem um post à parte, que farei depois deste. Não se preocupem com o aspecto da interpretação, nomeadamente aquela que eu for fazer, porque é tudo claro como a água.


Por aquilo que podem ver neste pequeno diálogo entre Maria Vieira e um dos seus "fãs", já dá para ter mais ou menos uma ideia de quem partilha com a ressabiada actriz os seus pontos de vista, que muito sinceramente, e pensem o que quiserem, são todos impregnados ora  de preconceito do mais egoísta que há, ora de inveja e mesquinhez, que ficam mal a alguém que não tem nem o arcaboiço para os produzir, nem a imunidade para evitar uma resposta à altura. E mesmo que "as imagens falem por todas as palavras", Maria Vieira não poupa nas mesmas, e enquanto o faz compromete-se ainda mais com a imagem deplorável que tem vindo a mostrar como pessoa, como profissional e como ser humano. 


Aqui vemos em cima Maria Vieira a responder a uma "fã" brasileira, que talvez devido à idade não tem mais nada que fazer, e a falta de atenção a que é vetada torna-a numa pessoa amarga e desagradável, e vemos ser feita a uma referência à "liberdade de imprensa" - e  recordo que o jornalista em questão ignorou o princípio da legalidade para abordar Cristiano Ronaldo. Nem isso nem tudo mais impedem Maria Vieira de chamar C. Ronaldo "sem carácter", e pouco importa o que pensa essa imprensa, ele devia respeitá-la. Muito bem, e se fosse com ela? E é uma pergunta que faz Isabel Ribas, que oportunamente refere o facto da CMTV ter passado uma reportagem sobre Cristiano Ronaldo, onde se viam imagens do seu pai embriagado,  com referências a como isto "causava problemas à família" - na véspera de um jogo decisivo para a selecção. Não tive tempo de saber a reacção da Federação Portuguesa de Futebol, que devia pelo menos censurar mais este acto de assédio ao capitão da selecção, mas a própria CMTV fez saber através do seu adjunto Carlos Rodrigues que "não se justifica o comportamento de Ronaldo", pois além do repórter estar apenas a fazer "o seu trabalho", os imigrantes e restante comunidade portuguesa em França "queria ver mais" dos jogadores - podem ver aqui a cara-de-pau deste sacana. Sim, porque o "interesse público" da abordagem não chega nem para começar a explicar que interesse teria passar a reportagem da noite anterior. Mas voltando a Maria Vieira. (Nota: a CMTV desmentiu ter passado a referida reportagem, e reserva o direito de processar judicialmente quem insistir e propagar essa falsidade. Ah, ok, então "já não há problema").


Em cima vemos Miguel Falabella, escritor, produtor e actor brasileiro que amiúde convida Maria Vieira para participar em projectos seus no Brasil, a "segunda casa" dela, segundo a própria. Falabella esteve no centro de uma polémica há dois anos a propósito de uma série de televisão cómica intitulada "Sexo e as nêga", uma espécie de "remake" da série "Sex and the City", mas com a particularidade das personagens principais femininas serem mulheres pretas do bairro de Cordovil, nos arredores do Rio de Janeiro - podemos vê-las na imagem com Falabella. Esta é uma questão não me permite dizer muito mais do que o pouco que sei, e vi alguns momentos da série, que podem encontrar completa no YouTube, mas fico a pensar: para quê? Porque vamos lá ver, não sou preto, e não sei como é que alguém que seja vai reagir a uma ideia deste tipo, ainda por cima quando o autor é um brasileiro com ascendência alemã, italiana e suíça, o que lhe tem valido (injustamente) alguns comentários menos abonatórios. Neste particular acusam-no de "renovar os estereótipos da comunidade negra do Brasil" - eles lá sabem, repito - e foi mesmo necessário que outros elementos da série viessem atestar a idoneidade do autor. Isto tudo para falar da questão do "politicamente correcto", que tem sido o grande pretexto para certos "excessos" de Maria Vieira, que possivelmente terá visto na atitude de Falabella um sinal libertário de que se pode dizer tudo o que nos passa pela cabeça, e acenar com a "liberdade de expressão" e o "saudável (!) desrespeito pelo politicamente correcto" cada vez que é criticada. Eu queria ver como é que a Maria Vieira reagiria a isto:


Garanto que esta imagem só é uma montagem no lugar da notícia, pois a fotografia  é autêntica - é da série "Casino Royal", um dos clássicos da carreira humorística de Herman José. Então e há algum problema com isto? Basta juntar a este título tão "sugestivo" algumas das muitas declarações de índole imbecil de Maria Vieira e "voilá", tendes uma capa mesmo quentinha, boa para se vender. Não foi o mesmo que fizeram com C. Ronaldo, e não fica mesmo "a matar" no que toca ao desrespeito pelo "politicamente correcto"?


E Falabella não deve ter passado bem a mensagem a Maria Vieira. Será que sou eu que vê algo de errado com isto? Aceito que tenha ficado sentida com a morte do realizador Fernando Ávila, para lhe dar o benefício da dúvida, mas isso serve de pretexto para o que vem a seguir? Não me parece que seja habitual a RTP fazer uma cobertura extensiva do desaparecimento de um colaborador ou funcionário seu, mesmo que neste caso seja alguém com um currículo que inclui séries como "Conta-me como foi", mas mesmo que a razão assistisse a Maria Vieira, não passou mais nada na televisão nesse dia, além da reportagem com o cantor que foi alvo de mais uma "birra" de Maria Vieira? Será que a família de Fernando Ávila "agradeceu" a atenção dispensada? Ah sim, e era necessário que ela mencionasse quase uma vez em cada frase que é "normal" demonstrar aquelas "evidências sexuais"? Sou eu que tenho a mania da perseguição, se calhar.


E pode-se dizer mesmo que Maria Vieira não dá ponto sem nó, pois já no ano passado criticou novamente a RTP a propósito da programação da estação pública, com os "reality shows" e os programas que promovem as chamadas de valor acrescentado como alvo. Ou será que foi mais um pretexto para acenar com a sua "qualidade", bem patente na participação de um filme francês que foi um sucesso nas bilheteiras e na televisão? Sugestão? Ok, nesse caso a RTP devia criar um canal onde passassem apenas as participações de Maria Vieira em papéis secundários, onde normalmente faz o papel de pessoa "humilde". Isto podia dizer muito das suas capacidades de representação, mas Maria Vieira é apenas fingida...


...e cínica. Aqui de volta com a sua "amiga", delega para Cristiano Ronaldo a "responsabilidade" de elevar o nome de Portugal - e logo ela, que é "fã de Messi", ao ponto de "brincar" (?) dizendo que é a sua "mãe biológica". Coitado do Messi. Mas e o que faz Maria Vieira pelo nome de Portugal no mundo?


Fala mal. Numa entrada na sua página do Facebook em Fevereiro último, e entretanto removida (porque será?), o actor brasileiro Frederico Reuter confessa que "gostava de ir viver em Portugal quando se aposentar", nomeadamente no Algarve, cujas imagens o impressionaram positivamente. Maria Vieira, que conheceu o actor durante as filmagens da telenovela "Aquele beijo", desencoraja-o a fazê-lo, dizendo horrores do Algarve. Sinceramente eu não sei que Algarve é aquele de que a Maria Vieira fala, mas parece que "qualquer outro lugar" é melhor. Interessante ainda como esta "patriota" tão chocada com a imagem que Cristiano Ronaldo passou "para todo o mundo" (exagero) considera o Rio de Janeiro "a mais bela metrópole do mundo". Maria Vieira acentuou a sua vitupéria pelo seu país desde que o PS chegou ao Governo, mas aqui há ainda outra intenção nada "inocente":


Ah...os "livros de viagens" de Maria Vieira, a sua aposta numa carreira...literária? A mulher escreve bastante mal, para ser sincero, e adorna o seu preconceito torpe com floreados que dão a entender ser uma pessoa muito "consciente". E de facto são os tais livros que ninguém compra a principal razão de todo este azedume por Cristiano Ronaldo.


Ah mas pronto, não se pense que era o melhor jogador do mundo que estava ali a atirar o microfone daquele pobrezinho que depois ficou para ali a chorar, no lugar onde nunca devia ter estado de todo. O melhor jogador do mundo do ano de 2015 para as pessoas normais, e qualquer coisa que sirva para  a Maria Vieira usar como arma de arremesso contra quem ela não gosta - que é quase toda a gente - é o argentino Lionel Messi. Pois é, ó Maria Vieira, já que é "a mãe biológica do Messi", que tal da próxima vez que ele for visitá-la no chiqueiro oferecer-lhe uma cópia DA BIOGRAFIA DE DOLORES AVEIRO traduzida em espanhol? Esqueça, esqueça, maldade da minha parte : o Messi já deve ter, ou pelo menos é muito mais provável que tenha a biografia da sra. mãe do Cristiano Ronaldo do que os livros de viagem da sua auto-intitulada mãe biológica, que nem traduzidos foram para coisíssima nenhuma, porque ninguém lê, sabe da existência, ou procura saber. 


Mas o que é isto - exclama a Maria Vieira incrédula - pessoas a discordar daquelas suas conclusões salomónicas, que pulverizam todos e quaisquer factores dirimentes e até atenuantes da culpa do jogador? Da sua responsabilidade na ordem dos 200% por aquele crime lesa Pátria? Devem ser analfabetos, só podem. Por muito que digam maravilhas de Portugal, ou que a notícia fale de uma queda significativa nos números da iliteracia, um país que elege "comunistas", não compra os livros da Maria Vieira preferindo os da mãe de Cristiano Ronaldo, e apenas e só devido a isso não põe a culpa de tudo e mais alguma coisa no jogador, só pode ser um país de analfabetos, ineptos e imbecis. Bom mesmo é o Brasil. Ou até a Coreia do Norte é preferível.

Afinal a notícia a que Maria Vieira recorreu em Fevereiro deste ano para chamar a Portugal um país de gente burra era datada de 2012? E depois? Não deixa ser verdade em 2016, assim como Messi é o melhor do mundo "comprovadamente e de papel passado Pela FIFA" ainda agora, mesmo que o prémio se refira ao seu desempenho em 2015! Mas vejam como ela responde ao comentário sensato e simpático daquela leitora, o qual eu já tinha feito menção mais acima! E o que faz ela? Ah sim, claro pois então, descarrega o seu ódio biliar em mais um monte de pessoas que não reconhecem o seu génio - principalmente porque não lhe reconhecem algo que valha a pena  perder tempo a mencionar de passagem - e com dose redobrada para a "esquerda", que parece desprezar especialmente . Olhando para este discurso deixei de suspeitar das suas reais intenções ao mencionar o cantor Hozier a propósito dos homossexuais : passei a ter a certeza . Aliás a única coisa para que os homossexuais servem para a Maria Vieira é para fazer de carne para canhão do seu ódio de eleição: o Islão, e numa subcategoria desse grande ódio, os refugiados. O que vale é que neste mundo onde o correcto passou de moda, e pouco importa se o que vem antes é o politicamente ou outra coisa qualquer, Maria Vieira ainda é...


Aquela imagem diz mais que mil palavras que eu possa escrever, e aquelas palavras mais do que mil imagens que eu possa publicar. Mas lá está,  isto sou eu, que não gosto que alguém desta tez me tome por ignaro. Outros há que ainda condescendem num tom filosofo-popularucho: "Pelo menos ela diz o que mais ninguém se atreve a dizer!". Mas lá eu duvidei de tamanha verdade? Nem eu me atreveria a seguir-lhe o exemplo! Só que no meu caso é por uma questão de decência.


1 comentário:

Carlos Scarllaty disse...

Muito bem construido (desmistificador), este texto!
Parabéns!
Quando 'cá voltar' kero escrever assim!