Onde é que os aldrabões vão buscar aquelas notícias que dão conta dos "pânicos" que se têm multiplicado pela Europa desde o início da crise dos refugiados no último Verão, e com mais intensidade a partir dos ataques de Paris em Outubro passado no Bataclan? A sites como este Breitbart, a fábrica de petas criada por um auto-intitulado "conservador", um nazi judeu-americano que nem cá anda mais a empestar o planeta, mas cuja pérfida agenda continua a ser levada a cabo por outros "amantes da liberdade". O que foi, não gostaram desta introdução? Ora essa, então fiz aqui o possível para "kagar" no politicamente correcto, e também não gostaram? Ah sim, esqueci-me que não gostam de ver chover na vossa parada, azar. Mas aqui vai mais uma exposição daquilo que é esta tropa fandanga quem tem andado por aí à solta.
A Breitbart espalhou-se como o cancro, e uma das suas filiais mais "activas na aldrabice" é a britânica - não podia deixar de ser, com a cultura tablóide mongolóide que por ali grassa. O director-executivo em Londres é James Delingpole, este Adónis em potência que vemos ali na imagem, e "herói" dos extremistas, xenófobos e afins. Entre os contribuidores para este insípido guisado, leia-se colaboradores que assinam para a Breitbart, está Nigel Farange por exemplo, entre outros que não disfarçam nem um bocadinho aquilo a que andam: a remexer no esterco para cheirar mais mal. Ironicamente a maior polémica envolvendo Delingpole prende-se com a sua teoria de que o aquecimento global "é uma farsa", e mesmo que se consiga provar que aconteceu, "não foi causado por acção do Homem". Se tem razão ou não, ignoro, pois tal como ele próprio afirmou "não sou cientista", e a diferença é que exactamente por essa razão prefiro ficar calado, mas não posso deixar de registar de registar um dos pontos da sua teoria: "querem convencer as pessoas do aquecimento global para que consumam produtos que não precisam". Oh oh oh, mas que simpático, só que não, obrigado, porque depois disso...
...o mesmo indivíduo mete-se a vender a sua própria "banha da cobra". Um pequeno aparte: eu não sou islâmico, nem simpatizante de nenhuma religião, nem "esquerdalheta" ou o raio que os parta mais os nomes que os débeis mentais chamam a quem não alinha nas suas macacadas, nada disso - eu não gosto que me mintam, nem que alguém ande por aí de peito cheio a mandar os seus traques a pensar que convence toda a gente que é a nova essência Dior ou a pqp. As coisas são o que são, e distorcer a verdade já é mau, e pior ainda quando se insulta a inteligência das pessoas. Ok, temos uma crise, duas ou três ou até várias, mas isso não é razão para acreditar na porcaria toda que nos impingem, e depois de CENTENAS de vezes em que torci o nariz (nem sei como ainda não pareço um Cyrano) a certas coisas, ganhei uma espécie de "bullshit detector", e eis que mais uma vez os mesmos de sempre nos trazem mais uma das suas operetas do absurdo. "Mas aquela notícia é mentira, Leocardo? Olha que eu vi isto não sei onde, blá blá blá". Pois é, viu e acreditou sem LER, não foi? Diz-se que cada um acredita naquilo que quiser, e se é nisto que se quer acreditar, e depois ainda se fica indignado quando lhe chamam nomes, lamento mas V. Exas. ainda não chegaram a Imperadores Indisputados, Mais Bonitos e que Cheiram Melhor do Universo para eu lhes dar sempre razão. Há mentiras, e há formas de as fazer passar como verdades. Portanto, os adeptos ingleses "ofendem os islâmicos por se vestirem de cruzados", é isso? A BBC o quê? Está bem abelha. Bora lá abrir mais este sapo, em vez de o meterem na boca. Badalhocos...
A BBC "avisou os adeptos ingleses para não se vestirem de cruzados, porque isso ofende os islâmicos" - isto dizem eles, e é o que lhes vai na cabecinha a toda a hora: demonizar um determinado grupo, minoria ou seja lá o que for que esteja mais a jeito, e agora o que está mais a jeito são estes. A primeira coisa que eu pensei quando vi isto, além de constatar que se trata de mais uma trafulhice da bifalhada nazi, foi: "Ai sim? E o que é que apareceu na semana passada que antes não existia? Adeptos de futebol ingleses, ou islâmicos?". Meus amigos: desde 1990, quando a "moda" pegou durante o mundial de Itália, alguns adeptos ingleses vestem-se de cruzados, e mesmo aquela imagem que vemos ali em cima data de 2012, do europeu de futebol de há 4 anos, na Polónia e Ucrânia. Não é nada de novo, ao contrário da recente crise que despoletou esta onda de parvoíce e fez as ratazanas emergirem do esgoto (por um lado ainda bem, que agora sabe-se quem são...algumas), e vestem-se assim porquê? Ah sei lá, pode ser porque...
...a própria bandeira de Inglaterra remete às cruzadas? Mais uma vez - e de tempos em tempos dou com esta confusão vinda de algum lado - a Union Jack, aquela bandeira "muito gira" que simboliza o imperialismo britânico não é a bandeira de Inglaterra, mas a do Reino Unido. Se não sabem ainda a diferença entre uma coisa e a outra, epá então bollocks para vocês. A bandeira inglesa representa a cruz de S. Jorge, que era um cruzado que "matou um dragão". Qualquer coisa desse género, sei lá, já nessa altura os tipos deviam andar bêbados. Os cruzados propriamente ditos, aqueles tipos que foram mandados aos milhares pela Igreja para serem chacinados no Médio Oriente em cinco ocasiões durante um período de mais de 200 anos, e que coincidiu com uma era que ficou conhecida por "Idade das Trevas" que viria a durar até meados do século XV, ostentavam na sua farda de combate a tal cruz (por isso é que se chamavam cruzados, hmm). Duvido que os adeptos de futebol ingleses alguma vez tivessem em mente os islâmicos, ou se isso os ofendia, mas no outro dia a BBC fez estalar a bolha:
Numa rubrica interactiva que realiza regularmente, onde obtém a opinião dos seus leitores sobre os temas mais diversos, a BBC lembrou-se de trazer a lume esta discussão - pode não ter sido inocentemente, e já se sabe que os "espertalhões" andam aí um pouco por toda a parte. Mas em parte nenhuma daquela discussão se falou de islâmicos, terroristas nem nada que se pareça, e mesmo o debate não fazia referência especial às cruzadas, a não ser que "foi um episódio de violência em nome da religião". Indeed, e pelos vistos ainda não chega! Podem ver aqui a página, e nota-se que apesar dos "ameaços", ninguém vai por ali fora e desata a disparar com "ah meu Deus, agora também já não nos podemos vestir de cruzados, e agora, o que vou fazer, está tudo perdido, é a Eurábia!". No fundo é isto que o Breitbart procura, e se discordam dessa ideia, lamento, mas estão errados. Eu não. No seu artigo de caca, o Breitbart vai por ali fora interpretando livremente as respostas dos leitores da página da BBC, seleccionando as que continham referências históricas, ligando a simbologia à extrema-direita (eles lá sabem...), ao imperialismo, à pqp, mas nada, absolutamente nada que sugira que a cruz de S. Jorge "ofende" os islâmicos. Aliás, de onde partiu essa ideia?
De onde havia de ser? Do ISIS, pois então! Esse Toys'R'Us do terrorismo, a que todos os islâmicos ficaram irremediavelmente associados, e que criou a famosa escola de pensamento defensora da prepotência inata para o terrorismo de acordo com a religião com que se nasce. Yep, e muito mais teorias levadas da breca, como aquela que retira elaboradas conclusões de cada vez que um infeliz qualquer se rebenta pelos ares depois de gritar "Allah Akbar", algo que apenas as cordas vocais de um jihadista conseguem pronunciar. Já usei este exemplo num dos primeiros posts dedicados a esta salada halal, e está na hora de o reabilitar: se um dia as curvas do caminho da vida me levarem a esse extremo (e era preciso ensandecer muito antes disso acontecer), antes de me detonar grito "Glorioso SLB!", e vou todo contente por ter lixado os lampiões. Ah não, mas isso não ia dar certo, a não ser que o profeta Vale e Azevedo tivesse deixado escrito uma porcaria qualquer que desse para interpretar de forma abusiva, e além disso esse clubezeco é de gente branca. Se ainda fosse o Zamalek, talvez. Bem, então acontece que aqui há uns dias apanharam um laptop de um "terrorista" (leia-se indivíduo árabe com aparência de bode) que continha "planos do ISIS" para atacar "adeptos ingleses e russos" durante o Euro. Uma coisa horrível, com armas químicas e não sei quê, coisa que se manda assim, do email do Ahmed para o do Abdul, e o Ali guarda na "pen" para mais tarde rever e não se esquecer de levar o gás ZYKLON. Ainda bem que apanharam o tipo, ufa. Estão a ver como é, não estão? Da última vez também apanharam todos, e foram anunciados atentados aqui e ali ao ritmo de meia dúzia por dia, pânico cada vez que uma velha se esquecia do saco de compras à porta da charcutaria, e depois em Bruxelas foi o que se viu: ninguém sabia, ninguém estava à espera, ninguém avisou. Bem vindos ao terrorismo, que não tem nada a ver com essa onda "pop" de paralisar cidades inteiras porque um grupo supostamente terrorista anunciou...um atentado terrorista. A componente "terror" não fica assim muito favorecida se já toda a gente está à espera, não acham?
O que pensam os islâmicos dos "cruzados" ingleses? Possivelmente cada um terá a sua opinião, indiferentes do que diz uma outra teoria mirabolante que diz que reagem todos da mesma forma aos impulsos. Mas já lá vamos, pois primeiro vamos lá a ver: o que pensa TODA A GENTE dos adeptos ingleses? São apaixonados pelo futebol, verdade, um tanto ou quanto rústicos, depende da maior ou menor ruralidade de cada um deles, mas em regra geral, quando bebem estragam tudo. Curiosa esta manchete do The Sun, que ainda antes de falar da polémica dos "cruzados", fala de um certo hotel em França, onde se vai realizar o Euro, que "só vai servir água" aos britânicos, que ainda por cima vão ter que pedi-la "em francês". A indignação, o horror, a tragédia, e então isto faz-se com estes "anjinhos"? Talvez aqui a "água" lhes cause a mesma aversão que os cruzados causa aos islâmicos, sei lá? Nem é por acaso...
...que levam a fama que levam. Estas são imagens do Lucky Pub, em Kiev, decorria o Euro 2012, e ao deparar com um grupo de adeptos suecos, os ingleses começam a entoar um cântico improvisado (coisa para que têm imenso jeito, os idiotas) onde se ouve "you're shit but your birds are fit" - "vocês são uma merda, mas as vossas miúdas são boas". Ah, mas isso foi há quatro anos, pois se agora forem ver num desses blogues do gangue das batinas, ou numa das suas "fontes" que "mostram o que os média se recusam a mostrar", porque "têm um plano para levar a cabo o genocídio dos brancos na Europa", ficam a saber que só no último ano "passaram a existir mais homens que mulheres" na Suécia, perdão, no "Suedistão". Sim, porque mesmo as mulheres que lá andam estão todas tapadas com burqas e não sei quê. Esta é uma mentira que "cola" mais ou menos bem - em quem quer acreditar nela, claro. Afinal quais são as probabilidades de encontrarem um sueco que vos diga que estão a dar no éter? Mas quanto aos islâmicos, o que pensam eles disto tudo?
Outra vez: todos, não sei, mas este por exemplo, um islâmico inglês, assinou este artigo de opinião em 2012, onde expressa a sua apreensão em "apoiar a selecção inglesa", e refere os tais "cruzados", que diz ter visto "num 'close-up' da televisão, durante o jogo contra a França". De seguida faz uma comparação com adeptos polacos que entoaram cânticos e fizeram saudações nazis, e que por isso mereceram a censura da opinião pública. Péssima comparação, diga-se de passagem, mas um pouco mais à frente entendo melhor a sua preocupação: "não acredita que os adeptos ingleses se vistam de cruzado como provocação - pelo menos espera que não". Ah pois, mas vai-te preparando, ó camarada, que a porta está aberta para tornar algo completamente inofensiva numa chuva de caganeira. Especialmente se os tais "cruzados"...
...forem igualmente "comedores de porco". Esta ideia ridícula e boçal, de que comer carne de porco é um sinal de "superioridade civilizacional", quando antes era um sinal de que era mais fácil ter lombrigas. Os islâmicos em geral não comem carne de porco por motivos religiosos, um tabu alimentar parvo, próprio das religiões, mas que é partilhado pelas restantes religiões abraãmicas, com a diferença de que os cristãos não a cumprem de todo, e os judeus com excepção dos ortodoxos não fazem daquilo um grande alarido. No entanto alguma cabecinha rapada e oca lembrou-se de criar esta estampa com a única intenção de chatear os muçulmanos, e apesar da ideia ter já uns bons 9 ou 10 anos, tornou-se mais conhecida por volta de 2012, quando começou a ser usado pelas tropas aliadas no Afeganistão. Por mais que o Islão proíba os produtos derivados do porco, ou a sua publicidade, não lhes cai a cabeça se lhes atirarem com um chouriço, nem vos tiram o prato da frente se estiverem a comer um leitão à Bairrada, e de seguida enfiam os dedos pela vossa garganta abaixo para remover o "haram". É assim: pensem no que é ofensivo para vocês, ou que vos causa asco, e depois interroguem-se como se sentiriam se alguém o fizesse à vossa frente, e sabendo de antemão que não gostam. Ah religião e não sei quê? Esqueçam, pensem só nessas duas imagens. Fica tudo mais fácil de entender.
Ah, e quanto à "enorme" discussão em volta de mais esta palhaçada, aqui está o resultado do inquérito que o Breitbart diz que "deu que a maioria considerava ofensivo". Só consigo ver o resultado porque eu próprio votei, mas vejam mais esta fantochada operada por estes imbecis: uma maioria de 6%. Eu votei no "Yes", lógico, não ofende nem nunca ofendeu ninguém, desde que não seja um cruzado..."comedor de porco". Logo por coincidência a Turquia não se qualificou para o Euro, senão imaginem o seguinte diálogo entre um adepto inglês e um outro turco, com o primeiro a ostentar a sua indumentária de cruzado:
- "Eeeengland! Oi, oi, oi! Olha lá tu aí, és turco?"
- "Sou, e tu és inglês, é isso?"
- "Ah ah! Sabes disso porque eu estou vestido de cruzado, e isso ofende-te!"
- "Não, sei porque estavas a berrar "Eeeengland", o que não farias se fosses, sei lá, francês? Ou outra coisa qualquer: ninguém no seu perfeito juízo ia passar por 'hooligan'"
- "Eeeehhhhh! Olha lá, ah? Olha que eu vou ali comprar uma bifana e começo a comer aqui à tua frente!"
- "Epá se quiseres até podes comer m..., que aliás para mim é exactamente a mesma coisa".
Admiram-se? Quem sabe? As cenas dos próximos capítulos serão num estádio francês, perto de si.
Todo este debate é parvo, e próprio dos ingleses, os inventores dessa "indústria" que se transformou o "racismo", que vêem em toda a parte - é como os Breitbarts e cia. desta vida, só que esses não vêm racismo, mas sim "jihads". A propósito, sabiam que um destes dias o Paul Gascoigne vai responder em tribunal a uma acusação de "racismo"? Tudo se passou em Novembro do ano passado, quando num programa de televisão para o qual foi convidado a participar, o ex-futebolista, actualmente a batalhar com problemas sérios de saúde manda uma "boca" a um segurança, que era preto e que se encontrava num canto escuro do estúdio: "não consigo ver se ele está a sorrir para mim ou não". Ai que crime de lesa-pátria é este, que é preciso logo abrir um processo judicial, quando se calhar bastava dizer ao "Gazza" para não ser tão idiota. Mas o mais provável é que não lhe aconteça nada, podendo escudar-se nos seus "problemas mentais" provocados pelos anos de alcoolismo, que são do domínio público. Realmente, para aturar esta "cruzada" dos tempos modernos, ser maluco dá uma ajuda.
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