"Peço desculpa por vos aborrecer com algo que já toda a gente sabe" - reconhecem esta introdução? A diferença aqui é que não estou a enganar ninguém. Esta notícia publicada na página do Facebook do partido Britain First (BF), que tem sido falado estes dias devido ao envolvimento do seu nome no homicídio da deputada trabalhista Jo Cox dá conta de uma mãe islâmica que espancou o seu filho até à morte por este não ter conseguido decorar versos do Corão, e depois ocultar o crime queimando o cadáver. Verdade, isto aconteceu mesmo, e como podem ver o vídeo foi publicado pelo BP na sua página daquela rede social a 19 de Janeiro de 2015 - há quase um ano e meio - data correcta dos factos?
Não. Esta é a notícia original, descrevendo exactamente o mesmo acontecimento, com os mesmos nomes e no mesmo local, em Cardiff, no País de Gales. Agora podem estar a pensar: "Mas isto aconteceu mesmo, não aconteceu? O que importa a data em que se deram os factos, ou se o BF só publicou mais tarde? Não é mentira, pois não? E é horrível!" Não, e também não é mentira que vocês são desonestos e agem em cumplicidade com algo que tem contornos CRIMINOSOS, e isso também é "horrível". Aconteceu, sim, é de lamentar, e anteontem aconteceu isto, também:
Em Barcelos, distrito de Braga, uma mãe tenta cometer suicídio saltando de uma ponte do rio Cávado com o seu filho de seis anos ao colo, acabando a primeira por ser resgatada com vida, enquanto a criança continua desaparecida, e presumivelmente morta. Uma tragédia como muitas que nos deixam chocados, e preferíamos que não acontecessem. Se por um lado a motivação da mãe de Cardiff era religiosa, e revestida de perversidade pelo facto de ter tentado ocultar o seu crime destruindo a única prova, que era o corpo do próprio filho, desta só se sabe que se queria suicidar, e não creio que levar o seu filho com ela constitua um agravante menos perverso - uma pelo fogo, outra pela água. Em comum temos duas crianças, uma com sete anos e outra com seis que perderam a vida. Penso que quem me estiver ler terá a humanidade quanto baste para discernir que não há aqui nenhuma morte que se justifique mais que a outra - ambas são injustificáveis.
Assim como injustificável é também o facto do BP reproduzir a mesma notícia dois meses depois da primeira vez que a publicou no Facebook. "Só pode ser uma montagem, seu malvado!" - pensarão alguns. Quem é o malvado aqui ficará ao critério de quem de direito, se caso for necessário, avaliar:
Quem acredita ou quer acreditar de que vem aí uma "invasão do Islão", e não tem ainda muito bem a certeza do que está a fazer, é bom que repense a sua posição quanto antes, pois como podem ver, não é definitivo que esteja a fazer a coisa certa. Uma mãe mata o filho, e quero crer que não teria intenção de o fazer - e por favor, tentem manter o mínimo de dignidade e não venham com mais essa. Mas com o que estão preocupados aqueles comentadores que lemos na página do BP? Com os seus impostos, e como serão aplicados a longo prazo, e no quê; com a demonização da religião da agressora; com apelos à "luta" contra outra civilização; em insistir que TODAS as pessoas que seguem esta religião são violentas e perigosas, e como não podia deixar de ser, com a questão da imigração como móbil de tudo isto. De que religião é aquela mãe de Barcelos, que não é imigrante nem refugiada? E já agora digam-me quantas vezes pensam que vão deparar com essa notícia?
Esta é a página de Pamela Geller, uma célebre "caça-sharias" norte-americana, e uma das figuras de proa de uma nova tendência para acusar o Facebook e outras redes sociais de "censura" e de cometer "atentados à liberdade de expressão". Vamos ver que conceito de "liberdade" é este, apregoado pelas mesmas pessoas que se dizem "profissionais da comunicação social", mas que se dedicam única e exclusivamente a uma coisa:
A publicar notícias que dão conta da "maldade" do Islão, e de como representa um "perigo" para o Ocidente - como se esta confissão religiosa tivesse sido alguma vez erradicada por completo da Europa. Pensavam que ia dizer "mentir"? Tirem as vossas próprias conclusões; parece que esta "profissional competente acima de qualquer suspeita" precisa de tirar umas férias dessa nobre missão de salvar o Ocidente das garras da "sharia", pois não só anda muito "distraída", como ainda perdeu a noção do tempo. A notícia é publicada por ela a 1 de Fevereiro de 2015, mais de dois anos após a data dos factos. Agora, se não sabem inglês, peguem num dicionário ou num tradutor online e vão saber o que quer dizer "a couple of months". Esperem, não vão, que pode ser que se "distraiam" e percam o fio à meada:
Papinha toda feita, que tal? E o que temos ali? "Um par de meses"? Entre Dezembro de 2012 e Fevereiro de 2015? Ah, uma gralha, e ela queria dizer "years" e não "months". Uma pessoa que, insisto, dedica-se exclusivamente a publicar única e exclusivamente notícias que procuram demonstrar o quanto horrível e ameaçadora é esta religião, que tem uma agenda expansionista que visa "islamizar" o Ocidente e "destruir" a nossa civilização, procedendo a uma "substituição demográfica" e toda a loja dos horrores com tudo o que dá direito, e "passa-lhe ao lado" uma notícia destas, com a componente Corão/criança morta/cadáver queimado? Nem ela seria capaz de imaginar tal coisa! E ainda por cima...
...bem depois da suspeita ter sido julgada e condenada a 17 anos de prisão. Não houve aqui "tribunais da Sharia", nem ela se escondeu em qualquer "no-go zone", ou outro disparate qualquer de que vos andam a tentar convencer. E vejam como a justiça britânica foi célere - em menos de dois meses o caso foi transitado em julgado, e isso explica bem a facilidade com que esta gente se aproveitou da notícia com tanto à-vontade. O que podia a visada fazer, confinada às quatro paredes do seu calabouço, onde paga pela medida ocidental por um crime cometido no Ocidente. Nada de apedrejamentos, ácido no rosto, nada. Por falar nisso:
Esta notícia é de sexta-feira, e dá conta de um ataque com ácido no Paquistão, em mais um crime de honra, coisa que não é rara naquele país, infelizmente. Mas este teve contornos não muito normais: uma mulher de 32 anos atacou um homem que se recusou a casar com ela, quando normalmente o que acontece é o oposto, e esse tem sido um dos "deleites" dos propagadores da Islamofobia e da paranóia da "islamização": que quando as mulheres não fazem o que os islâmicos lhes mandam, são atacadas com ácido, ou sujeitas a outros horrores. E a notícia não omite esse facto, e podem reparar que sublinhei as partes onde se lê que este caso é praticamente uma excepção. Só que para estes "malabaristas" não se aplica o princípio da "excepção confirma a regra" - neste caso arrasa com a regra, deixando-a no chão em cacos. Para eles interessa que o personagem do invasor que idealizaram corresponda ao mesmo que o Cristianismo remeteu para o próximo Oriente (daí a persistência na imagem do "cruzado"): uma espécie de "guerreiro" uni-dimensional, focado na reconquista, e com a mulher no papel de "produtora de guerreiros". Esta notícia tem dois elementos: "honra" e "ácido", que são coisas que existem em qualquer civilização e cultura, mas se lerem mesmo com atenção, vão perceber que a raiz do problema tem a ver com a facilidade em se obter ácido no Paquistão, um país que dificilmente se endireitaria do dia para a noite, seja com que religião for. Não vou dizer que estes sites de notícias já sabiam desta em particular, mas sou capaz de apostar que sim - está nos sites de notícias oficiais, e eles não fazem mais nada que não procurar notícias destas, e se lhes interessar aplicam-lhes uma espécie de "soro da verdade", ou o que eles dizem ser "a verdade", mas que - e atenção a isto - os "mé®dia" (eu faço isto não por gozo, mas como constatação do ®idículo) não querem mostrar. Um exemplo "em grande":
Este é o Infowars, um site de notícias sensacionalistas e em muitos casos facilmente desmontáveis, e cujo mentor é aquele indivíduo no canto inferior direito da imagem, Alan Jones, um judeu-americano - isso não tem importância nenhuma para mim, mas para ele é o mundo e arredores. Este tipo e a sua equipa têm estado por trás das maiores pantominas que se podem imaginar. Aquela que vemos ali, por exemplo, é um "grande projecto" que passa por fazer crer que Adolf Hitler era "socialista", pois o partido nazi era "Nacional Socialista" - para este efeito é necessário ignorar o facto de ser também "nacionalista", porque isso "não convém", então eles fazem de conta que não está ali. Hitler era também um simpatizante do Islão "desde pequenino", e o clero muçulmano adoptou a ideologia nazi, e anda todo com uma cópia do "Mein Kampf" num bolso, e o Corão no outro. Façamos de conta que isto é mesmo assim, sempre foi, e nos últimos 70 anos ninguém se lembrou disso - como a Pamela Geller e aquela notícia em que "não reparou" só que aqui muito pior, e de facto estes tipos são especialmente broncos. Agora o problema com este "plano":
Pois é, o Alex Jones e o Infowars não têm o exclusivo do ódio para poder estabelecer as regras, e eis que surgem os nazis, a extrema-direita "old school" - sim reparem ali em baixo ao pé daquele flamingo com uma suástica (onde sou obrigado a me vir meter, cum diabo), lê-se "Alt-Right", que é um desses eufemismos para aquilo que são, mas que podem depois armar-se em troca tintas e dizer que não, que são as "girl scouts of America", e que ali vendem bolinhos. Mas trata-se do "velhinho" Daily Stomper, que não achou nada engraçado que um "negro" fosse dar a notícia do julgamento de Reinhold Henning, antigo guarda da SS de 94 anos, condenado a prisão perpétua (?) por...aquilo que fez, e especialmente ser quem é, pronto. Foi uma escolha de carreira não muito feliz, mas as consequências tardaram em chegar. Agora os "outros" vão começar aos pinotes e apontar com o dedo, feitos crianças de 2 anos que assistem pela primeira vez um espectáculo de pirotecnia: "estão a ver, estão a ver, que isto PROVA que eles são muçulmanos e vice-versa?". Not quite...
Não, está tudo ali. Os nazis continuam a detestar toda a gente, e se há algum mérito da sua parte em relação ao Alex Jones y sus muchachos é que se mantiveram iguais a si próprios: anti-imigração, anti-negros, anti-Islão, anti-gay, anti-comunistas, anti-tudo-e-mais-alguma-coisa, mas especialmente...
...anti-semitas. Se forem ler aqui a notícia fresquinha do USA Today, vão confirmar o que está ali em cima no cabeçalho do Daily Stomper. A única diferença é que os tais "mé®dia" e o "politicamente correcto" que agora anda aí a ser tratado ao pontapé, para mal dos seus pecados, evitam que a confissão religiosa de uma pessoa venha escarrapachada nos cabeçalhos das notícias, porque...epá sei lá, o que é vos parece o título "Usurário judeu leva crianças de uma família de Anabatistas como pagamento de uma dívida e faz delas escravas sexuais"? Se isto tivesse ali "muçulmano" em vez de "judeu" era uma festa. Assim, shhh..."anti-semitismo". E para terminar.
Aqui vemos duas figuras (tristes) de proa deste nado prematuro ideológico que é o Britain First, e apesar de parecer um ritual satânico, é uma marcha anti-imigração em Luton, e claro que aqui o "inimigo" é a comunidade islâmica. Enquanto em Portugal os esbirros do PNR usam cabeças de suíno para afastar os islâmicos da mesma forma que o alho para os vampiros, estes parecem ser um pouco mais higiénicos, pelo menos. Mas a cruz tem que se lhe diga, não há uma única denominação cristã das oficialmente reconhecidas no Reino Unido que queira qualquer ligação com este grupo, que recorde-se, viu o seu nome envolvido no atentado que vitimou a deputada Jo Cox, e como fica aqui demonstrado, não é propriamente um "poço de virtudes". Recomendo que vejam alguns vídeos do grupo durante as suas acções nas cidades onde alegadamente residem as maiores comunidades muçulmanas, e se tiverem a mínima noção do que é boa ou má representação, vão ver onde é que está afinal o "perigo".
Não vou deixar nenhuma mensagem para que me comprem o meu produto ou que votem em mim, e é possível que haja quem vos diga que estou a "confundi-los", ou a fazer "um truque de ilusionismo" (Ivan Baptista, seu ganda maluco!), porque "sou esquerdista", e estou ao serviço da "Nova Ordem Mundial", e como brinde ainda pode ser que vos digam que sou "islamófilo", "Social Justice Warrior", "Neomarxista" ou no limite "gay" - se bem que esse "mimo" eles reservam para quem seja efectivamente homossexual, pois "é verdade", e é possível que seja a única coisa. Perguntem é o que é que tudo isto quer dizer, e eles limitam-se a dar uma risadinha arrogante, como quem diz "então não está à vista de toda a gente?". Não, não está, porque para que isso fosse possível era necessário existir, e neste particular "existir" é no contexto de "ser visível a olho nu/suportado por uma fonte fiável ou dados oficiais/do conhecimento da generalidade". Se insistem muito, os "esquerdalhas" etc. passam a ser vocês também, e se forem acreditar, é só porque querem. E nesse caso, lamento muito, mas o que está aqui é o que aqui está, e não creio que seja necessário dizer que podem conferir, e caso tenham alguma refutação que o façam recorrendo a provas e não a fotografias com balões a sair da boca com palavras lá dentro, ou vídeos com tipos a contar "o que viram" - o que não me interessa para nada. Ou podem assumir a vossa islamofobia, e colocarem-se de uma vez por todas num campo onde a opinião pública possa fazer uma escolha, e saiba o que está a escolher. Mas isso não vai acontecer, pois não? Amanhã, ou assim que puder, vou trazer aqui outra exposição. Obrigado, e fiquem atentos.
4 comentários:
caso 1 :
A mentira
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1702380070000790&id=1665546993684098
A verdade
http://www.walesonline.co.uk/news/wales-news/seven-men-jailed-after-violent-9842357
caso 2 :
A mentira
https://m.facebook.com/543512709075165/photos/a.548300145263088.1073741828.543512709075165/1039658496127248/?type=3&source=57&refid=52&__tn__=E
A verdade http://www.snopes.com/sergeant-gregory-hayes/
Repare que eles sempre apelam para as pessoas tornarem a falsa noticia viral por causa do suposto boicote da midia .
o site dailystormer do troll andrew anglin não segue a ideologia nacional socialista.o tipo, meses antes de criar o site, se dizia "anti racista" e a favor do multirracialismo. tambem praticava pedofilia em paises do terceiro mundo como indonesia e filipinas . Ele é um obvio agente de desinformaçao que visa confundir e marginalizar o ativismo pro branco.
Se tu quer de fato material de simpatizantes do nacional socialismo, recomento estes sites :
http://inacreditavel.com.br/wp/
outros blogues:
https://desatracado.blogspot.com/?m=1
http://nazismo-verdades-e-mentiras.blogspot.com.br/?m=1
tens acompanhado o blog do 1º rei de portugal?
eles andam a dizer que tu vais ser apresentado a gajos nacionalistas nazis que e para ver se deixas de chater o rei de portugal
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