terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Uma cabeça em chamas


Juro que pensava hoje tirar umas pequenas férias da actividade mais intensa aqui no blogue, até porque os meus últimos testes médicos revelaram uma subida alarmante no nível de bloguesterol, e tenho andado também a abusar da opinina. Prometi a mim mesmo que só publicava um resumo do jogo do Real Madrid de ontem mais um artigo da rubrica "Os sons dos 80" sobre a Tina Turner, já pré-confecionado e pronto-a-comer, e mais nada. Só que quando deparei com isto (e se estivesse a escrever à mão a letra saía tremida, pois ainda não consegui parar de rir) pensei que devia, sei lá, responder? Não sou cristão mas prezo alguns dos valores dessa doutrina inspirada nos ensinamentos de Cristo, e achei que era o meu dever ajudar o ceguinho a atravessar a estrada até à farmácia, tão necessitado que está do xarope para a verborreia que o apoquenta.

O artigo em questão, que podem ver naquele link acima destacado a negrito, intitulado "Macau, uma cidade na China. Não será antes uma cidade da China?" é da autoria de um tal FireHead, e foi publicado hoje no "Blogue do FireHead". Nele o seu autor tece considerações sobre a minha crónica da edição de hoje do Hoje Macau, nada abonatórias, diga-se, mas também não a escrevi com uma dedicatória a ele ou a alguém em particular. Mas já lá vamos à "mocada ideológica", pois primeiro gostava de falar do título do artigo do jornal. Quando mandei o texto para o título que lhe coloquei foi "Uma cidade DA China", e não aquele que ali está, e penso tratar-se apenas de um lapso de transcrição. Já tinha acontecido a mesma coisa aqui há uns meses com o artigo "O Lado Errado da Noite", que ficou no jornal como "O Lado Errado NA Noite", mas penso é que tem menos importância, pois mesmo no artigo de hoje lê-se a certa altura - e o próprio FireHead transcreve essa passagem - "Macau tornou-se numa cidade da China, literalmente". Portanto trata-se apenas de má vontade, e isso é apenas o começo.

O FireHead começa por dizer no seu texto que "O blogueiro Leocardo, que por vezes escreve umas ordinarices no seu blogue
Bairro do Oriente...". O quê? Ultraje! Ai se o apanho! Sangue, quero sangue! "(...) também sabe escrever coisas que valem a pena ser lidas". Ah se é assim o caso muda de figura. Obrigado, oh oh, eu não mereço. Eu diria mais, coisas que "valem a pena ser lidas" e também copiadas, pois houve uma temporada em que era frequente o FireHead copiar artigos e notícias do Bairro do Oriente, em alguns casos "ipsis verbis", sem tentar sequer disfarçar aquilo que seria um plágio descarado, não estivessemos aqui a falar dos blogues, que valem o que valem. Nunca me importei com isso, nunca mencionei este facto nem fiz birrinha por me andarem a copiar o material do blogue, mas já que o Cardeal Cerejeira, perdão, o FireHead considera que eu escrevo "ordineirices", está a cuspir no prato que comeu. Isso não se faz, rapaz.

O FireHead entra "a matar" no primeiro parágrafo do seu artigo, chamando de "comunista" ao director do Hoje, Carlos Morais José, e depois de uma transcrição quase total do meu artigo naquele jornal, diz que eu "quero aparecer". Pelo meio ainda faz referência ao facto de eu me chamar Luís Crespo, o que já toda a gente sabe, ao contrário do próprio FireHead, cuja identidade desconheço por completo. E por mim pode continuar assim, pois a pessoa por detrás de um blogue onde incita ao ódio pelo Islão e pelos homossexuais, chama a polícia de "bófia", os grevistas e os manifestantes de "mandriões", e todos os que não pertencem à sua mui amada (mas nunca assumidamente, pelo menos na totalidade) extrema-direita de "esquerdalhada", e depois dá uma volta de 180º e enche de beijocas o rabiosque dos judeus e de Israel, é certamente um indivíduo com graves problemas de identidade. Penso que "FireHead" deve ser o seu nome de baptismo. Uma cabecinha em chamas com os fusíveis queimados e as ideias para lá de incineradas. Onde devia existir massa cinzenta, há um forno crematório. Tenha cuidado, não vão depois os seus amados judeus denunciá-lo ao Centro Simon Wiesenthal.

As considerações do FireHead sobre aquilo considera ser "o que eu queria para Macau" são risíveis, e o facto de ler nas entrelinhas do meu artigo que alguma vez sugiro que estou descontente ou que me custa a aceitar que Macau pertence "de facto" à República Popular da China deixam-me preocupado com a sua sanidade mental. E para mais é irónico que alguém que nasceu em Macau e andou toda a vida a bater a pala à Pátria Amada, e depois regressou à capital do Império com medo dos "comunistas comedores de criancinhas" venha agora de peito cheio nos lembrar que "Macau é mesmo da China, vivam com isso". Mais irónico ainda é que este Dr. António de Oliveira FireHead Sal e Azar tenha regressado há meses a Macau, aparentemente para ficar. Desiludido com a vidinha lá na capital do antigo Império que em tempos tanto se orgulhou se ser parte, resolveu trocar de casaca e agora faz salamaleques aos tais "comunistas", e vai ao ponto de dizer, e vejam bem isto, "quem está mal que se mude".

Meu caro, deixe-me dizer-lhe o que perdeu durante o intervalo em que andou lá pela parvónia. Eu, o "comunista" que dirige o Hoje Macau e muitos outros portugueses e macaenses que resolveram ficar por cá dançando indiferentes à música que está a ser tocada amamos esta terra, e apesar de alguns de nós não ter nascido cá, como V. Exa., não lhe virámos as costas, como o senhor fez. Falo apenas por mim quando digo que não vivo atado a pressupostos ultrapassados, de que regime ou sistema "A" é melhor que o "B" ou que o "C", e desde que existam garantias expressas e acordos firmados de que todos os residentes serão tratados da mesma forma, independente da sua origem ou etnia, eu fico. Porque não? E o que quero para Macau, assim como todos os que estão aqui radicados, é o melhor para todos, que é também o melhor para esta terra, e incomoda-me ver quem tem o dever de exigir que os dirigentes cuidem do território para que todos possam usufruír de melhor qualidade de vida se esteja nas tintas, e prefira virar as costas à terra que os viu nascer do que fazer algo para melhorá-la. O Adolfo Benito FireHead fez ainda melhor: saíu antes do filme começar, voltou já depois da metade, e acha-se no direito de discutir o enredo com quem assistiu de fio a pavio. Olha quem fala em "mandar postas de pescada"...

4 comentários:

Anónimo disse...

O firehead faz-me lembrar ao Vitinho. Sera que voltou a Macau?

Anónimo disse...

Esse imbecil bem que podia ir fazer companhia aos nazis da AL.

Anónimo disse...

FireHead = Hugo Gaspar (ceitoso@hotmail.com)

Anónimo disse...

um dos Rosario Cardoso...