Um casal de amantes, um amor proibido, um pai irresponsável e indiferente, um segredo terrível - todos os ingredientes para um romance de ficção ao estilo d'"Os Maias", obra-prima do nosso Eça. Só que de ficção esta história não tem nada, e em vez de Lisboa a acção passa-se na China. Wei e Qing (nomes fictícios), o primeiro o rapaz e a última uma menina, têm quatro anos de diferença. Cresceram juntos no mesmo bairro, e Wei tomou sempre conta de Qing, e a sua amizade íntima levou a que se apaixonassem um pelo outro quando se tornaram jovens adultos. Casaram-se o ano passado, e durante o seu noivado ouviam comentários jocosos dos amigos, que os chamavam de "casal igual", devido às suas semelhanças físicas.
E isto tinha uma explicação sinistra: Wei e Qing são meios-irmãos da parte do pai, um tal Bao, que antes de casar com a mãe de Qing teve um caso com uma mulher, que ficou grávida, e deu à luz Wei. Os dois casaram com o consentimento do pai adoptivo de Wei, e da mãe de Qing - ou seja, a actual mulher de Bao. Só quando Qing engravidou, Bao teve coragem para contar toda a verdade. O seu relacionamento com a mãe de Wei era sério, mas precisou de se ausentar do país durante dois anos em negócios, e quando regressou não a conseguiu encontrar, e portanto casou-se com a mãe da filha, Qing. Só mais tarde veio a saber que tinha tido um filho com a mãe de Wei, mas só depois desta ter morrido e os seus pais adoptivos se terem mudado para o seu bairro, altura em que os dois irmãos eram já muito amigos. Quando lhe perguntaram porque não contou tudo antes, Bao diz que preferiu manter sigilo porque era "uma história suja", mas a sua consciência não aguentou quando soube que Qing tinha engravidado. Os irmãos entraram em desespero, e fizeram um teste de ADN, e o resultado foi positivo com 99,9% de fiabilidade. Os irmãos estão agora a decidir se continuam juntos.
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