sexta-feira, 13 de março de 2009

Os blogues dos outros


Carlos Monjardino ensaia a estratégia de retirada de Macau há muito pensada e deixa o peso e o agravo no governo português. Agora é a Escola Portuguesa. O objectivo da conhecida personagem está concretizada: ter um Museu em Lisboa que irá perpetuar o seu nome. O resto é "peanuts". Em minha opinião o governo socialista nunca irá afrontar Monjardino; os compromissos são vários; os aliados significativos e bem colocados. Quem se estará a rir é uma pessoa que teve um cargo importante em Macau e que avisou então o ex-Presidente da República Jorge Sampaio sobre o que se iria a passar. Quem será? Não é difícil adivinhar.

Arnaldo Gonçalves, Exílio de Andarilho

De acordo com o Ponto Final, as instalações da Livraria Portuguesa já não vão ser vendidas, fruto da famigerada crise. Eapero que agora se preocupem em prestar um serviço bem melhor e já agora baixem um pouco os preços obscenos dos livros. Por exemplo, seria bom que não vendessem edições do Expresso a 90 patacas sem o caderno principal.

El Comandante, Hotel Macau

Afinal, o Professor Kenneth Chan Ka Lok (陳家洛), da Universidade Baptista de Hong Kong, sempre entrou hoje em Macau, depois de ter sido impedido de o fazer em Dezembro último. Era previsível que assim acontecesse, considerando todo o mediatismo que rodeou esta sua deslocação. O mesmo prevejo que suceda no próximo domingo, quando uma delegação de deputados do Legislative Council da região vizinha aqui se deslocar, provavelmente engrossada com algumas dezenas de activistas políticos e jornalistas. O mediatismo da visita vai ser incomparavelmente maior e não acredito que as autoridades de Macau queiram arriscar-se a aparecer de novo nos noticiários de todo o mundo pelas piores razões. Mesmo que encarem a iniciativa como um gesto de desafio dos democratas de Hong Kong...

Nuno Lima Bastos, O Protesto

É certo que dezenas de residentes de Hong Kong - pelo menos quanto se sabe são apenas largas dezenas - incluindo deputados do Conselho Legislativo da antiga colónia britânica têm sido impedidos de entrar em Macau no ano que findou. Isto já para não falar dos casos assinalados este ano. Porém, a edição de ontem do "The Macau Daily Post" avançava um dado curioso que vem mostrar que as regiões vizinhas até são mais parecidas do que se pensa, já que cerca de 2.200 os residentes de Macau também foram "barrados" à entrada de Hong Kong. Embora nalguns casos a interdição tenha sido motivada pela apresentação de documentos de viagem caducados, 2.200 é um número demasiado redondo, mas segundo as autoridades do território vizinho "similar" ao registado em anos anteriores. O jornal diário local indica ainda que contactou a Polícia de Segurança Pública, mas em vão, estando, portanto, por apurar qual o número exacto de hongconguenses que ficaram do lado de lá...

Livreira Júnior, A Leste da Solum

No outro dia ouvi um seminário em que o orador comentava, pesaroso, que o design chinês tem sido consecutivamente suprimido pela globalização. A sua ideia consistia em preservar as linhas culturais, de modo que a China pudesse manter um cariz próprio, um rosto seu que não seja eternamente datado àos velhos templos e aos monumentos nacionais. Dizia também que é uma luta constante com as empresas de cnstrução para que usem materiais mais sólidos, de melhor qualidade. É uma das características da terra, tudo muito prático, barato e rápido. Já tinha notado no Venetian que o local, para um sítio recente, já tem vários buracos de velhice em muitos cantos. Passeando pela "Doca dos Pescadores", apercebi-me do mesmo. O que me levou a pensar: tanto luxo, tanta ostentação e, no fundo, tudo não passa de ilusão. Está tudo a cair aos bocados.

Claúdia Gameiro, Considerações

Ontem fez um calor de ananases, 36 graus à sombra, uma brisa de fornalha, as pedras ardendo. Passei pelo colégio católico para entregar a um padre amigo um convite para a conferência sobre Portugal que aqui em Banguecoque terá lugar em finais de Março. Época de provas e exames. Um silêncio de supulcro, aqui e ali cortado pela repetição de mnemónicas que alunos agrupados em torno de mesas no recreio repetiam à exaustão. Os asiáticos são estudantes sofridos. Aguentam oito, nove, dez horas lendo, relendo, recitando. A um canto, aos pés da Nossa Senhora, dois rapazes de joelhos e suados, rezavam. Ali estiveram quase um quarto de hora desfiando o rosário. São os católicos tailandeses, fruto da nossa presença. Haverá em Portugal algum miúdo que se ajoelhe durante um quarto de hora sob um sol inclemente pedindo a protecção da Virgem para os exames que se aproximam ? Estas coisas deixam-me a um tempo perturbado e cheio de alegria. Afinal, no mundo, ainda há espaço para a espiritualidade e para o valor teraupêutico da oração.

Miguel Castelo-Branco, Combustões

O atentado de quarta-feira, numa escola da Alemanha, também tem a ver com o consumo. A sociedade da hiper escolha está a transformar-nos em autómatos, escravos das novas tecnologias. Vivemos numa sociedade mimética que nos está a transformar em meros reprodutores de comportamentos e consumidores acéfalos. Cada vez pensamos menos e consumimos mais. Somos escravos da “novidade”, servos do dinheiro, adoradores do lucro. Estamos a renunciar a ser Homens. Contentamo-nos em ser meros reprodutores de imagens e comportamentos. Porque nos preocupamos tanto com o vestuário, o automóvel, o destino de férias? Porque queremos “parecer” em vez de “Ser”. Acreditamos que fazemos escolhas mas, na realidade, apenas procuramos copiar “modelos” veiculados pela informação que fomenta o narcisismo. O assassino da Alemanha, provavelmente, nunca pensou nisto. Limitou-se a agir como intérprete de um qualquer jogo da “Playstation”.

Carlos Barbosa de Oliveira, Delito de Opinião

A novíssima TVI 24 tem novas caras nos pivots, como seria de esperar. Uma delas, que apresenta as notícias da manhã (não sei como se chama), é uma jovem muito bonita. Mas ficamos por aí, quanto a predicados... atrapalha-se, interrompe os convidados com perguntas de uma redundância aflitiva, tem uma pose estática que se deve, certamente, à preocupação com o penteado, e sorri... sorri muito, mesmo quando as notícias não têm nada que faça sorrir um mortal. E todos sabemos que são quase todas, hoje em dia. Lembrou-me uma cena memorável do filme Tarzan, com a Bo Derek, em que ela ostenta um sorriso deslumbrante que nunca desarma, nem mesmo enquanto está a ser asfixiada por uma piton gigante, no meio do rio...

Ana Vidal, Risco Contínuo

É uma vergonha nacional. Há oito meses que o provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, espera e desespera pela sua substituição. O PS e PSD não se entendem quanto ao nome a designar. Este caso tem ultrapassado todos os limites da decência política. De que está á espera o Presidente da República para ter uma palavra sobre este descrédito das instituições? O povinho pergunta por que razão a nomeação do provedor de Justiça tem de depender exclusivamente desses dois partidos? Haja um pouco de decoro e de respeito pelas instituições.

João Severino, Pau Para Toda a Obra

Passou a noite, passou a manhã e dizem-me que Paulo Bento ainda não cumpriu o último dos deveres que dele se espera: apresentar a demissão irrevogável de treinador do Sporting. Estará à espera de quê? De outra humilhante derrota para ostentar no currículo? Às vezes penso que exigimos muito mais dos responsáveis da política do que dos responsáveis do futebol. Tivesse algum partido político levado uma dupla cabazada eleitoral, semelhante à que o Sporting levou do Bayern, e já não havia lugar para ele nem no banco dos suplentes.

Pedro Correia, Corta-Fitas

O Vaticano condenou a interrupção da gravidez de gémeos de uma menina brasileira de 9 anos, justificada pelos médicos por aquela ser muito miúda de corpo (36 kg) e ter sido violada pelo padrasto. A gravidez, para além de resultar de um crime abjecto, colocava a vida da menina em sério risco. Agora o Vaticano voltou a protestar. Desta vez, contra os apoios que Obama decidiu dar à investigação com células estaminais embrionárias. Segundo especialistas, estes estudos poderão conduzir à descoberta de cura para doenças hoje fatais. O Vaticano jura que está a defender a vida. Na minha balança de valores, deixar morrer aquela menina e os muitos milhões que sofrem de diabetes e de Parkinson é esvaziar o próprio conceito de vida. E isso é um crime ainda mais grave.

Carlos Abreu Amorim, Blasfémias

Morales amigo, eu, pelo menos, estou contigo.
Presidente da Bolivia, Evo Morales, mascou folhas de coca, na ONU, durante uma reunião da Comissão de Estupefacientes, desafiando os presentes a prendê-lo:
"Se isto é droga prendam-me já"
Morales Morales Morales...
Por menos já vi manifs de apoio a qualquer merda ali no Camões. E é à porta do Bairro. O meu Presidente é melhor que o teu.


Francis, O Dono da Loja

2 comentários:

Francis disse...

muito obrigado pela referencia, ainda para mais quando o teu post era melhor que o meu.

continuo leitor diário, mas nem sempre comento.
sigo com atenção os teus posts sobre a EPM, preocupa-me directamente.

um abraço.

joãoeduardoseverino disse...

Agradeço o destaque. Também leio diariamente este blogue e acompanho a vergonha que se passa com a Livraria Portuguesa, a qual já tem aí outros oportunistas a querer mamar...
Abraço