Tem sido um fim-de-semana bastante ocupado para mim, como os leitores habituais podem perceber pela pouca produtividade em termos de posts. Acontece que tenho cá dois casais amigos que me surpreenderam ontem à tarde, pedindo-me para que lhes encontrasse um hotel para ficar.
Sabendo que não estavam dispostos a gastar mais do que 300 patacas por noite, levei-os à zona da cidade conhecida pelas pensões e vilas baratuchas, na zona do Porto Interior. Percorri nove ou dez daquelas espeluncas, e tudo o que consegui foi arranjar-lhes dois quartos (bem catitas, até), numa pensão nas traseiras do abandonado International Hotel.
Deviam ter-me avisado com um pouco mais de antecedência, mas lá ficou tudo resolvido. À noite levei-os aos bares do NAPE, e hoje fomos ver o património (eheh) e acabámos a tarde a jogar bilhar, foi bastante agradável. Regressam terça-feira a Hong Kong, e espero ainda poder levá-los a outros sítios, agora com mais calma.
Deu para perceber que os fins-de-semana em Macau são agora uma autêntica loucura, com muita gente que vem para passar um ou dois dias. Depois todos os sítios estão cheios, não há liberdade de movimentos com tantos turistas - e que Deus os abençoe - a invadir o nosso espaço, já de si bastante pequenino.
A cidade fica apertada, sufocada, estrangulada. Demora-se o triplo do tempo a passar pelo Largo do Senado a pé, e mesmo a Av. Almeida Ribeiro ainda é uma grande confusão depois de terem proibido o trânsito naquela artéria aos fins-de-semana e feriados, e aquela paragem de táxis improvisada junto do edifício do IACM foi uma idéia péssima.
As lojas de roupa e as sapatarias estão cheias de produtos de mau gosto, para agradar a um certo tipo de consumidor. Há lojas onde entro e nem me se dão ao trabalho de olhar para mim: não são lojas para os meus dentes.
O problema é que não nos podemos queixar, porque juntamente com toda a selvajaria de Hong Kong e da China continental vêm aqueles ricaços que jogam uma mão de dois milhões no Bacará ou compram uma mala de um milhão na Hermes.
Só que para quem não vem aqui disposto para dar milhares de patacas por um quarto por noite para "ver Macau" tem cada vez menos locais para passar a noite. Quando decidiram acabar com as tais pensões ilegais, substituíram-nas pelo quê?
E porque é que a maioria destas pensões tem quartos para alugar por uma hora (!), e nenhum para alugar por uma noite? E porque é que alguns turistas são obrigados a dividir hotéis com putaria e "ladyboys"? Perguntas a que convém dar resposta, senão qualquer dia temos gente a dormir no passeio.
2 comentários:
E culpa dessas espeluncas funcionarem à hora é de quem?
Das pessoas que usam esses serviços, certo!!!
Acho bem que haja quartos a funcionar à hora. Se me apetecer só dormir uma sesta, não tenho de pagar a noite toda.
Enviar um comentário