quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Dois escadotes e uma barrica


Ainda não tinha falado aqui do Festival da Lusofonia deste ano, porque na verdade não havia muito a dizer. Contudo queria aproveitar a recente polémica entre dois articulistas do Hoje Macau para deixar algumas postas de pescada sobre o assunto. Primeiro Correia Marques escreveu sobre a Festa da Lusofonia no artigo Feiras, festas e vaidades na semana passada. Paulo Reis respondeu na sua coluna Travessa das Verdades no dia seguinte (!), e Correia Marques voltou a retorquir hoje (link não disponível).

Ignoro completamente se existe algum problema pessoal entre os dois, mas isso é o que menos interessa agora. Não queria desempatar a contenda, mas concordo com muito do que Correia Marques escreveu no primeiro artigo. Penso que a barraca da Casa de Portugal na Festa da Lusofonia foi (mais uma vez) uma enorme bosta - para ser simpático. Não tenho nada contra tabernas, na verdade até prefiro a cultura da taberna à cultura do pub inglês, mas também acho que a Casa de Portugal podia fazer muito melhor. Bastava colocar talvez o mesmo esforço que as casas de Cabo Verde, Moçambique ou Brasil, para citar algumas.

Os chineses conhecem a barraca da Casa de Portugal como "aquele sítio onde se come de borla", mas nem assim a CdP está a fazer um grande serviço ao nome de Portugal. Os enchidos e os queijos que oferecem são mesmo pobrezinhos, e aquela sangria gratuita é um nojo. Podiam pelo menos fazer qualquer coisinha de jeito e vender, sei lá, por 20 patacas, para rivalizar com as caipirinhas da Jane, mas não, optaram por uns copos com vinho a martelo, sprite e laranjas aos cubos. Enquanto saboreava a mistela lembrava-me com saudade dos copinhos de traçado que bebia por 30 escudos numa taberna em Salvaterra de Magos nos meus tempos de estudante.

Não reparei bem, mas parece que haviam lá duas mesas para não sei quem se sentar, e desta vez não havia café (havia?), e a tal "barraca da discórdia" mais parecia um obstáculo entre o pavilhão do Brasil e os restantes. A verdadeira animação que os portugueses oferecem na Lusofonia é na mesa dos matraquilhos, e mesmo assim só com os mais novos. Não acho que a intenção de Correia Marques foi ofender os trolhas ou os trabalhadores da construção civil, pelo que não entendo a reacção forte do Paulo Reis.

Gosto muito do trabalho de ambos no Hoje, mas para ser sincero prefiro o Paulo, que me "diz mais". Só que desta vez não há como concordar com alguns conceitos bases da opinião de Correia Marques. Sim, a Casa de Portugal é amorfa, os seus dirigentes tomam atitudes elitistas que levam ao afastamento da comunidade, e sim, a caipirinha está mais cara e tem menos cachaça. Abraço aos dois.

13 comentários:

Anónimo disse...

Não entende a reacção forte do Paulo Reis? Eu explico: o Correia Marques é comunista, o Paulo Reis é das direitas e, para este português as coisas são como para a maioria dos portugueses - uma politiquice pegada. O Reis foi indelicado para com o Marques pelo mesmo motivo que semi-analfabetos vociferavam contra a literatura do Saramago sem nunca lhe terem lido um livro: porque era comunista (outros que não o leram igualmente, diziam que era um grande escritor pelo mesmo motivo, porque era comunista). Não é por acaso que Portugal está como está, todo carcomido por politiquices. Como dizia o outro há muitos séculos, "é um povo que não se governa nem se deixa governar", apesar de gostar muito de política (ou melhor, de politiquice!).

Anónimo disse...

Em Macau este tipo de eventos sempre foram uma palhaçada, qual é a novidade ? È mais numa de ser uma ocasião para a tugaria em Macau se juntar e circular umas mopes ..

E até parece que Portugal costuma fazer boa figura lá fora, lol.

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=Vo0Cazxj_yc

Anónimo disse...

Eu, como portuga não percebo esta gente: se há festa, é porque há festa, se não houvesse festa, "bem podiam fazer qualquer coisinha, mesmo muito simples que fosse"... raios os partam! Nunca estão bem e dizem sempre mal de tudo. PORRA!!!!

Anónimo disse...

É uma tristeza o Leocardo ser um bocado vesgo, não é? A CdP tinha café sim, uma mesa para quem quisesse descansar e mais uns pastelinhos, tudo isso a 5 patacas...enquanto em toda a feira uns ranhososo de uns pasteis minorcas, fatiuas de bolo transparentes, etc, a 10 patacas e... quando se quer dizer mal de tudo é fácil, mas os que tanto falam mal da CdP candidatem-se a fazer melhor. Dá trabalho não é? Pois...

Anónimo disse...

Eu faço mais barato

Anónimo disse...

Vocês só sabem é arrotar postas de pescada de cú alapado na cadeira!!! Arregacem as mangas e façam vocês melhor, ou é só cantar de galo! Porra para o povo português que nunca está contente com nada! Vocês não merecem que alguém vos faça nada!
Talvez com as criticas deste ano sirvam para aperfeiçoar o trabalho do próximo ano, mas com pessoas que só sabem deitar abaixo, a CdP certamente deixa de ter vontade de fazer o que quer que seja!
Vale mais agradar trolhas, que esses sim contentam-se com pouco!

Anónimo disse...

os portuguas de portugal têm razões pra nao estar contente com a sua vida, com a crise, etc.

Anónimo disse...

Com os milhões que a casa de portugal já recebeu fazia melhor e fazia feliz muito mais gente!! Deve estar no Top 10 das associações que recebe mais dinheiro do governo e faz um evento ou outro... e o resto?
Quanto ao PR e ao CM, vão-se catar os dois!

Anónimo disse...

A Casa de Portugal não faz nada? Essa é boa! Nunca estão mesmo bem com nada, não é?

Anónimo disse...

Este sujeito Leocardo (digamos nome de origem animal "abixanado") precisa de atenção, de mulher ou outro indivíduo do mesmo sexo.

Que continue as suas tentativas intelectuais de formular um argumento credível

Confesso que me diverte por vezes.
Gosto de perder (ou não) uns minutos da minha manha para esboçar um sorriso. Tanta frase ridícula que consegue escrever numa pequena prosa.

Parabéns mais uma vez conseguiu.

Vale 2 cêntimos 1 pelo esforço outro pela diversão.

Um detalhe:
Imagino este sujeito antes de estar atrás de um equipamento conectado ao seu mundo (Leia-se Mundo virtual) perder uns segundo a colocar o seu equipamento de guerra, maquilhar-se e colocar o seu nariz redondo e avermelhado.

Sem ressentimentos
Abraço deste seu Fan.

Anónimo disse...

Casa de Portugal é amorfa, os seus dirigentes tomam atitudes elitistas que levam ao afastamento da comunidade.

Aliás os seus dirigentes são corruptos... e acreditem que a Casa de Portugal envergonha qualquer português...

aliás é uma casa que se esconde atrás de 2 pessoas ... que tomam atitudes e decisões sem pensar nos portugueses mas sim a pensar no seu bolso e amiguinhos...

Anónimo disse...

caro leocardo quando falas desta palhaçada....

Série "Lebab" começa a ser filmada no início de 2010

Filmagens quase, quase
2009/7/8
Hoje Macau

A filmagem da série “Lebab”, uma adaptação de um livro do jornalista Fernando Sales Lopes que descreve uma cidade de harmonia entre várias culturas, vai arrancar no início do próximo ano, disse no sábado à agência Lusa Carlos Couto, produtor-executivo. Depois do “casting” lançado em Fevereiro, no qual a produção testou e entrevistou cerca de 150 pessoas, entre jovens e adultos, a equipa de trabalho divulgou agora a escolha de 45 personagens que, a partir de Setembro, vão participar em “workshops” de representação, vídeo, imagem e televisão, explicou a directora de “casting”, Laura Nyogeri.

“Já passaram alguns meses, uns cresceram, outros mudaram de visual e hoje estamos a efectuar mais uma sessão fotográfica para termos um arquivo actualizado”, disse a mesma responsável que, em Setembro, irá trabalhar com miúdos e graúdos, ensinando “tudo o que precisam de saber para quando começarem as filmagens”.

“Foi muito difícil chegar aqui porque há muitos talentos e agora precisamos de estudar pessoa a pessoa para saber quem irá fazer o quê”, disse Laura Nyogeri, ao salientar que só após a sessão de “workshops” será possível identificar os personagens principais e os secundários. “Perante os talentos que escolhemos, o Fernando Sales Lopes está a adaptar o guião da série, porque foi preciso fazer umas alterações de personagens, acrescentar ou retirar pessoas para o adaptarmos não só a todos aqueles que escolhemos como às suas próprias capacidades”, acrescentou Carlos Couto.

Laura Nyogeri sublinhou que a produção reuniu “miúdos muito bons em determinadas coisas como a dança, o canto, a representação”, sendo necessário adaptar o guião a esta realidade.

A série “Lebab” terá entre dez a 12 episódios de 25 minutos cada, estará concluída em meados do próximo ano e, ao contrário da destruição da Torre de Babel, é uma história de construção e entendimento e “onde as diferenças culturais e linguísticas dos seus habitantes, em vez de provocarem desentendimentos, dão lugar à paz, harmonia e convivência pacífica”, explicou anteriormente Sales Lopes. “Lebab”, na série televisiva, será um retrato daquele lugar de paz no mundo que mais não é do que a cidade de Macau.

“Nem podia ser outra coisa. É Macau neste exemplo de convivência que existe no território entre diversas culturas e que é preciso preservar no futuro”, disse Sales Lopes, que será também o autor do guião da série. “O grupo de miúdos vai fazer uma viagem, um percurso durante um ano pela terra Lebab descobrindo-se uns aos outros através das festividades da terra”, acrescentou.

Sales Lopes explicou também que há mensagens muito claras não só no livro, como na série. “Todos diferentes, todos diferentes, mas as pessoas entendem-se e encontram na diferença coisas semelhantes que servem para se entenderem melhor, porque afinal não são assim tão diferentes”, afirmou, para explicar a ideia da união e de uma convivência pacífica de séculos em Macau e que é importante preservar. “Como sempre foi, é preciso que continue a ser e porque estamos numa época de mudança, de maior multiculturalidade, é preciso que haja consciência na comunidade desta maneira de viver, porque é elemento estruturante desta terra”, rematou.

A CASA DE PORTUGAL É ISTO.
Estamos em 2011... e nada....
Quer dizer as pessoas em Macau dizem o que quiserem e depois ainda dizem que vao fazer tudo e mais alguma coisa... pedem o dinheiro para o fazerem onde está o produto...

só envergonha o nome dos portugueses em Macau .... os jornalistas deveriam perguntar... e por em causa muita coisa??? Em portugal as pessoas que fazem promessas não escapam às perguntas directas do jornalismo... mas aqui não existe critica... e isso é inacreditável... nao se evolui...e ainda por cima batem palmas e esquecem-se das promessas...

Um tema interessante.