segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Aqui jaz o clube


Lembram-se do Clube de Jazz de Macau? Ficava aqui mesmo, na Rua das Alabardas, e dele só resta a fachada vermelha e branca. O Clube de Jazz era um local mais ou menos interessante de frequentar no início dos anos 90. Quando me levaram lá pela primeira vez achei que ficava bastante longe da minha morada, na Av. Horta e Costa, pelo que frequentava mais o Talker Pub ou a discoteca do Hotel Mondial.

Quando vinham amigos de fora, iamos ao Clube de Jazz para conhecer, e valia a pena por duas razões: tinha música, muitas vezes ao vivo, e dava para beber uns copos. Das discussões que lá tinha prefiro nem me lembrar. Primeiro não gosto de jazz, não entendo nada de Miles Davis, nunca ouvi a Billie Holiday, a não ser talvez acidentalmente, enfim, nunca atingi nada daquilo, não, nunca deu. Talvez precise de apanhar “uma grande moca” para entender o jazz, mas isso não me parece uma opção saudável, nem eu tenho tempo ou vida para isso.

O Clube de Jazz era mantido por alguns carolas cá do burgo, incluíndo um célebre actual director de um diário em língua portuguesa, que uma vez me disse que “o jazz ega a melhog música do mundo”. Só que o gosto local por este género nunca justificou que se mantivesse um clube inteiro de forma desafogada, e a transição e consequente debandada de muitos portugueses ditaram o fim (isto para não falar da falta de subsídios e de pagantes de cotas).

No ano 2000 o clube tentou mudar para a casa de vidro junto da estátua da Deusa A-Má, no NAPE, mas esse era um salto maior que as pernas, e não deu resultado. É uma pena que não exista um Clube de Jazz em Macau, porque qualquer cidade moderna e culturalmente bem equipada tem um “jazz club”, tem grupos de teatro, tem poesia e poetas, grupos de ballet, tudo isso, independente de se gostar ou não. Em Macau existem vestígios destas formas de arte. É mesma pena.

9 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Pode ser que, com o Guilherme Ung Vai Meng à frente do Instituto Cultural, ainda haja algumas surpresas.
Ele é o tipo indicado para isso.

Anónimo disse...

estou de olho em si, Pedro...

Anónimo disse...

Foi no jazz clube que bebi o meu primeiro frasco de xarope, foi á porta que fumei os 1ºs charros, e foi na WC deste que mamei no 1º pau....

Anónimo disse...

Uma biografia digna de nota, anónimo (?) das 22:25...

Pedro Coimbra disse...

Confesso que não percebi o significado do comentário do anónimo(a??) das 17.50.
Importa-se de elaborar?

Anónimo disse...

"o jazz ega a melhog música do mundo”

ahahahahahhahahahahahahahahahahahha
Leocardo, excelente, muito boa!

Anónimo disse...

Concordo Leocardo. Trata-se de malta muito à frente.

Anónimo disse...

http://thenewcivilrightsmovement.com/un-general-assembly-votes-to-allow-gays-to-be-executed-without-cause/politics/2010/11/20/15449

Anónimo disse...

Ninguém precisa de grandes mocas para entender jazz. Não digo que quem não gosta de jazz não percebe de música, mas quem do jazz faz troça é analfabeto melómano.