Está aí mais um encontro das comunidades macaenses, e penso que não preciso de acrescentar mais nada ao assunto, que tem sido tratado pela imprensa da forma que merece pela importância que tem. Adoro estes encontros, que nos dão o prazer de ter por aí macaenses que deixaram um dia o território e nunca mais voltaram, e os seus filhos, já nascidos em Portugal, Brasil, Austrália, Canadá, EUA, e por onde há macaenses no mundo. Os “filhos da terra”, designação que faz assim lembrar uma cenoura ou uma batata, são uma das criações mais perfeitas do expansionismo lusitano. O produto entre o português e o chinês, com um pouco de outros à mistura (indianos, malaios, filipinos, etc), um resultado incrível que nunca cessa de me surpreender. E antes que pensem que estou a ser um pouco que seja sarcástico, falo com os meus filhos em mente, eles próprios macaenses com 50% de cada pote.
O que mais admiro nos macaenses é a facilidade com que entram tanto nos costumes e pensamento ocidental, como no oriental, servindo muitas vezes de mediadores (basta olhar para os tradutores, por exemplo). Os macaenses gostam do seu chau min, o seu arroz frito ou o caldo chinês, mas não dispensam o bacalhau, o cabrito, o cozido à portuguesa, a dobrada e um bom vinho tinto. E em cima disso tudo, criaram a cozinha macaense, um património tão delicioso quanto encantador que importa não perder. Se estão e ler isto em Portugal e nunca vieram a Macau leiam isto: porco tamarinho balichão, minchi, porco-bafassá, tacho, diabo, capela, apa-bico, minchi, bebinca de nabos (lo-pak-kou), chilicotes. O que vos parece isto? Isso mesmo: comida. E boa!
Além disso os macaenses “entram” no mundo português facilmente, e são grandes contadores de histórias: quase tudo o que sei de Macau devo aos macaenses (e o resto devo à minha mulher). Esta medalha tem, contudo, um reverso. Os macaenses conseguem ser muitas vezes uns gajos fechados, desconfiados, reservados. Basta ver o que aconteceu nos anos 80 no consulado do governador Almeida e Costa, com a malta de cá a responder negativamente à intromissão da malta de lá. Mas isso não é bem culpa deles, que sempre estiveram entalados entre o rigoroso sistema aquartelado que era o colonialismo e uma opção muito pior, a China – opção que parece quererem abraçar agora. É uma pena que os jovens macaenses que vivem hoje no território não aproveitem a liberdade que têm para intervir de forma mais decisiva na sociedade, e aceitem de bom grado o que o vai contra a sua História, as suas tradições e a sua vivência, em nome de uma “estabilidade” que lhes querem impingir.
Mas isso agora não é o mais importante, pois o tempo é de festa, e esta semana vai ser um verdadeiro “Patuástock”, um festival de sorrisos, abraços e lembranças. Aos jovens macaenses da diáspora que visitam Macau pela primeira vez (se os há), um grande abraço para vocês, e saibam que apesar de nunca cá terem estado, esta é também a vossa casa.
7 comentários:
e o k é k veio cá fazer o careca do rocha vieira?
O Rocha Vieira é um jovem macaense.
O rocha veio renovar o BIR e pedir o cheque-Macau.. sempre lhe paga um ou dois almoços na Quinta da pateira.
tradicional dor de corno dessa escumalha comanagem e cambada de traidores e macons atrelados à merda e racista da fundacao oriente. cambada de chupistas. vá chupa ovo mas é!
*comunagem
Nao sei porque tratam tao bem os Macaenses que foram embora. E os que ficaram sao esquecidos. E' so' vaidade dos organizadores.
O que e' que o Rocha Vieira fez para o bem dos Macaenses? Nao lembro de nada.
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